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Estado de Minas EM 3 MINUTOS

Quem �Vishal Garg, CEO que demitiu 900 empregados em reuni�o por Zoom

Estilo de gest�o de Vishal Garg j� havia sido criticado anteriormente %u2014 mas n�o � apenas a conduta do executivo com os funcion�rios que � alvo de pol�mica.


07/12/2021 11:44 - atualizado 07/12/2021 13:29


Vishal Garg
Vishal Garg (foto: Divulga��o)

O CEO de uma empresa americana foi criticado depois de demitir cerca de 900 de seus funcion�rios em uma �nica reuni�o via Zoom.

"Se voc� est� nesta teleconfer�ncia, voc� faz parte do grupo azarado que est� sendo demitido", afirmou Vishal Garg, CEO da empresa Better.com, durante a reuni�o, que posteriormente viralizou nas redes sociais.

A iniciativa gerou pol�mica e questionamentos entre aqueles que consideram que a empresa utilizou um m�todo "anti�tico", "duro" e "frio" para rescindir o contrato de seus funcion�rios, sobretudo �s v�speras do Natal.

"Da �ltima vez que fiz [isso], chorei", disse Garg � equipe durante a chamada de v�deo.

O n�mero de funcion�rios demitidos representa 15% da folha de pagamento da empresa.

O executivo explicou que por tr�s da decis�o est�o "o desempenho e a produtividade da equipe", al�m das "mudan�as no mercado".

Ele n�o mencionou, no entanto, a inje��o de capital de US$ 750 milh�es (R$ 4,2 bilh�es) que a Better.com recebeu de investidores na semana passada.

Um gestor pol�mico

Nascido na �ndia, Vishal Garg, de 43 anos, se mudou para Nova York com a fam�lia quando tinha sete anos.

Atualmente, � o CEO da Better.com, empresa americana do ramo de hipotecas que visa usar a tecnologia para tornar o processo de compra de im�vel "mais r�pido e eficiente".

Homem olhando para o laptop estressado
(foto: Getty Images)

Fundada por Garg em 2015, a companhia � respaldada pelo conglomerado japon�s Softbank e est� avaliada hoje em cerca de US$ 6 bilh�es (R$ 34 bilh�es).

O estilo de gest�o de Garg j� havia sido criticado anteriormente, sobretudo ap�s um e-mail que enviou � equipe e foi obtido pela revista Forbes no ano passado.

No e-mail, Garg escreveu: "Voc�s s�o MUITO LENTOS. S�o um bando de GOLFINHOS EST�PIDOS... APENAS PAREM. PAREM. PAREM AGORA MESMO. VOC�S EST�O ME ENVERGONHANDO."

Ap�s a not�cia da demiss�o em massa, a revista Fortune confirmou que Garg era o autor de uma postagem an�nima em um blog em que acusava funcion�rios que demitiu de "roubar" colegas e clientes por serem improdutivos.

No texto, o executivo tamb�m afirmava que eles trabalhavam apenas duas horas por dia, enquanto alegavam trabalhar oito horas ou mais.

Mas as pol�micas envolvendo Garg v�o al�m da conduta controversa com seus funcion�rios. Ele tamb�m � alvo de den�ncias de fraude e m� gest�o financeira.

De acordo com a revista Forbes, processos judiciais em andamento acusam Garg ou entidades que ele controla de atividade impr�pria e at� fraudulenta em dois empreendimentos anteriores e de apropria��o ind�bita de "dezenas de milh�es de d�lares".

De acordo com a reportagem, um dos processos foi aberto por seu ex-s�cio e amigo de faculdade, Raza Khan, que o acusa de ter transferido indevidamente US$ 3 milh�es (R$ 17 milh�es) de uma empresa de software que ambos abriram juntos para sua conta banc�ria pessoal e, em seguida, ter usado a tecnologia supostamente roubada para ajudar a construir a Better.com.

Ainda segundo a Forbes, o executivo nega as acusa��es e est� contra-atacando com um processo, em uma batalha judicial que se arrasta por quase uma d�cada.

A disputa � t�o acirrada que Garg teria amea�ado em um dos depoimentos "grampear (o ex-amigo) contra a p*** de uma parede e queim�-lo vivo." Mais tarde, ele teria, no entanto, se desculpado pela declara��o.

