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Estado de Minas ENEM 2020

ENEM 2020: leitura � chave para testes de linguagens e ci�ncias humanas

Saber interpretar textos e imagens nas provas � t�o importante quanto conhecer os conte�dos


15/01/2021 06:00 - atualizado 24/01/2021 14:31

Yasmin Machado Bahia não vê a hora de fazer a prova e diz que ciências humanas é seu forte. %u201CNão gosto de decoreba, mas de pensar em situações para responder%u201D (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
Yasmin Machado Bahia n�o v� a hora de fazer a prova e diz que ci�ncias humanas � seu forte. %u201CN�o gosto de decoreba, mas de pensar em situa��es para responder%u201D (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

N�o � prova de portugu�s, mas assim como a de linguagens, se dar bem no teste de ci�ncias humanas do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem) exige grau agu�ado de leitura e interpreta��o. E n�o s� textos: imagens, tiras, charges e fotos aparecem sempre nos elementos motivadores, dando uma “m�ozinha” para o participante responder corretamente �s perguntas. Numa prova considerada bem-elaborada, tanto quanto saber conte�do o essencial � entender o que quer dizer a quest�o.
 
Na hist�ria, Idade M�dia tem seu destaque. J� as eras moderna e contempor�nea trazem elementos mais pr�ximos do que � cobrado em exames tradicionais, como os aplicados para ingresso nas universidades paulistas. “O Enem elabora elementos de momentos hist�ricos, buscando intercess�o com a hist�ria da Am�rica e do Brasil: a chegada do europeu na Am�rica, o contato dele com amer�ndios, mas numa nova �tica. Temos uma vis�o muito europeizada, querem mais a vis�o do ind�gena e conceitos como alteridade e identidade”, explica o professor de hist�ria Henrique Nogueira de Carvalho, do Col�gio Olimpo, de Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro.
 
E na hist�ria do Brasil, a cobran�a maior, segundo ele, � sobre a valoriza��o do per�odo colonial, sendo necess�rio identificar as duas formas de se chamar esse per�odo: Am�rica portuguesa e Brasil col�nia. Discuss�o sobre economia, organiza��o administrativa, aspecto social, import�ncia do negro na organiza��o de toda a sociedade brasileira e as contribui��es que ele traz na perspectiva cultural e do sincretismo religioso s�o tamb�m pontos fortes da prova.


 
No per�odo republicano, Era Vargas � o destaque. “Sem d�vida, pela intensidade e longevidade do per�odo, al�m de mudan�as da �poca, como a guerra, crise de 1929 e v�rios elementos que permitem discuss�o abrangente”, diz o professor. Ele acrescenta a import�ncia dos conte�dos sobre regime militar e nova Rep�blica, considerando “limites, rupturas e continuidade”. “O vi�s cultural desses momentos tem grande import�ncia no Enem: discuss�o do r�dio e do samba no varguismo e, no regime militar, uma s�rie de can��es de protesto, teatro e outras m�sicas e eventos que serviram de confronto com a opress�o t�pica desses regimes na Am�rica Latina”, relata Carvalho.
 
E assim como a prova de reda��o, ci�ncias humanas tamb�m est� atenta � atualidade, mas sem perder de vista o contexto hist�rico, e exigindo, muitas vezes, leitura cr�tica e vis�o cient�fica. “Fala-se muito em vacina neste momento e ao longo de 2021. A prova poderia buscar no pret�rito hist�rico, no in�cio do s�culo 20, a revolta da vacina, evento cuja discuss�o estava na obrigatoriedade ou n�o da vacina, numa ideia de progresso e avan�o.”
 
