As matr�culas do segundo semestre de 2015 nas institui��es de ensino superior t�m sido prejudicadas por dificuldades no preenchimento das vagas oferecidas no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Pessoas do setor relatam que h� alunos na lista de espera aguardando vagas. Ao mesmo tempo, a imposi��o de crit�rios mais r�gidos para os alunos tamb�m afeta a demanda.
Diferentes executivos de empresas de educa��o ouvidos pelo Broadcast, servi�o em tempo real da Ag�ncia Estado, consideram que as novas regras estabelecidas pelo Minist�rio da Educa��o trouxeram alguns transtornos na opera��o de matr�culas das empresas, em parte tamb�m porque as institui��es n�o conseguiram prever ao certo como seria a distribui��o e preenchimento das vagas.
Segundo uma fonte, h� cursos que t�m alunos em lista de espera, mas a demora � grande at� que as matr�culas deles possam ser efetivadas. Cada aluno selecionado precisa ter documentos revisados e passar por aprova��o nas institui��es financeiras que operam o Fies, algo que pode levar at� 20 dias. "A lista de espera j� est� rodando, mas o processo � muito lento", reclama. Uma demanda do setor � que o controle dessa lista seja feito pelas pr�prias institui��es para evitar que alunos entrem j� no fim do semestre e acabem reprovando por notas baixas, como pode ocorrer agora.
Al�m disso, o setor lida com uma restri��o na demanda de alunos. "A demanda de alunos nos cursos n�o vai ser a mesma que era antes porque h� restri��es fortes para selecionar os estudantes" diz o diretor executivo do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), Rodrigo Capelato.
Neste semestre, o MEC passou a fazer no Fies a sele��o de alunos para as vagas por meio de um sistema que segue regras como exig�ncia de nota m�nima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino M�dio. Com isso, � poss�vel que algumas institui��es que t�m bastante vagas para ofertar n�o estejam atingindo um publico qualificado o suficiente para o programa, segundo as limita��es do MEC. Al�m da exig�ncia de nota do Enem, o MEC passou a estabelecer limita��o de renda. O p�blico-alvo do programa foi redimensionado para alcan�ar os estudantes cuja renda familiar per capita seja de at� 2,5 sal�rios m�nimos. At� o �ltimo ciclo, podiam pedir financiamento estudantes com renda familiar mensal de at� 20 sal�rios m�nimos.
Mesmo algumas das vagas que t�m dono ficam mais dif�ceis de gerir. Em alguns casos, o MEC selecionou para a vaga alunos que n�o tinham feito o vestibular da institui��o, reclama um gestor de uma faculdade paulista. J� numa universidade do Rio Grande do Sul, um diretor conta que o vestibular s� � feito uma vez por ano, mas alunos selecionados pelo sistema do Fies teriam que come�ar a estudar com o curso j� em andamento. Por causa disso, h� o risco de eles desistirem e a vaga ficar sem preenchimento.
Em relat�rio sobre os n�meros da Anima Educa��o, o BTG Pactual destacou que a "convers�o" no Fies se tornou uma preocupa��o. Os analistas Fabio Levy e Rodrigo Gastim comentam que o baixo n�vel de preenchimento das vagas "ascende uma luz amarela para os pr�ximos ciclos de capta��o de alunos".
A expectativa de alguns executivos no setor, por�m, � de que o problema seja melhor resolvido a partir de 2016. A melhor divulga��o das novas regras do Fies e ajustes nos processos burocr�ticos nas universidades poderiam acelerar o preenchimento das vagas.