"N�o podemos comentar sobre processos em andamento, mas estamos seguros de que essas acusa��es s�o infundadas", teria dito um porta-voz da Better.com, segundo a Forbes.

O an�ncio de demiss�o em massa

"Ol� a todos, obrigado pela presen�a. N�o venho a voc�s com boas not�cias. O mercado mudou, como voc�s sabem, e temos que seguir em frente para sobreviver para que possamos continuar a prosperar e cumprir nossa miss�o.

"N�o � uma not�cia que voc�s v�o querer ouvir, mas no fim das contas a decis�o foi minha, e eu queria que voc�s ouvissem de mim. Foi uma decis�o muito, muito desafiadora de tomar. � a segunda vez na minha carreira que estou fazendo isso, e n�o quero fazer isso. A �ltima vez que fiz, eu chorei. Desta vez, espero ser mais forte. Mas estamos demitindo cerca de 15% da empresa por [uma s�rie de] motivos: o mercado, efici�ncia, desempenho e produtividade."

"Se voc� est� nesta teleconfer�ncia, voc� faz parte do grupo azarado que est� sendo demitido. Seu contrato aqui foi rescindido. Com efeito imediato."

'Eu falhei'

A Business Insider informou que, ap�s demitir os 900 funcion�rios, Garg realizou uma reuni�o subsequente com os empregados restantes.

O executivo teria dito � equipe que a Better.com recrutou um grande n�mero de funcion�rios durante a pandemia, mas que muitas contrata��es se revelaram um equ�voco.

"Hoje, reconhecemos que contratamos em excesso e contratamos pessoas erradas e, ao fazer isso, fracassamos."

"Eu falhei. N�o fui disciplinado nos �ltimos 18 meses."

O diretor financeiro da Better.com, Kevin Ryan, disse que "ter que conduzir demiss�es � desolador, especialmente nesta �poca do ano".

Mas acrescentou que ter "um balan�o patrimonial forte e uma for�a de trabalho reduzida e concentrada" era necess�rio para fazer frente ao "mercado imobili�rio em evolu��o radical".

'Empatia importa'

Ann Francke, diretora-executiva do Chartered Management Institute do Reino Unido, criticou a forma como os funcion�rios foram demitidos.

"Gestores ruins v�o demitir pessoas de forma ruim, seja virtualmente ou pessoalmente", disse ela ao programa Today da BBC.

"Mas a maneira insens�vel como esta (demiss�o) foi conduzida foi potencializada pelo fato de que foi feita neste tipo de estilo virtual e bastante insens�vel."

"O que sabemos na pandemia � que a empatia importa."

Para Francke, a maneira como Garg demitiu sua equipe pode ter um efeito nos neg�cios futuros da Better.com.

"Este � um neg�cio voltado para o cliente, eles est�o tentando oferecer financiamento imobili�rio �s pessoas. Tenho certeza de que muitos clientes ou clientes em potencial est�o pensando: 'Caramba, se eles tratam seus funcion�rios dessa maneira, me pergunto como eles tratam seus clientes'."

'H� maneiras decentes'

Gemma Dale, professora de direito do trabalho e estudos de neg�cios na Liverpool John Moores University, no Reino Unido, tamb�m acredita que essa "n�o era a maneira de liderar uma organiza��o".

Uma demiss�o em massa como esta n�o seria legal no Reino Unido, segundo ela.

"S� porque voc� pode fazer isso nos EUA, n�o significa que voc� deveria", acrescentou. "H� maneiras de fazer essas coisas que, mesmo em condi��es dif�ceis, s�o emp�ticas e decentes."

Na opini�o dela, isso pode prejudicar a empresa e tamb�m seus funcion�rios, j� que "os funcion�rios existentes v�o ver como a empresa trata as pessoas como um sinal de como as tratar� no futuro".

"H� canais adequados para lidar com funcion�rios que n�o atendem aos padr�es exigidos ou ao volume de trabalho e, embora os empregadores tenham o direito de tomar as medidas adequadas, existe uma maneira correta de fazer essas coisas tanto moralmente como legalmente", avalia.

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