Clarisse Souza, Landercy Hemerson, Patricia Giudice e Paula Sarapu

Seis equipes e uma miss�o: testar a rapidez de atendimento do sistema de t�xi de Belo Horizonte. No momento em que cerca de 600 novos profissionais se preparam para entrar na pra�a ap�s licita��o da BHTrans e aplicativos chegam aos smarphones prometendo facilitar a vida de quem precisa do servi�o, o desafio – al�m de conseguir um taxista livre, evidentemente – � saber qual forma de pedir o t�xi � a mais eficiente. Feitas as contas, a surpresa: a tecnologia, ainda que promissora, deixou a desejar. Nos testes, apelar para o pedido virtual revelou-se a forma mais lenta de conseguir o transporte. Em tempos de “ligue-t�xis” e aplicativos de �ltima gera��o, o m�todo mais simples ainda se revelou – acredite – tirar os dedos do teclado e estend�-los na cal�ada. H� quem aposte, por�m, que os pedidos via internet sejam uma tend�ncia, desde que consigam superar dificuldades como as representadas por motoristas que aceitam as corridas e acabam cancelando-as sem atender o usu�rio.
A primeira constata��o foi de que, no hor�rio de pico, o melhor � mesmo estender a m�o na cal�ada, mas desde que o candidato esteja em uma via movimentada. Na sa�da da Avenida Get�lio Vargas, nos dois primeiros hor�rios do teste (18h e 12h), chamar o t�xi sozinho revelou-se a melhor op��o. Quem optou por esse m�todo n�o esperou mais que dois minutos para seguir viagem. Mas, � medida que a dist�ncia do Centro aumenta, a situa��o piora. Na noite de quinta-feira, conseguir um t�xi na Rua Padre Eust�quio estendendo o bra�o foi mais dif�cil: oito minutos de espera.
O taxista que fez uma das corridas entre a Rua Padre Rolim e a Avenida Get�lio Vargas na hora do almo�o de sexta-feira considera a chamada do carro nas ruas a melhor forma, tanto para o profissional quanto para o passageiro. “As cooperativas n�o est�o dando conta de atender os pedidos. A demanda � t�o grande que n�o h� carros suficientes e as pessoas perdem a paci�ncia de esperar”, disse o motorista Roberto Rocha, contando que j� fez parte de uma associa��o, mas saiu h� um ano e meio.
A busca por um taxista foi morosa para quem usou os aplicativos Easy Taxi e WayTaxi, para smartphones. No in�cio da noite de quinta-feira, por exemplo, o rep�rter come�ou a busca �s 18h. O primeiro aplicativo � o mais baixado para celulares na internet e o outro est� em quarto lugar, mas ambos s�o os mais populares em Belo Horizonte. O aplicativo Easy Taxi procurou o taxista mais pr�ximo durante 12 minutos, sem sucesso. O programa respondeu que n�o havia conseguido localizar um carro. Houve mais duas tentativas, todas frustradas. Quarenta minutos depois, o rep�rter apelou para a WayTaxi, mas, depois de meia hora e quatro tentativas sem sucesso, decidiu chamar o carro acenando na avenida. Um t�xi parou em menos de um minuto. Em todas as chamadas feitas para o WayTaxi, taxistas confirmaram a corrida, mas cancelaram logo em seguida.
J� na Rua da Bahia, a primeira chamada pelo WayTaxi foi feita �s 19h32. Tr�s foram rejeitadas. A quarta foi atendida por um taxista que chegou 10 minutos depois. J� no Bairro Padre Eust�quio, uma chamada foi negada e a feita na sequ�ncia foi atendida pelo mesmo profissional que havia levado o rep�rter at� l�. Foi o melhor desempenho na modalidade aplicativo, com oito minutos de espera, apenas um a mais do que aguardou o passageiro que esperava o carro na cal�ada na mesma �rea.
O taxista Daividson Nunes tenta explicar a dificuldade: “Se o passageiro estiver muito longe ou um pedestre acenar para o t�xi, o motorista acaba cancelando o chamado do aplicativo”, disse. Ele contou que as corridas pelo sistema s�o disputadas “freneticamente” quando aparecem no aparelho celular usado especificamente para esse fim. Davidson acha que o sistema deveria punir de alguma forma o motorista que deixasse de cumprir o combinado. “No caso de tr�s cancelamentos durante a semana, por exemplo, o taxista deveria perder o acesso ao sistema por um determinado tempo”, sugere.