04/09/2023 08:13
- atualizado 04/09/2023 09:06
Sal�o de gin�stica da academia
A rede de academias Bluefit anunciou que o Mubadala, ligado ao fundo soberano dos Emirados �rabes Unidos, ir� pagar R$ 464,1 milh�es para ficar com 51% das a��es da companhia, assumindo seu controle.
A Bluefit disse que a opera��o est� sujeita � aprova��o do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica) e outras condi��es usuais para transa��es dessa natureza.
Em n�meros: o fundo �rabe ir� pagar R$ 114,1 milh�es para comprar a��es de atuais s�cios da rede de academias. Os outros R$ 350 milh�es ser�o aportados na empresa via emiss�o de a��es.
Setor bombado: o investimento do Mubadala na Bluefit acontece em um per�odo de alta nos neg�cios do mundo fitness.
H� duas semanas o Gympass, plataforma de benef�cios de bem-estar para o mundo corporativo, recebeu um aporte de US$85 milh�es (R$ 419 milh�es), que o avaliou em US$2,4 bilh�es (R$ 11,8 bilh�es).
Petrod�lares: o momento tamb�m � de efervesc�ncia de aportes de pa�ses como Ar�bia Saudita e Emirados �rabes em empresas brasileiras.
O pr�prio Mubadala vem comprando a��es da Zamp, grupo respons�vel pelas opera��es do Burger King no pa�s, ap�s ter sua oferta de aquisi��o recusada no ano passado. Hoje o fundo � o maior acionista da empresa, com 21% do capital.
O Salic, fundo soberano da Ar�bia Saudita, comprou em julho 10% do capital da BRF por R$ 1,6 bilh�o via oferta de a��es.
A Manara Minerals, outra empresa ligada ao reino da Ar�bia Saudita, adquiriu tamb�m em julho 10% da unidade de metais b�sicos da Vale, que foi avaliada ao todo em US$ 26 bilh�es.
Quem � quem:
Bluefit: a rede de academias fundada em 2015, em Santo Andr� (SP), terminou o segundo trimestre com 133 unidades, entre estabelecimentos pr�prios e franqueados, e 338 mil alunos ativos. A empresa at� chegou a tentar um IPO em 2021, mas desistiu do processo com a piora do mercado acion�rio.
Mubadala: o bra�o de gest�o de ativos do fundo soberano dos Emirados �rabes Unidos administra US$ 284 bilh�es (R$ 1,4 trilh�o) ao redor do mundo. Al�m dos investimentos citados, o fundo tamb�m � dono da refinaria de Mataripe, na Bahia.
STARTUP DA SEMANA: FROTA 162
A startup: fundada no ano passado, a Frota 162 re�ne em uma plataforma a gest�o de multas, condutores, as restri��es de ve�culos, dados de documentos e outras informa��es destinadas �s empresas frotistas.
Em n�meros: a startup anunciou na �ltima semana um aporte de R$ 3 milh�es, seu primeiro desde que foi criada.
Quem investiu: a rodada foi liderada pela ACE Ventures, bra�o de investimento da aceleradora de mesmo nome, e teve participa��o do Fundo Soberano do Esp�rito Santo e da Venture Hub.
Que problema resolve: a startup diz que sua plataforma gera uma economia de 40% do custo com atrasos nos documentos e reduz em 80% o tempo que as empresas frotistas gastam com a gest�o de multas e motoristas.
Por que � destaque: a startup, que j� faturava com dois meses ap�s ter lan�ado o produto no mercado, hoje cresce em m�dia 15% ao m�s, com o objetivo de multiplicar por quatro o tamanho da opera��o at� o fim do ano.
A empresa tem em sua base mais de 44 mil ve�culos, 10 mil condutores monitorados e em sua carteira de 100 clientes est�o nomes como Armac, Rodonaves, Framento, Lets Locadora e Kothe.
N�meros do mercado
Depois de um julho positivo, o m�s de agosto veio para refor�ar a expectativa de que o fundo do po�o do investimento em startups latino-americanas pode ter ficado para tr�s.
