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Estado de Minas

Mesmo proibidos, trotes s�o frequentes na UFMG

Ap�s a��o de teor racista e nazista na Faculdade de Direito, UFMG forma comiss�o de investiga��o, mas admite que pr�tica � dif�cil de coibir e ocorre em muitas unidades. Alunos relatam que houve outros casos este ano


postado em 20/03/2013 06:00 / atualizado em 20/03/2013 06:49

O regulamento geral da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pro�be o trote, a dire��o da institui��o prometeu toler�ncia zero  no ano passado, mas a realidade na universidade � bem diferente. Al�m dos veteranos da Faculdade de Direito, que na semana passada submeteram calouros a trote com conota��es racistas e refer�ncias ao nazismo, a pr�tica de constranger novatos continua em muitas unidades. Alunos da UFMG relataram que pelo menos mais tr�s cursos j� promoveram trotes este ano e que outros planejam faz�-lo. E a pr�pria dire��o da universidade reconheceu ontem que o ocorrido na Faculdade de Direito n�o � caso isolado e que � dif�cil controlar os estudantes.


“Todas as unidades t�m trotes, marcados pelas redes sociais, e muitos acontecem at� fora do c�mpus. Eles fogem ao nosso controle”, admitiu a vice-reitora da UFMG, Rocksane de Carvalho Norton. “H� um limite muito t�nue entre o constrangimento e a aceita��o do ato volunt�rio de um jovem, mas entendemos que qualquer um implica opress�o”, acrescentou. Ontem, a Faculdade de Direito montou uma comiss�o para investigar os alunos que participaram do trote na institui��o. Todas as informa��es sobre os estudantes ser�o consideradas e a apura��o vai extrapolar aqueles que aparecem nas fotos, ou seja, todos que participaram do planejamento do trote ser�o investigados e poder�o ser punidos. “O trote certamente envolveu um n�mero grande de pessoas”, disse Rocksane. Nas fotos, divulgadas por meio de rede social, uma jovem aparece pintada de preto e carrega placa onde se l� “Caloura Chica da Silva” e um grupo de estudantes faz sauda��o semelhante a dos nazistas ao lado de um calouro amarrado a uma pilastra – um dos alunos pintou um bigode parecido ao do ditador Adolf Hitler.

Segundo a vice-reitora, possivelmente os jovens que est�o nas fotos j� foram identificados. Todos podem ser penalizados com suspens�o ou mesmo o desligamento do curso. “O que nos assustou neste caso do direito foi ter acontecido nas depend�ncias da faculdade, com tom agressivo, fascista e machista.”

Trotes constantes Al�m da pr�pria dire��o da UFMG, estudantes ouvidos pelo Estado de Minas relatam que os trotes continuam. S� este ano, segundo alunos, pelo menos tr�s turmas da Escola de Engenharia j� desrespeitaram a regra que pro�be trote dentro da universidade. Estudantes de outros dois cursos afirmaram que trotes estavam programados para os pr�ximos dias. Na turma do 1° per�odo do curso de engenharia de produ��o, alunos j� foram pintados, fantasiados e tiveram de levar o material escolar em sacos de lixo. A caloura B�rbara Lu�sa Silva Mendes, de 18 anos, presenciou os trotes. Ela conta que uma de suas maiores preocupa��es antes de entrar na universidade era a possibilidade de ser v�tima de atitudes violentas. “Sempre tive medo, porque via o que era feito em outros cursos. Sou muito sens�vel, choro f�cil, e tinha receio de que fizessem alguma coisa que eu n�o gostasse”.

Um dos alunos pintou um bigode parecido ao do ditador Adolf Hitler(foto: Reprodução/Facebook)
Um dos alunos pintou um bigode parecido ao do ditador Adolf Hitler (foto: Reprodu��o/Facebook)
Trotes tamb�m ocorreram no curso de engenharia de minas. Estudantes do 1° per�odo tiveram os sapatos escondidos e houve batismo com cacha�a, segundo a aluna Bruna Oliveira Froes Canesso, de 19 anos. “N�o fizeram nada comigo, porque eu disse que n�o gosto das brincadeiras e eles respeitaram. Como o curso � composto por uma maioria masculina, eles pegam pesado com os homens”, conta. Tamb�m h� informa��es de que os calouros da engenharia civil teriam sido alvo de trote. Na turma do 1° per�odo de engenharia ambiental, os alunos j� est�o cientes da pr�tica. “Ainda n�o teve trote, mas pelo que vejo n�o v�o pegar pesado”, acredita o calouro Jo�o Vitor Campos. Estudantes da comunica��o social tamb�m relataram que um trote estava planejado para os pr�ximos dias.

Campanha O presidente do Diret�rio Acad�mico da Escola de Engenharia Renan Damazio reconhece que n�o ha controle sobre os trotes. Ele diz que o diret�rio realiza uma campanha no in�cio de cada semestre com os alunos veteranos numa tentativa de inibir a realiza��o de brincadeiras de mau gosto contra os calouros, mas que a organiza��o � feita de forma independente pelos estudantes do 2° per�odo. “N�o temos muito controle sobre isso, assim como a escola tamb�m n�o tem. Esse � um problema que est� em toda a universidade”, observa.

 


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