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Estado de Minas

Frequ�ncia escolar despenca entre os ensinos fundamental e superior em MG

Minas Gerais passa do 2� para 12� lugar no ranking nacional de presen�a dos estudantes em sala de aula ao longo dos anos de estudo


postado em 03/12/2016 06:00 / atualizado em 03/12/2016 09:04

Alunos do ensino fundamental em escola municipal de BH: nas primeiras séries, o acesso à educação é praticamente universal em Minas(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS - 10/05/2016)
Alunos do ensino fundamental em escola municipal de BH: nas primeiras s�ries, o acesso � educa��o � praticamente universal em Minas (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A PRESS - 10/05/2016)
Nos nove primeiros anos da vida escolar, acesso praticamente universal �s salas de aula. Mas passado o ensino fundamental, onde a frequ�ncia das crian�as mineiras � a segunda maior do Brasil, abrangendo 98,6% da faixa et�ria de 6 a 14 anos, os estudantes de Minas Gerais come�am a debandar.

Entre os que abandonam definitivamente ou por algum tempo os estudos, o retrato da frequ�ncia mineira �s salas de aula despenca para a 8ª coloca��o nacional no ensino m�dio (15 a 17 anos) e para a 12ª no superior (18 a 24 anos), com �ndices de frequ�ncia de 61% e 19,8%, respectivamente.

Esse � o preocupante retrato da forma��o dos jovens no estado mostrado na S�ntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), referente a dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) 2015 e de outros levantamentos. A pesquisa aponta tamb�m que Minas Gerais � um estado que padece com a informalidade, falta de saneamento, urbaniza��o e excesso de viol�ncia.

Gargalo do ensino nacional e detentor dos mais altos �ndices de evas�o e reprova��o do pa�s, o ensino m�dio tem sido alvo de discuss�es e pol�micas para sua remodela��o, que culminaram com o Plano Federal de Educa��o, uma proposta que gerou protestos e ocupa��es de escolas e universidades em todo o pa�s. Entre as medidas impopulares dessa proposta est�o o fim da obrigatoriedade de mat�rias como educa��o f�sica, artes, religi�o e filosofia e tamb�m uma amplia��o gradual da carga hor�ria de 800 horas anuais para 1.400.

A proposta aguarda aprecia��o do Congresso Nacional. Para a pedagoga com mestrado em educa��o Jane Patr�cia Haddad, a forma como ocorre a transi��o do ensino fundamental para o m�dio propicia esse abandono. “A mudan�a representa tamb�m a sa�da da educa��o municipal para a estadual, que � um grande gargalo, pois as escolas municipais investem mais em estrutura e em forma��o do professor. Os jovens tamb�m acabam por enfrentar a necessidade de ter um emprego, ainda que um subemprego, e isso muitas vezes os tira da escola”, afirma a especialista.

A pedagoga concorda que mudan�as no ensino m�dio precisam ser feitas, mas n�o apoia o projeto do governo federal. “O atual ensino n�o atende � juventude. Temos percebido que quando os jovens atingem os 18 anos tendem a eliminar o ensino m�dio, por ser uma educa��o que n�o est� fazendo sentido. Teria de passar por reformula��o estrutural e n�o apenas curricular. Temos de escutar esses jovens e trabalhar num conceito de mobiliza��o cultural”, disse.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)

A pesquisa do IBGE � relativa � frequ�ncia l�quida dos alunos, que busca saber se a pessoa entrevistada frequenta a escola no n�vel que deveria pela idade. J� a frequ�ncia bruta avalia apenas se a pessoa est� ou n�o na escola. Nesse quesito, tamb�m, Minas est� abaixo do Brasil (26,8%) com 25,2%”, aponta a analista do IBGE, Luciene Longo. Essa taxa � maior entre a popula��o de 6 a 10 anos, onde a cobertura mineira (99,2%) � melhor que a nacional (98,9%). J� a taxa de frequ�ncia l�quida – dentro da idade esperada para o ensino – dessa popula��o, cuja faixa et�ria condiz com os anos iniciais do ensino fundamental, era de 91,4% no Brasil e 95,3% em MG.

Urbaniza��o abaixo da m�dia brasileira
Um estado que ainda carece de investimentos em urbaniza��o e de grande informalidade. Esse � o retrato de Minas Gerais, segundo a S�ntese de Indicadores Sociais, divulgada ontem pelo IBGE, baseada em dados de 2015. A taxa de urbaniza��o do estado � de 84%, sendo inferior � do Sudeste brasileiro, de 93,1%, e abaixo da m�dia nacional, de 84,7%. “Diferentemente de lugares menores e de intensa concentra��o urbana, como o Rio de Janeiro e S�o Paulo, Minas Gerais � mais extenso e tem grandes �reas rurais”, destaca a analista do IBGE Luciene Longo.

A informalidade no mercado de trabalho atinge 41,1% dos mineiros de 16 anos ou mais ocupados, um �ndice superior a todos os demais estados do Sudeste, sendo que no Esp�rito Santo esse total � de 38,2%, no Rio de Janeiro chega a 32,9% e em S�o Paulo n�o passa de 27,6%. A informalidade mineira, no entanto, ainda fica um pouco abaixo da m�dia brasileira, que � de 41,9%.

Em rela��o aos tr�s servi�os b�sicos de saneamento, que s�o o abastecimento de �gua por rede geral, o esgotamento sanit�rio por rede coletora ou pluvial e a coleta de lixo, a cobertura de munic�pios mineiros chega a 77,6% dos domic�lios, um n�mero que supera a m�dia nacional, de 63%. Contudo, a situa��o � extrema nas �reas rurais mineiras, onde apenas 10% disp�em de �gua encanada, esgoto e coleta de lixo ao mesmo tempo. Minas Gerais tem ainda o pior �ndice do Sudeste quanto a crian�as de 0 a 14 anos sem nenhum dos tr�s servi�os b�sicos de saneamento, com 8,7% desse total, contra a m�dia de 3,1% da regi�o.

A pesquisa tamb�m trouxe um retrato mais atual do mineiro e de sua fam�lia – uma vez que 91,8% da popula��o do estado nasceu em Minas – em rela��o aos brasileiros. A taxa de fecundidade total das mulheres em Minas Gerais se mostrou menor do que no Brasil, com as mineiras gerando em m�dia 1,59 filho, ao passo que no Brasil a m�dia � de 1,72 filho. A gravidez na adolesc�ncia (15 a 19 anos) tamb�m ficou menor no estado (47 filhos por mil mulheres) em compara��o com a m�dia brasileira (59,4).

Em rela��o � mortalidade infantil, Minas Gerais apresenta uma taxa inferior � m�dia nacional, com 11,4 �bitos por mil nascidos vivos contra 13,8. A esperan�a de vida ao nascer do mineiro chega a 77 anos, tamb�m superior � m�dia do brasileiro, de 75,4 anos. A viol�ncia � destaque negativo. No Brasil, entre as pessoas de 18 anos ou mais, 3,1% relataram que sofreram alguma viol�ncia ou agress�o cometida por bandido, ladr�o ou assaltante, �ndice superado em Minas, chegando a 3,7%. No caso de agressores conhecidos, como parentes, vizinhos ou amigos, o Brasil apresenta 2,4% de ocorr�ncia e Minas 3,6%, o maior percentual do Sudeste brasileiro.


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