Foram US$ 1,2 bilh�es investidos em 79 rodadas. O patamar bilion�rio n�o era atingido pelo setor h� 11 meses, segundo a Sling Hub, plataforma de dados sobre startups na Am�rica Latina.
Apesar do resultado ter sido puxado pelas rodadas de financiamento via d�vida, que n�o envolvem aquisi��o de participa��o de startups, os investimentos em equity tamb�m subiram no per�odo.
No Brasil, as rodadas de aporte acion�rio no setor somaram US$ 352 milh�es em agosto, o melhor m�s desde maio de 2022. Destaques para as capta��es de Gympass (US$ 85 milh�es) e Nomad (US$ 62,6 milh�es).
BRASILEIRO MAIS ESCOLARIZADO V� RENDA DESABAR
Os trabalhadores brasileiros que mais perderam renda e qualidade de emprego nos �ltimos dez anos foram aqueles com mais anos de estudo.A conclus�o � de pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da FGV com base em dados do IBGE.
Em n�meros:
16,7% foi a queda do rendimento m�dio no per�odo de 2012 a 2023 de quem estudou 16 anos ou mais.
27,5% foi o avan�o da renda nesse intervalo de tempo daqueles com menos de um ano de estudo.
O que explica: os mais escolarizados foram empurrados para empregos de menor qualidade e poucos produtivos nos �ltimos dez anos, refletindo em vagas que pagam menos e que s�o, cada vez mais, informais.
Do outro lado, a renda dos que estudaram menos foi impulsionada a partir de 2020, quando chegou a pandemia e a m�o de obra menos qualificada passou a ser mais valorizada diante do isolamento social.
Por que importa: os resultados mostram que o ensino superior est� dando menos retorno no Brasil. � um problema para uma economia que ainda carece de m�o de obra qualificada.
A SURPRESA DO PIB
O PIB brasileiro do segundo trimestre surpreendeu os especialistas ao crescer 0,9% em rela��o aos tr�s meses anteriores.
Em n�meros: analistas do mercado esperavam uma alta de 0,4% em rela��o ao crescimento de janeiro a mar�o, que foi revisado de 1,9% para 1,8% pelo IBGE.
A surpresa fez economistas revisarem mais uma vez os c�lculos para o desempenho da economia deste ano. Antes em cerca de 2,5%, agora as contas variam entre 2,8% e 3,1%.
Repercuss�o: o resultado fez a Bolsa registrar forte alta, o d�lar cair, e foi celebrado por integrantes do governo.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que o desempenho da economia foi qualitativamente melhor. O ministro Fernando Haddad (Fazenda), por�m, se disse preocupado com o terceiro trimestre.
Tr�s pontos para entender o PIB do 2º tri:
1 - Na demanda: destaque para o consumo das fam�lias, que subiu 0,9% de abril a junho em rela��o ao trimestre anterior. O segmento responde por cerca de 60% do indicador.
O programa de incentivos do governo (para carros e combust�veis), o aumento do valor do Bolsa Fam�lia, a infla��o controlada e a for�a do mercado de trabalho s�o apontados como motivos para o resultado.
2 - Na oferta: o PIB do agro mais uma vez foi bem. Apesar do recuo de 0,9% em rela��o a janeiro e mar�o, quando o setor bombou com alta de 21%, no segundo trimestre o crescimento foi de 17% na compara��o com o mesmo per�odo do ano anterior, gra�as � supersafra.
Outros destaques foram as altas de ind�stria (0,9%) e servi�os (0,6%).
3 - Opini�o:
Sabia-se que o crescimento seria puxado por impulso fiscal, aumento da massa salarial e do cr�dito para pessoas f�sicas. Mas o resultado disso tudo no PIB foi maior do que o esperado, afirma Vinicius Torres Freire.
� poss�vel que a taxa de crescimento da produtividade do trabalho seja maior do que imaginamos, escreve Samuel Pess�a.
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