Petrobras suspende servi�o em refinaria ap�s calote, diz sindicato

A Petrobras suspendeu a presta��o de servi�os de suporte � Paran� Xisto, na segunda-feira (10/7). Segundo a FUP (Federa��o �nica dos Petroleiros), a paralisa��o ocorreu porque a empresa deixou de fazer os pagamentos devidos.

Em novembro de 2022, na reta final da Presid�ncia de Jair Bolsonaro (PL), a empresa Forbes Resources Brazil (F&M Brazil) comprou a SIX (Unidade de Industrializa��o do Xisto), uma unidade da Petrobras em S�o Mateus do Sul, no Paran�.

A opera��o de venda foi conclu�da com o pagamento de US$ 41,6 milh�es (R$ 201 milh�es na cota��o atual) para a estatal. Al�m disso, a Petrobras receberia valores extras para operar as instala��es durante o per�odo de transi��o, que poderia durar at� 15 meses. A empresa Paran� Xisto foi criada pela F&M para administrar a SIX.

Em nota � reportagem, a estatal confirmou a suspens�o. "O n�o cumprimento de obriga��es contratuais por parte da empresa compradora resultou no acionamento pela Petrobras da cl�usula de suspens�o dos servi�os. A medida adotada est� prevista no TSA celebrado com a Forbes Resources Brazil Holding S.A., adquirente da Paran� Xisto, e assinado em novembro de 2022."

 

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"A presta��o de servi�os pela Petrobras seguir� suspensa at� que se chegue a uma solu��o de comum acordo, com base nas tratativas que seguir�o entre as partes. A Petrobras continuar� adotando todas as medidas sob sua responsabilidade para garantir a m�xima seguran�a das pessoas e das instala��es nas quais atua em S�o Mateus do Sul", prossegue o comunicado.

A suspens�o n�o afetar� os sal�rios dos funcion�rios da Petrobras que atuavam na Paran� Xisto, segundo a estatal informou a sindicalistas.

Questionada, a Petrobras n�o quis comentar sobre quais obriga��es n�o foram cumpridas.

Os custos totais do apoio � transi��o s�o estimados em R$ 137 milh�es, segundo trecho do contrato revelado pelo jornalista Leandro Demori, na newsletter A Grande Guerra. O valor, no entanto, era uma estimativa e poderia sofrer altera��es de acordo com v�rios condicionantes.

 

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"Temos not�cia que, desde o in�cio do contrato, a compradora n�o vem realizando os pagamentos", disse Alexandro Guilherme Jorge, presidente do Sindipetro PR e SC. Ele disse n�o ter certeza sobre quais s�o os valores devidos.

"A compradora n�o tem pessoal nem capacidade t�cnica para operar a planta. A Petrobras virou uma prestadora de servi�o, e os mesmos funcion�rios de antes [da venda] continuam trabalhando l�. Eles [a compradora] t�m alguns trabalhadores contratados, mas eles ainda n�o est�o aptos a operar uma planta de alta periculosidade", diz Jorge.

Assim, avalia o sindicalista, a unidade deve ficar paralisada at� que haja um acordo. Ele comenta que caso a empresa siga inadimplente, a Petrobras poderia executar a d�vida retomando as instala��es, o que funcionaria como uma reestatiza��o.

A FUP e outras entidades de petroleiros questionam a venda da SIX, por considerar o valor do neg�cio baixo e tentam reverter a privatiza��o na Justi�a. "Ela foi vendida pelo valor do lucro l�quido que gerou no ano anterior (2021). Isso gera grandes d�vidas de que foi um processo viciado, mas a investiga��o cabe aos �rg�os com poder de pol�cia", questiona Jorge.

A SIX tem capacidade de produzir 5.880 toneladas por dia de produtos como �leo combust�vel, GLP e nafta, segundo o site da Petrobras. O local tamb�m tem um centro de pesquisa em refino. A Petrobras criou ali uma tecnologia de refino de xisto, uma rocha sedimentar que pode ser convertida em �leo e g�s.

A F&M Brazil, que comprou a SIX, � ligada ao Forbes & Manhattan, um banco canadense que faz investimentos em projetos de v�rias �reas, incluindo minera��o e energia. Procurado, o Forbes & Manhattan n�o respondeu at� a publica��o desta reportagem.