Na sociologia, o professor Osvaldo Machado lembra que s�o cobrados conte�dos presentes na antropologia, sendo comuns no Enem textos introdut�rios que trabalham diferen�a social, particularidade, singularidade, alteridade, relativismo, etnocentrismo, al�m da discuss�o cient�fica da transi��o entre modernidade e p�s-modernidade. “Outro tema importante cobrado ‘umbilicalmente’ � a din�mica das nossas rela��es na internet. Temos diversas particularidades a partir do olhar da mulher, do olhar da mulher preta”, diz. Machado acredita ainda que podem ser abordados nesta edi��o temas sobre g�nero, ra�a e COVID-19. “Mesmo que o atual governo n�o tenha tanta afinidade com esses t�picos, tivemos textos que retratavam g�nero e ra�a na �ltima edi��o.”
 
Em filosofia, conforme o v�deo acima, o professor C�ssio Silveira, da Rede Chromos de Ensino, de Belo Horizonte, ressalta dois aspectos ligados ao per�odo moderno: a teoria do conhecimento (recorrente e articulado tamb�m � ideia da ci�ncia) e a filosofia pol�tica. “Pontos como o racionalismo e o empirismo foram relevantes para o desenvolvimento da ci�ncia, por exemplo”, destaca. No quesito geografia, o professor �lisson Riceto, que tamb�m integra o time de ci�ncias humanas do Col�gio Olimpo, aponta as intera��es humanas com os ecossistemas e a explora��o dos recursos naturais como tem�ticas frequentes. Al�m de quest�es envolvendo globaliza��o, estrutura fundi�ria e o acesso � terra: “Leva em conta os benef�cios de uma reforma agr�ria e os quadros de concentra��o existentes, que � um dos maiores gargalos que o pa�s enfrenta.”

ANSIEDADE A jovem Yasmin Machado Santos Pereira Bahia, de 19 anos, se formou no ensino m�dio na unidade de Belo Horizonte no fim do ano e n�o v� a hora de fazer a prova para se livrar da ansiedade. Apesar de pensar em carreira ligada � �rea da sa�de, ci�ncias humanas � seu forte. “N�o gosto de decoreba, mas de pensar em situa��es para responder”, conta. A garota, que tem na geografia seu ponto forte, acredita que filosofia e sociologia t�m ficado cada vez mais pesadas no Enem. “Pelo nervosismo, corremos o risco de perder alguma palavra”, afirma. Para evitar justamente o nervosismo, esta semana a prioridade � relaxar: “Sou uma pessoa ansiosa, ent�o, quanto mais pr�ximo, pior �. Quero fazer logo a prova”.

Resposta complementa enunciados


 Quando est� em jogo o bom e velho portugu�s, literatura e l�ngua estrangeira, o segredo � �nico: nunca se desvincular dos enunciados das quest�es, principalmente os incompletos, que devem ser acrescidos da resposta certa. A dica � do coordenador da �rea de l�ngua portuguesa e literatura do Col�gio Santo Ant�nio, professor Carlos Sim�es, que lembra ser essa a base da �rea de linguagens e c�digos e v�lida tamb�m para as outras provas do Exame Nacional do Ensino M�dio. “� diferente do antigo vestibular, em que o aluno buscava a op��o correta ou incorreta. No Enem, ele procura aquela que vai completar a pergunta”, avisa.
 
Por isso, mais do que nunca, a leitura de textos de apoio � t�o importante. “O aluno nunca deve deixar de ler o texto, que �s vezes � grande e o Inep tem corrigido isso ao longo dos anos. Deve ler tudo antes de qualquer outro passo. � uma prova muito cansativa e �, antes de tudo, uma avalia��o de resist�ncia f�sica. Logo, o candidato deve estar preparado acad�mica, f�sica e psicologicamente. � uma maratona”, diz.
 
Em linguagens, assim como na �rea de ci�ncias humanas, a habilidade cobrada recai sobre a capacidade de leitura e interpreta��o, ficando a escrita por conta da reda��o. Assim, embora o conte�do seja uma das atribui��es, o teste extrapola a memoriza��o. “� uma prova feita em cima de habilidades e compet�ncias, mas n�o podemos esquecer que n�o se pode cobrar isso sem o conte�do por tr�s. Definitivamente, ele n�o � dispens�vel. H� quest�es com vi�s conteud�stico e, por isso, saber conte�do e conceitos � um ponto importante, mas n�o suficiente”, ressalta o professor do Santo Ant�nio. “A resposta para a antiga pergunta ‘essa mat�ria vai cair?’ � vai, seja ela qual for, porque o conte�do do Enem s�o todos aqueles trabalhados nos ensinos fundamental e m�dio, n�o � uma prova do 3º ano.”
 
