Paula Sarapu
Suspeito de ter atirado na cabe�a da adolescente A. L. S., de 17 anos, com quem mantinha um relacionamento amoroso, o delegado Geraldo Toledo pode ser afastado da Pol�cia Civil. Ele responde a nove sindic�ncias, 10 inqu�ritos e dois processos administrativos que podem resultar em demiss�o, segundo o corregedor-chefe da corpora��o, delegado Renato Patr�cio. Entre eles est� um caso de tortura em Igarap�, Regi�o Central do estado, em 2006. Toledo foi denunciado pelo Minist�rio P�blico e uma comiss�o formada por delegados corregedores analisa o processo administrativo, que tramita na Justi�a, em fase de audi�ncias de instru��o. Desde 14 de abril, dia do disparo, em uma estrada em Ouro Preto, na Regi�o Central de Minas, Toledo permanece preso na Casa de Cust�dia do Policial Civil, no Bairro Horto, Regi�o Leste de Belo Horizonte.
De acordo com a promotoria, consta no processo de Igarap� que o delegado tentou entrar em um camarote reservado num rodeio que ocorria no munic�pio e foi impedido por um seguran�a. � �poca, ele era delegado em S�o Joaquim de Bicas e tentou dar uma ‘carteirada’. Sem sucesso, com ajuda de oito pessoas – alguns deles policiais – Toledo atirou no seguran�a da festa Jo�o Wellington Esteves e o torturou. H� ainda dois outros processos nessta comarca, por prevarica��o e abuso de autoridade.
Nas duas ocorr�ncias, o delegado Toledo ainda n�o tinha sido citado porque n�o era encontrado por oficiais de Justi�a nem mesmo nas delegacias por onde passava. Preso desde 15 de abril na Casa do Policial Civil, por for�a de um mandado de pris�o tempor�ria, o juiz da comarca de Igarap� mandou que ele fosse intimado.
Enquanto a vida profissional de Toledo est� sendo decidida, a fam�lia da adolescente A. acompanha a evolu��o do seu quadro cl�nico. Desde o dia em que a garota foi baleada, ela permanece internada no Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII. Seu quadro apresentou piora ontem, mas ela respira sem a ajuda de aparelhos.
No s�bado, segundo mostrou o Estado de Minas, a m�e da garota, Rubiany Linhares dos Santos, de 32, quebrou o sil�ncio e contou detalhes de um conturbado relacionamento entre a filha e o policial. Ela acusa Toledo de ter obrigado A. a fazer um aborto e diz que ele � respons�vel pelo disparo. Segundo Rubiany, a fam�lia pretende entrar com uma a��o judicial contra o policial por cal�nia e difama��o, j� que em uma carta enviada � Comiss�o dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa Geraldo Toledo afirma que Rubiany estaria tendo um caso extraconjugal.