
H� 10 anos na milit�ncia da causa dos animais, a professora e ativista teme que os c�es "caiam nas m�os de criadores" ou de gente covarde, de pouca responsabilidade. Reconhece que os bichos s�o bem tratados pela PM, mas n�o aceita a ideia de "comercializa��o". N�o acha correto o leil�o. "N�o queremos pol�mica com a pol�cia. Queremos apenas o melhor para os c�es", defende. Gra�a, da Comiss�o Institucional de Sa�de Humana na Rela��o com os Animais, do Conselho Municipal de Sa�de, acredita em di�logo pac�fico pelo melhor futuro dos c�es policiais, j� que, casada com coronel, diz saber do carinho e respeito que os policiais t�m pelos companheiros de quatro patas.
Alheios � mobiliza��o dos ativistas, os c�es esperam os desdobramentos da a��o. Em fila, d�ceis e obedientes, chamam a aten��o pela beleza e pela postura serelepe, cheios de vida – dos 10, apenas dois pastores t�m 8 anos. Ainda assim, maduros, apresentam-se fortes como os mais jovens. As cadelas Anny e Angra, de acordo com avalia��es t�cnicas, deram sinais de que querem se aposentar. N�o est�o 100% dispostas para o trabalho policial – faro, captura, policiamento e demonstra��o. Odim, o belo pastor de 4 anos e olhos infantis, pr�ximo ao cercado, em sil�ncio, pede para sair. Simp�tico, parece estar � espera de uma crian�a qualquer para traquinar.
Como Odim, outros c�es jovens – Atos, de 3, Naruto, de 2, N�on, de 2, Alva, de 3, e Alma, de 3 – n�o est�o "dispostos" a continuar na PM. Querem baixa do servi�o militar. Capit�o C�ssio Ant�nio dos Santos, de 36, defensor dos animais da corpora��o, explica que as particularidades dos bichos precisam ser respeitadas: "� como gente. Tem gente que tem voca��o para ser jornalista. Tem gente que tem voca��o para ser da pol�cia". O oficial, com 19 anos de carreira, est� h� apenas dois meses no canil. Vindo do trabalho na academia, na forma��o de militares, capit�o C�ssio critica a a��o dos ativistas no que se refere aos c�es da pol�cia.
"� um processo que d� lisura ao encaminhamento dos c�es. N�o podemos dizer para o policial levar o c�o para casa. Com o leil�o, damos oportunidade para que a sociedade participe", ressalta o capit�o. Do outro lado, representante do MMDA fala em fim de explora��o e escravid�o. "Estamos empenhados, juntos �s tr�s esferas do poder p�blico, para que os c�es sejam encaminhados � ado��o e n�o ao com�rcio", diz Adriana Cristina Ara�jo, de 42. A servidora p�blica, "ativista desde crian�a", sonha com o fim do trabalho for�ado de qualquer natureza para os animais.