Mais um diagn�stico confirma o estado cr�nico no qual se encontra a educa��o brasileira. Ontem, o Minist�rio da Educa��o (MEC) divulgou os resultados do �ndice de Desenvolvimento da Educa��o B�sica (Ideb) 2017. No ensino m�dio, nenhum estado do pa�s atingiu a meta, superada apenas nos anos iniciais do ensino fundamental. Nos anos finais desse ciclo, apenas sete alcan�aram o �ndice proposto para este ano. Minas Gerais, al�m de n�o fazer parte desse seleto grupo, ganhou destaque nacional por ser o �nico a registrar queda em rela��o � edi��o anterior da avalia��o.
Os dados sacramentam os n�meros divulgados na semana passada pelo Sistema de Avalia��o da Educa��o B�sica (Saeb), segundo os quais � p�fio o aprendizado em portugu�s e matem�tica dos alunos do 5º e 9º ano do ensino fundamental e da 3ª s�rie do n�vel m�dio. Com essa defici�ncia comprovada, n�o poderia ser outro o resultado do Ideb. Ap�s tr�s edi��es consecutivas sem altera��o, o Ideb do ensino m�dio avan�ou apenas 0,1 ponto em 2017. Apesar do crescimento observado, o pa�s est� distante da meta projetada. De 3,7 em 2015, atingiu 3,8 em 2017. A meta estabelecida para 2017 � de 4,7. “Foi um crescimento inexpressivo. Estamos muito distantes das metas propostas. � mais uma not�cia tr�gica para o ensino m�dio do Brasil”, destacou o ministro da Educa��o, Rossieli Soares.
Em Minas, houve crescimento de 0,2 ponto, saindo de 3,7 em 2015 para 3,9 este ano. O Ideb � uma iniciativa do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais An�sio Teixeira (Inep), vinculado ao MEC, para medir o desempenho do sistema educacional brasileiro a partir da combina��o entre a profici�ncia obtida pelos estudantes no Saeb e a taxa de aprova��o, indicador que tem influ�ncia na progress�o dos estudantes entre etapas/anos na educa��o b�sica. Ele tem uma escala que vai de 0 a 10 e � feito a cada dois anos. Em cada edi��o, uma meta � estabelecida.
O pa�s segue melhorando seu desempenho nos anos iniciais do ensino fundamental, alcan�ando em 2017, um �ndice igual a 5,8. A meta proposta foi superada em 0,3 ponto. Oito estados alcan�aram um Ideb maior ou igual a 6: Minas Gerais (6,5), S�o Paulo (6,6), Esp�rito Santo (6), Cear� (6,2), Paran� (6,5), Santa Catarina (6,5), Goi�s (6,1) e Distrito Federal (6,3). Cear�, Alagoas e Piau� apresentaram os maiores crescimentos no per�odo.
Os resultados do Ideb mostram que, apesar de o pa�s ter melhorado seu desempenho nos anos finais do ensino fundamental, alcan�ando, em 2017, um �ndice igual a 4,7, a meta proposta, de 5, n�o foi atingida. Al�m de n�o atingir a m�dia prevista, Minas Gerais caiu 0,1 ponto, saindo h� dois anos de 4,8 para 4,7, em 2017.
A presidente-executiva do Todos Pela Educa��o, Priscila Cruz, ressalta que por essas �ltimas avalia��es � poss�vel verificar que em meio ao cen�rio alarmante se observam rea��es de algumas redes de ensino e melhoras significativas, at� mesmo no ensino m�dio. “Mas, apesar de ter um dos sistemas de avalia��o educacional mais robustos do mundo e de haver redes de ensino consolidando bons resultados, o Brasil ainda n�o consegue transformar evid�ncias em pol�ticas educacionais de maneira estrat�gica”, destaca. “O pa�s precisa de um plano estrat�gico para efetivar mudan�as estruturantes na educa��o b�sica p�blica de maneira sist�mica, uma vez que uma �nica medida, mesmo bem implementada, n�o consegue promover o salto de qualidade e equidade que precisamos. O Brasil precisa de educa��o j�”, adverte.
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Educa��o lembrou que, nos anos iniciais, a rede passou de 6,1 (2015) para 6,3 (2017). Nos anos finais, saiu de 4,8 (2015) para 4,9 (2017). “Belo Horizonte apresentou, ainda, o melhor resultado, tanto nos anos iniciais quanto nos finais, entre as capitais do Sudeste”, diz o texto. A rede municipal n�o oferece ensino m�dio.
Tamb�m por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educa��o afirmou que vem trabalhando para melhorar a qualidade da educa��o ofertada na rede estadual de ensino em todos os n�veis. Entre as medidas planejadas para reduzir as desigualdades e melhorar o aprendizado dos estudantes est� o investimento em forma��o dos professores de matem�tica e l�ngua portuguesa.