Para a literatura, a expectativa de Carlos Sim�es � que o “desprest�gio” vivido pela disciplina nas �ltimas edi��es do Enem, com m�dia de oito quest�es entre as 45, seja revisto, em fun��o da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que d� muita import�ncia � leitura de obras liter�rias. J� l�ngua estrangeira deve manter seu formato de uma interpreta��o bem b�sica, focada na tradu��o.

N�o perca o foco

» Ci�ncias humanas

» Mantenha a tranquilidade
» Cuide do tempo de execu��o da prova: n�o perca muito tempo com a mesma quest�o
» Leia atentamente, associando o objeto (texto, charge, imagem) com o comando da quest�o
» Tenha aten��o �s diferentes linguagens: mapas, legendas, s�mbolos cartogr�ficos, gr�ficos etc.
» Cuidado com os distratores: aparecem itens que s�o corretos, mas que n�o respondem ao que foi pedido

FONTE: Henrique Nogueira de Carvalho/Olympo

» Linguagens

» Mantenha a tranquilidade
» Cuide de seu sono
» Prepare-se para uma maratona
» Na hora da prova, leia todo o texto de apoio antes de qualquer outro passo
» Nunca se desvincule dos enunciados na quest�o

FONTE: Carlos Sim�es/Col�gio Santo Ant�nio

Recurso negado e nova a��o


Em mais uma investida contra o calend�rio do Enem, o Mist�rio P�blico Federal ingressou ontem com a��o na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidad�o em Minas Gerais pedindo a suspens�o das provas marcadas para os dias 17 e 24, devido � prolifera��o da COVID-19 no estado. No pedido, o MPF  cita indicadores da sa�de da capital, argumentando que n�o h� seguran�a para realizar as provas. Mais cedo, o Tribunal Regional Federal da 3ª Regi�o (TRF-3) manteve a decis�o da primeira inst�ncia da Justi�a Federal em S�o Paulo, que negou um novo adiamento do exame nacional. 
 
O desembargador Antonio Carlos Cedenho rejeitou recurso da Defensoria P�blica da Uni�o (DPU). O �rg�o voltou a argumentar que as medidas sanit�rias para a realiza��o do exame n�o s�o suficientes para impedir o cont�gio por COVID-19, diante do avan�o recente nos n�meros da pandemia. 
 
O magistrado entendeu, contudo, que as medidas adotadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep) s�o capazes de minimizar o risco � sa�de dos participantes. “Diferentemente das circunst�ncias do primeiro adiamento, a prova vem cercada de todas as medidas sanit�rias, segundo as recomenda��es das autoridades de sa�de”, disse Cedenho. Segundo o desembargador, as circunst�ncias do exame permitem um maior controle sobre o risco de cont�gio.
 
O magistrado ressaltou que, depois do primeiro adiamento, anunciado em maio, o exame foi marcado para janeiro, ap�s consulta a professores e alunos de ensino m�dio, e que os participantes se preparam h� meses para a nova data. Cedenho acrescentou que o Enem representa um interesse p�blico de “dif�cil posterga��o”, assim como representaram as elei��es municipais realizadas em novembro.
 
A Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE) e a Uni�o Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), na qualidade de terceiros interessados, haviam se manifestado favor�veis ao adiamento. Outro argumento usado pelas duas entidades foi a concorr�ncia desleal causada pela desigualdade social no acesso ao ensino na pandemia.
 
Na noite de quarta-feira, a Justi�a Federal no Amazonas suspendeu o exame no estado enquanto durar o estado de calamidade p�blica decretado pelo governador Wilson Lima.



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