Prédio do Congresso Nacional do lado de fora

S�cio afirmou que o produto "promo" da empresa foi baseado em estudos

Rodolfo Stuckert/CNJ
Ramiro J�lio Soares Madureira, um dos s�cios da 123milhas, pediu desculpas a clientes, colaboradores e parceiros pela suspens�o da emiss�o de passagens promocionais da ag�ncia de turismo virtual. Ele compareceu � Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) das Pir�mides Financeiras nesta quarta-feira (6/9), acompanhado de advogados, ap�s ter faltado em outras duas ocasi�es. Na �ltima semana, a Justi�a autorizou a condu��o coercitiva dele e de seu irm�o, Augusto J�lio Soares Madureira.

 

"Inicialmente, como CEO da 123 milhas gostaria de pedir minhas sinceras desculpas aos nossos ex-colaboradores, clientes, fornecedores e parceiros pelos transtornos que nossa empresa causou", disse.

"Esclarecemos que nosso objetivo imediato se volta � composi��o dos preju�zos causados aos nossos clientes, o que somente ser� poss�vel com apoio institucional de �rg�os p�blicos e deste parlamento", completou.

 

A ag�ncia de viagens digital vive uma crise desde que anunciou, no �ltimo dia 18, a suspens�o de pacotes e emiss�o de passagens a�reas da linha "promo" com data vari�vel. No fim de agosto, a empres a entrou com pedido de recupera��o judicial, na 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte, declarando d�vidas de R$ 2,308 bilh�es.

 

Nesta quarta, Ramiro afirmou que o produto "promo" da empresa foi baseado em estudos de varia��o m�dia dos pre�os de passagens a�reas e em tecnologia estruturado em tr�s premissas: popularidade das ofertas que refor�avam a marca no mercado (viabilizando uma redu��o sens�vel dos gastos com marketing), atratividade de clientes para o site da 123milhas e a busca por novos clientes, apostando na recorr�ncia.

"Acredit�vamos que o custo do ‘promo’ diminuiria com o tempo, � medida que ganh�vamos efici�ncia na tecnologia de supera��o e que o mercado de avia��o fosse se recuperando dos efeitos da pandemia, uma tend�ncia que projetamos � �poca e que se revelou precisamente o oposto", justificou.

 

"Ao contr�rio do que prev�amos, o mercado tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada e isso abalou os fundamentos n�o s� o promo, mas como de toda a 123milhas", disse Ramiro.

 

Ramiro tamb�m foi questionado sobre os motivos de a empresa ter formalizado um pedido de recupera��o judicial. Ele disse que a "dura decis�o" de devolver o valor das passagens promocionais em voucher para os clientes lesados n�o foi bem aceita, o que gerou consequ�ncias para a ag�ncia virtual que n�o estavam previstas, como queda das vendas e corte de limite de cr�dito.

 

"Muito fortemente ocorreu queda das vendas da 123, v�rios bancos pediram vencimentos antecipados, tivemos corte de limite de cr�dito com fornecedores e tudo isso de maneira muito r�pida, e toda essa s�rie de eventos que aconteceram para conseguir ressarcir os consumidores e manter a empresa em funcionamento foi necess�rio [fazer] o pedido de recupera��o judicial."

 

Ele afirmou ainda que o ressarcimento dos clientes que foram lesados ser� discutido no �mbito do pedido de recupera��o judicial e se disse "confiante" que a empresa poder� reembolsar as pessoas. "Toda quest�o de ressarcimento de clientes da 123milhas ser� discutido junto com os �rg�os p�blicos para chegar num acordo poss�vel para 123milhas cumprir e dentro do nosso pedido de recupera��o judicial."

 

"Todo o pedido de recupera��o judicial envolve um plano de recupera��o judicial para ressarcir os clientes. E um dos fundamentos tamb�m muito importante para ressarcir os clientes � a manuten��o das opera��es da empresa. Todo esse plano est� sendo formulado junto a �rg�os, esse pr�prio parlamento. Estamos confiantes que vamos conseguir ressarcir todos os clientes."

 

Ainda � esperado o depoimento de outros membros da empresa, assim como o irm�o de Ramiro e tamb�m s�cio da 123milhas, Augusto J�lio Soares Madureira.

 

A ministra C�rmen L�cia (Supremo Tribunal Federal) negou o pedido dos s�cios da 123milhas para que fossem ouvidos na CPI das Pir�mides Financeiras como investigados, e n�o como testemunhas, quando h� a exig�ncia de que prestem juramento se comprometendo a dizer a verdade.

 

Como investigados, eles tamb�m teriam o direito de decidir se compareceriam ou n�o � convoca��o na CPI.