Haddad em coletiva com Rodrigo Pacheco e Arthur Lira

Haddad em coletiva com Rodrigo Pacheco e Arthur Lira

Pedro Gontijo/Senado Federal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que h� "press�o de gastos para todo lado", mas considerou fazer parte do seu trabalho localizar os riscos.

Em evento da revista Exame nessa quarta-feira (13) � noite, que reuniu alguns dos principais empres�rios dos pa�s, ele afirmou que os gastos devem ter sempre um "retorno positivo" e que a fun��o do governo � mapear os perigos.

"O trabalho de um governo s�rio � localizar os riscos fiscais. A gente mapeia at� os riscos judiciais. A gente tem feito trabalho nos tribunais para localizar causas que podem trazer problemas muito grandes", explicou.

Ele citou a necessidade de falar "n�o" a alguns pedidos, o que pode ser um problema nas negocia��es com o Congresso Nacional e empres�rios. Para compensar, despejou elogios na atua��o de deputados, senadores e no di�logo com setores da economia nacional.

"O que nos cabe � vigiar. Ver qual ministro teve uma grande ideia, o que o Judici�rio est� decidindo, quais as grandes quest�es, o que o Congresso est� aprovando. Tem de haver vigil�ncia para que a disciplina fiscal seja natural no pa�s. Temos de ser o chato que diz n�o, que n�o deixa, que bate na mesa. � a tarefa", afirmou.

Prestes a viajar na comitiva presidencial de Lula que vai a Nova York neste m�s, Haddad espera embarcar ap�s ter anunciado detalhes do Plano de Transi��o Ecol�gica --a ideia de impulsionar o desenvolvimento baseado na preserva��o ambiental e combate �s mudan�as clim�ticas.

O ministro quer usar a novidade para buscar investimentos. "Vamos usar a nossa matriz energ�tica, que � a mais limpa do mundo", disse.

Diante dos empres�rios e sem ser contestado, Haddad adotou um discurso otimista e lembrou todo o caminho percorrido desde sua nomea��o, em dezembro do ano passado. Tamb�m considerou inadmiss�vel o �ndice de crescimento brasileiro do ano passado, de 2,9% do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto a m�dia mundial foi de 3,4%.

"Este pa�s n�o pode crescer menos do que a m�dia mundial, n�o temos o direito de oferecer � sociedade menos do que isso, com tudo o que o destino colocou nas nossas m�os", disse.

Um dos pontos do qual mais se vangloriou foi o texto da reforma tribut�ria que, segundo ele, ningu�m acreditava ficar pronto no primeiro semestre de 2023. Esta foi outra fonte de elogios na rela��o com o Congresso Nacional.

Haddad disse acreditar que, ap�s conversas com o senador Eduardo Braga (MDB-AM) e com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o cronograma de vota��o ser� cumprido at� o pr�ximo m�s.

"Precisa gostar muito de risco para investir no Brasil. Quando converso com fundos estrangeiros, eles n�o querem saber quando as contas p�blicas v�o estar ajustadas. Querem saber: tem gente s�ria pilotando a economia para que a trajet�ria seja consistente? Sim. Tem sistema tribut�rio cristalino, transparente e justo? Sim. Tem vantagens competitivas em rela��o a seus concorrentes? Sim", afirmou.