O Minist�rio P�blico (MP) estadual denunciou seis pessoas ligadas � fabricante de medicamentos Hipolabor por adultera��o de rem�dios e forma��o de quadrilha. Os s�cios da empresa – Ildeu de Oliveira Magalh�es e Renato Alves da Silva (qu�mico respons�vel) – s�o acusados de montar um esquema de falsifica��o de medicamentos tendo como finalidade comercializar os produtos a pre�os mais baratos em rela��o aos praticados pelos concorrentes. O inqu�rito, assinado pelo delegado Denilson Gomes, aponta a possibilidade de uma pessoa em Goi�s ter sido morta tr�s dias depois de ter substitu�do o rem�dio para tratamento de arritmia card�aca por um gen�rico fabricado pela Hipolabor, mas o n�mero de v�timas � considerado “incalcul�vel” pelo MP.
As investiga��es relacionadas ao laborat�rio come�aram no primeiro semestre de 2011, a partir da Opera��o Panaceia. � �poca, a empresa foi acusada de praticar crimes de sonega��o fiscal, fraude em licita��es, concorr�ncia desleal e adultera��o de medicamentos, sendo suspeita da morte de mulheres gr�vidas em Santa Luzia, na Grande BH. Mas, depois de interfer�ncia judicial, a Pol�cia Civil assumiu as investiga��es, decidindo desmembrar o inqu�rito em dois, focando inicialmente na apura��o relacionada � adultera��o de rem�dios. Laudos t�cnicos emitidos pela Funda��o Ezequiel Dias (Funed) e laborat�rios credenciados em outros estados confirmaram o dolo. “Em alguns casos eles fabricavam o produto com f�rmula diferente da registrada na Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). Em outros, depois de terem o registro cancelado, entre outros porque o rem�dio n�o tinha a efic�cia terap�utica esperada, era dada continuidade � produ��o”, explica o delegado.
Dard�nia � uma das quatro funcion�rias denunciadas pelo MP. Al�m dela e dos s�cios, est�o na lista Eveline Ara�jo Gomes, Rita de C�ssia Silva Mendes e Jos� Aur�lio Quint�o Sarmento. O nome de Quint�o � citado em uma intercepta��o telef�nica entre dois funcion�rios: “O neg�cio da Anvisa n�o foi bobagem. Tinha muita coisa ruim, o Aur�lio � um cara muito doido e cada dia que passa eu tenho mais certeza disso. O Aur�lio corria o risco de ser preso como respons�vel t�cnico, e ainda ia me levar junto”, diz um trecho da escuta.
Respons�vel pelo indiciamento, a promotora de Sabar� Ana Carolina Zambom Pinto Coelho afirma que “as condutas adotadas pelos envolvidos s�o grav�ssimas, pondo em risco toda a popula��o”. Sobre o n�mero de v�timas, ele diz ser “incalcul�vel” e que muitos podem ser at� morrido. “Na verdade, as pessoas que tomam os medicamentos j� est�o debilitadas”, pontua ela, ressaltando que o rem�dio pode agravar a situa��o. No caso da v�tima de Goi�s, o homem iniciou o tratamento e, de imediato, relatou a inefic�cia ao filho. No terceiro dia, ele teve uma parada card�aca e morreu. As penas para os crimes podem variar de 11 a 18 anos, sendo o crime de adultera��o de medicamento qualificado como hediondo. A partir de agora, o delegado deve focar no inqu�rito para apurar a rela��o dos outros crimes.