O regulamento geral da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pro�be o trote, a dire��o da institui��o prometeu toler�ncia zero no ano passado, mas a realidade na universidade � bem diferente. Al�m dos veteranos da Faculdade de Direito, que na semana passada submeteram calouros a trote com conota��es racistas e refer�ncias ao nazismo, a pr�tica de constranger novatos continua em muitas unidades. Alunos da UFMG relataram que pelo menos mais tr�s cursos j� promoveram trotes este ano e que outros planejam faz�-lo. E a pr�pria dire��o da universidade reconheceu ontem que o ocorrido na Faculdade de Direito n�o � caso isolado e que � dif�cil controlar os estudantes.
Segundo a vice-reitora, possivelmente os jovens que est�o nas fotos j� foram identificados. Todos podem ser penalizados com suspens�o ou mesmo o desligamento do curso. “O que nos assustou neste caso do direito foi ter acontecido nas depend�ncias da faculdade, com tom agressivo, fascista e machista.”
Trotes constantes Al�m da pr�pria dire��o da UFMG, estudantes ouvidos pelo Estado de Minas relatam que os trotes continuam. S� este ano, segundo alunos, pelo menos tr�s turmas da Escola de Engenharia j� desrespeitaram a regra que pro�be trote dentro da universidade. Estudantes de outros dois cursos afirmaram que trotes estavam programados para os pr�ximos dias. Na turma do 1° per�odo do curso de engenharia de produ��o, alunos j� foram pintados, fantasiados e tiveram de levar o material escolar em sacos de lixo. A caloura B�rbara Lu�sa Silva Mendes, de 18 anos, presenciou os trotes. Ela conta que uma de suas maiores preocupa��es antes de entrar na universidade era a possibilidade de ser v�tima de atitudes violentas. “Sempre tive medo, porque via o que era feito em outros cursos. Sou muito sens�vel, choro f�cil, e tinha receio de que fizessem alguma coisa que eu n�o gostasse”.

Campanha O presidente do Diret�rio Acad�mico da Escola de Engenharia Renan Damazio reconhece que n�o ha controle sobre os trotes. Ele diz que o diret�rio realiza uma campanha no in�cio de cada semestre com os alunos veteranos numa tentativa de inibir a realiza��o de brincadeiras de mau gosto contra os calouros, mas que a organiza��o � feita de forma independente pelos estudantes do 2° per�odo. “N�o temos muito controle sobre isso, assim como a escola tamb�m n�o tem. Esse � um problema que est� em toda a universidade”, observa.