Bomba de posto de gasolina.

Estimular o uso do etanol foi um dos objetivos do Minist�rio da Fazenda para anunciar o retorno gradual dos impostos

Leandro Couri/EM/D.A Press
O pre�o do etanol vendido pelas usinas para os distribuidores subiu R$ 0,08 no dia 1º de mar�o, passando de R$ 2,81 para R$ 2,89. O aumento, simult�neo � volta da cobran�a de impostos sobre combust�veis, preocupa os varejistas. Eles temem que uma janela de oportunidades seja perdida.
 
O Centro de Estudos Avan�ados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de S�o Paulo, registrou o aumento de 2,7% nos pre�os. O valor n�o contabiliza impostos como ICMS e Pis/Cofins.
 
Os pre�os dos combust�veis amanheceram em alta nessa quarta-feira (1/3). No Posto Shell da Avenida Tereza Cristina, em Belo Horizonte, a gasolina estava sendo vendida por R$ 5,49, e o etanol, por R$ 3,89.
 
 
O presidente do Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados de Petr�leo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Rafael Macedo, entende que agora, com a gasolina mais cara, seria o momento ideal para que o etanol se tornasse competitivo novamente.
 

Lucro 

“Os consumidores podem voltar a ter a op��o por um combust�vel mais limpo, ecoeficiente e sustent�vel. Mas os produtores est�o se aproveitando desse momento para aumentar suas margens de lucro”, apontou.
 
Estimular o uso do etanol foi um dos objetivos do Minist�rio da Fazenda ao anunciar o retorno gradual dos impostos e com ritmos diferentes entre combust�veis f�sseis e biocombust�veis. O etanol � feito com base na cana-de-a��car, o que faz dele uma fonte de energia renov�vel.
 
 
“Como �ltimo elo da cadeia, somos sempre culpados pelo aumento do pre�o. Mas agora, com o etanol, o usineiro est� se aproveitando do aumento da gasolina e aumentando sua margem de lucro. N�o aconteceu nada que aumentasse os custos de produ��o. Mas o pre�o de revenda subiu”, disse Rafael.
 

N�o compensa 

A escolha pela gasolina ou pelo etanol na hora de encher o tanque de um carro flex � auxiliada por uma conta simples. Se o pre�o do etanol, ao ser dividido pelo pre�o da gasolina, for menor que 0,70, � porque o primeiro est� valendo mais a pena em termos de custos por dist�ncia percorrida. Se for maior, � melhor usar a gasolina.
 
No Posto Shell da Avenida Tereza Cristina, onde os consumidores fizeram filas nessa quarta para aproveitar o pre�o da gasolina, a conta est� dando 0,708. Com isso, qualquer aumento da gasolina, ou redu��o do etanol, pode fazer o biocombust�vel uma op��o mais econ�mica pelo mesmo rendimento. Mas, por enquanto, ele n�o compensa.

Apelo 

O Minaspetro fez um apelo aos produtores para manterem suas margens de lucro est�veis, evitando prejudicar o consumidor em um cen�rio onde os combust�veis j� est�o mais caros com a volta dos tributos. "A resposta que tivemos, o aumento de quase R$ 0,09, mostrou pouca sensibilidade", comentou o presidente da entidade.
 
A Associa��o das Ind�strias Sucroenerg�ticas de Minas Gerais (Siamig), que representa os usineiros do estado, foi questionada sobre o aumento, e n�o respondeu.