Movimentação do comércio no fim de ano 2021

Maioria dos comerciantes n�o prev� movimenta��o maior no final do ano

Edesio Ferreira/E.M/D.A Press - 18/12/2021
Com a expectativa de aumento nas vendas durante as festas de final de ano, a tend�ncia � que os comerciantes se preparem contratando funcion�rios tempor�rios. Segundo uma pesquisa da Federa��o do Com�rcio de Minas Gerais (Fecom�rcio-MG), divulgada na �ltima sexta-feira (20/10), no entanto, apenas 17% do setor no estado devem contar com a ajuda extra para aquele que � historicamente o melhor per�odo para os varejistas. O n�mero corresponde a menos de um quinto dos comerciantes do estado. Dos que planejam contratar, 39,1% devem contar com pelo menos dois novos funcion�rios, diz o levantamento da Fecom�rcio-MG. 

Por outro lado, mesmo com a proximidade de datas importantes como a “Black Friday” e o “Natal”, a grande maioria dos empres�rios ainda n�o tem a inten��o de contratar tempor�rios para o fim de ano. Ao todo, 80,1% dos lojistas n�o devem contar com novos funcion�rios, isso porque a maioria espera um movimento insuficiente nas lojas (38,2%), ou acredita ter uma equipe que comporta o aumento do fluxo de clientes (21,7%). Dos entrevistados, 2,9% n�o souberam responder.

Segundo Gabriela Martins, economista da Fecom�rcio-MG, a contrata��o de tempor�rios oferece uma flexibilidade para os empres�rios se adaptarem �s flutua��es da demanda. A pesquisa ainda aponta para um crescimento em 2,3% da perspectiva de contrata��o, em rela��o ao ano de 2022. “Essa � uma surpresa positiva, tendo em vista o baixo �ndice de desemprego do estado (5,8%), o que aponta para um mercado de trabalho j� aquecido”, disse a economista.

O presidente em exerc�cio do Sindicato dos Lojistas de Belo Horizonte (Sindilojas-BH), Salvador Ohana, expressou otimismo quanto � contrata��o tempor�ria de profissionais. “Com a falta de m�o de obra fixa, profissionais com a qualifica��o necess�ria, o empres�rio parte para m�o de obra tempor�ria. Primeiro porque ele vai precisar para novembro e dezembro, segundo porque ele precisa suprir algumas vagas”, disse.

Entre as empresas que pretendem contratar tempor�rios, 80,3% oferecem vagas para uma fun��o, e 16,7% para duas. A tend�ncia � que 50% dos profissionais sejam alocados em vagas de “vendedores”, 30,3% em “atendentes”, 16,67% em operadores de caixa, al�m de 13,64% de estoquistas.

A pesquisa tamb�m aponta para o percentual de contrata��o por segmento. Entre as empresas entrevistadas, o setor de vestu�rio e cal�ados se destaca com o maior percentual na perspectiva de contrata��o, com 57,6% de respostas positivas, seguido por “Supermercados, hipermercados, produtos aliment�cios, bebidas e fumo”, com 10,6%. J� entre as empresas com a menor ades�o � contrata��o de tempor�rios est�o as de “m�veis e eletrodom�sticos”, “material de constru��o”, “equipamentos e materiais para escrit�rio, inform�tica e comunica��o”, todos com 1,5%.

Empres�rio do ramo de moda masculina, CEO da Klaus Alfaiataria, Ohana ainda destaca que hoje o grande problema no com�rcio est� ainda no baixo consumo das classes m�dias e baixas. “Elas est�o um pouco retra�das. Est�o consumindo na necessidade real, porque as pessoas est�o endividadas ou com medo de gastar. Muitas vezes, dentro do or�amento, essas pessoas j� inclu�ram as viagens, matr�cula dos filhos. Est�o mais conscientes”, pontua.

Efetiva��o

Outro aspecto de destaque do levantamento da Fecom�rcio MG � que, entre as empresas que pretendem contratar tempor�rios, a chance de efetiva��o � “muito alta” ou “alta” para 44,2%. “Tem dois tipos de m�o de obra tempor�ria: a pessoa quer fazer um caixa e viajar, tipo estudantes; e tem a pessoa que tenta uma vaga no varejo, tenta se esmerar o m�ximo para poder ser contratado depois”, destaca Salvador Ohana.

53,6% das empresas ainda indicaram que, caso haja a efetiva��o do tempor�rio para os quadros fixos, isso deve ocorrer ainda em janeiro, logo ap�s as festas de fim de ano. O levantamento foi realizado por “survey telef�nico” com 385 estabelecimentos do com�rcio de Belo Horizonte, Betim, Contagem e Uberl�ndia, com uma confian�a de 95%.

Olhar nacional

A Associa��o Brasileira do Trabalho Tempor�rio (Asserttem) tamb�m divulgou uma pesquisa na �ltima semana prevendo a cria��o de 470 mil vagas tempor�rias para o 4º trimestre de 2023. As vagas representam um aumento de 5% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado, com uma taxa de efetiva��o m�dia em 22%.

As contrata��es em n�vel nacional devem ser puxadas pelo setor industrial, com 55% das vagas, seguido pelo setor de servi�os (30%) e com�rcio (15%). Segundo a Asserttem, as proje��es ainda s�o cautelosas pois dependem de um cen�rio positivo da economia.

“O trabalho tempor�rio � um term�metro da atividade econ�mica no pa�s. � uma adequa��o dos novos tempos, em que as empresas enxergam o regime jur�dico como uma excelente op��o formal de contrata��o, que preserva os direitos dos trabalhadores e ainda confere flexibilidade de gest�o para acompanharem as oscila��es do mercado", afirma o presidente da associa��o, Marcos de Abreu.