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Estado de Minas

Faculdade de Direito dividida sobre trote preconceituoso dentro da UFMG


postado em 20/03/2013 06:00 / atualizado em 20/03/2013 06:49

(foto: Reprodução/Facebook)
(foto: Reprodu��o/Facebook)

Nas depend�ncias da Faculdade de Direito da UFMG, � f�cil encontrar pessoas conversando sobre o trote feito na sexta-feira. O assunto provoca muitas diverg�ncias na comunidade acad�mica, como se verificou na tarde de ontem, na assembleia convocada pelo Centro Acad�mico Afonso Pena (Caap) para discutir o tema. Cerca de 300 estudantes de diferentes cursos lotaram um p�tio no terceiro andar do pr�dio. A maioria dos que falaram ao microfone repudia o que ocorreu, mas alguns consideram que tudo n�o passou de brincadeira de mau gosto.


Quase todas as cr�ticas mencionaram apenas uma das duas fotos divulgadas ontem: aquela em que uma caloura, com o corpo tingido de preto, tem uma corrente atando suas m�os, puxada por um veterano, e uma placa em que se l� “caloura Chica da Silva”, em refer�ncia � escrava mais c�lebre de Minas. “Pode parecer uma brincadeira, mas n�o �. Racismo mata, estigmatiza”, disse Ana Guedes, de 20 anos, estudante do quinto per�odo de direito. Aluna do curso de psicologia, Andressa de Ara�jo Moreira, de 25, sugeriu que os veteranos envolvidos no incidente se retratassem. “N�o foi apenas um trote, mas sim um crime”, defendeu.

O �nico professor a discursar foi Rodrigo Edenilson de Jesus, da Faculdade de Educa��o. “As fotos me chocaram. Trata-se de discrimina��o e racismo”, afirmou. Nenhum dos discursos foi aplaudido com unanimidade. Para mostrar que discordava, parte da plateia n�o se manifestava. Estudante de direito, Fernando Morais, de 22, defendeu os colegas que realizaram o trote e chegou a ser vaiado. “N�o acho razo�vel trat�-los como criminosos. Voc� pode ficar ofendido, foi uma brincadeira de mau gosto. Mas n�o houve dolo”, alegou. Depois da assembleia, grupos de estudantes continuaram a discutir em frente ao pr�dio da faculdade. Um deles foi criticado aos berros por colegas, ao falar, em entrevista a jornalistas, que um dos sinais de que a faculdade n�o � racista � o fato de ser “um macaco” o s�mbolo da Associa��o Atl�tica Acad�mica da institui��o.

Medo Amigo de veteranos que participaram do trote, Victor contou que eles est�o amedrontados com a notoriedade que o caso ganhou. “Eles queriam falar aqui, mas sabem que seriam vaiados”, relatou. Uma estudante do segundo per�odo do curso, que n�o quis se manifestar, disse que viu os trotes e conhece os envolvidos. “T� todo mundo com medo de falar”, confirmou. “As fotos s�o nojentas, mas foram divulgadas fora do contexto.”

Presidente do Caap, Felipe Galo disse que os veteranos envolvidos decidiram n�o se manifestar, por enquanto. Na assembleia, ficou decidida a cria��o de um grupo de trabalho para promover semin�rios sobre preconceito e um ato p�blico em rep�dio a trotes. O  Caap divulgou nota em que “repudia veementemente a atitude ocorrida, bem como o ass�dio virtual que tem reca�do sobre os protagonistas das fotos”. Segundo a nota, o incidente foi uma “afronta a garantias constitucionais, como a dignidade da pessoa humana”. O centro ainda reconheceu “que sua omiss�o foi um erro”, ao permitir o trote.


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