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Estado de Minas EDUCA��O

Brasil � o 2� pa�s com maior propor��o de jovens sem trabalhar e sem estudar

Em pa�ses membros da OCDE, m�dia � de 16,6% na faixa de 18 a 24 anos


04/10/2022 09:10 - atualizado 04/10/2022 09:27

Mão segurando carteira de trabalho
Jovens, com idade entre 18 e 24 anos, t�m dificuldade em encontrar emprego e em continuar os estudos (foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Pres)
O Brasil � o segundo pa�s com a maior propor��o de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que n�o conseguem nem emprego nem continuar os estudos. Os dados s�o do relat�rio Education at a Glance 2022, da OCDE (Organiza��o para a Coopera��o e Desenvolvimento Econ�mico), divulgado nessa segunda-feira (3/10).

 

Segundo o documento, 35,9% dos jovens est�o nessa situa��o no pa�s. A propor��o brasileira � o dobro da m�dia dos pa�ses-membros da OCDE, que � de 16,6% de pessoas dessa faixa et�ria sem trabalhar e estudar.

 

A �frica do Sul � o �nico pa�s com maior propor��o que o Brasil, com 46,2%. J� a Holanda � o que tem menos jovens nessa situa��o, apenas 4,6%.

 

O relat�rio avaliou a situa��o do ensino superior e emprego dos 38 pa�ses membros da OCDE. Tamb�m foram analisados os dados do Brasil, Argentina, China, �ndia, Indon�sia, Ar�bia Saudita e �frica do Sul.

 

Dos 45 avaliados, o Brasil tamb�m � o segundo pa�s com a maior propor��o de jovens por mais tempo nessa condi��o. Dos que est�o sem emprego e sem trabalhar no pa�s, 5,1% se encontram nessa situa��o h� mais de um ano, o que indica uma falta cr�nica de oportunidades para essa popula��o.

 

Essa etapa da vida � considerada a de transi��o da educa��o para o mundo do trabalho, ou seja, quando os jovens deveriam cursar uma gradua��o ou curso t�cnico para conseguir um emprego.

 

Segundo o relat�rio, o elevado percentual de pessoas exclu�das desse processo de transi��o indica o alto risco de se distanciarem cada vez mais do mercado de trabalho.

 

"Esse grupo, dos que n�o trabalham e n�o estudam, deveria ser uma grande preocupa��o para os governos, j� que alertam para uma situa��o negativa de desemprego e desigualdades sociais", analisa o relat�rio.

 

"� essencial que os pa�ses tenham pol�ticas para prevenir que os jovens se tornem parte desse grupo ou que busquem ajud�-los a encontrar um emprego ou voltem a estudar", continua o documento.

 

Em agosto, um estudo da OIT (Organiza��o Internacional do Trabalho) mostrou que o Brasil tinha 23% da popula��o de 15 a 24 anos sem trabalhar e estudar. A m�dia mundial do desemprego juvenil � de 16,9%.

 

 

 

 

Michael Fran�a, doutor em teoria econ�mica pela USP e pesquisador do Insper, diz que o crescimento desse grupo � um indicativo ruim da economia do pa�s. Para ele, n�o � uma surpresa que o Brasil apare�a como um dos que t�m maior percentual de jovens nessa situa��o.

 

"N�o surpreende porque o pa�s tem virado as costas para os problemas sociais e econ�micos e eles est�o se agravando. Esses jovens s�o o retrato da falta de oportunidade, s�o um resultado de uma s�rie de direitos que foram negados a eles", diz o especialista.

 

O relat�rio destaca ainda que, no Brasil, s� 33% daqueles que acessam o ensino superior conseguem terminar a gradua��o dentro do tempo previsto. Quase metade (49%) s� conclui o curso depois de tr�s anos do prazo programado. O restante desiste da gradua��o ou termina em um tempo ainda maior.

 

Diversos estudos nacionais j� mostraram que as dificuldades financeiras � o principal motivo para a evas�o no ensino superior, tanto nas faculdades privadas como nas p�blicas. Em 2020, por exemplo, as universidades p�blicas brasileiras tiveram queda de 18,8% no n�mero de concluintes e redu��o de 5,8% de ingressantes.

 

 

 

 

Segundo o relat�rio da OCDE, uma forma de apoiar os jovens � ter pol�ticas p�blicas de assist�ncia estudantil para evitar a evas�o. O Brasil, no entanto, tem reduzido essa pol�tica.

 

Nos �ltimos dois anos, o governo Bolsonaro reduziu em 18,3% sem contar as perdas inflacion�rias — o or�amento do programa de assist�ncia estudantil nas universidades federais.

 

Ensino superior 

 

Outra a��o defendida pela OCDE � a amplia��o do acesso ao ensino superior. O Brasil tamb�m segue na contram�o dessa recomenda��o. Nos �ltimos anos, al�m de n�o ter havido a amplia��o de vagas em universidades federais, o pa�s teve o menor volume de benefici�rios em programas como Fies (Financiamento Estudantil) e ProUni (Programa Universidade para Todos).

 

"O pa�s tem feito tudo na contram�o do que se recomenda para ter uma economia saud�vel. E esse problema deve ser ainda mais grave futuramente, j� que a popula��o est� envelhecendo. Teremos uma popula��o mais velha e mais pobre, pressionando ainda mais os gastos do governo", diz Fran�a.

 

 

 

 

Segundo o relat�rio da OCDE, em todos os pa�ses analisados, a conclus�o do ensino superior est� associada a mais oportunidades de emprego e melhores sal�rios. Os dados analisados tamb�m indicam que, aqueles que t�m diploma universit�rio, foram os menos afetados por demiss�es durante a pandemia de Covid-19 ou recuperaram o emprego mais rapidamente.

 

"Os benef�cios da conclus�o do ensino superior no mercado de trabalho s�o especialmente fortes durante as crises econ�micas", diz Fran�a. Os dados mostram que no primeiro ano da pandemia, em 2020, o desemprego aumentou 2,3 pontos percentuais entre a popula��o geral de 25 a 34 anos e 3,5 pontos percentuais entre aqueles que s� tinham conclu�do a educa��o b�sica.

 

 

 


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