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Estado de Minas

BH ter� desafios de comunica��o com turistas latino-americanos

Capital mineira ir� receber milhares de torcedores de sele��es latino-americanas que passar�o pela regi�o na Copa e de times advers�rios de Galo e Cruzeiro na Libertadores. Estrangeiros que vivem em Minas elogiam hospitalidade, mas preveem problemas de comunica��o


postado em 12/01/2014 07:00 / atualizado em 12/01/2014 10:02

Gustavo Ramón, argentino de 45 anos, na foto com o chileno Antinio Fan Bastia, de 61, e o uruguaio Jesus Orlando Lopez, de 58, na Praça da Liberdade. Moradores de BH, eles sofreram para ser compreendidos em visitas a museu e ao Centro de Atendimento ao Turista(foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)
Gustavo Ram�n, argentino de 45 anos, na foto com o chileno Antinio Fan Bastia, de 61, e o uruguaio Jesus Orlando Lopez, de 58, na Pra�a da Liberdade. Moradores de BH, eles sofreram para ser compreendidos em visitas a museu e ao Centro de Atendimento ao Turista (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press)

Argentinos, uruguaios, chilenos, colombianos... Em 2014, o futebol far� Belo Horizonte ser invadida por torcedores de v�rios pa�ses latino-americanos. Eles come�am a chegar no pr�ximo m�s, quando Atl�tico e Cruzeiro iniciam a disputa da Copa Libertadores. E o n�mero de estrangeiros aumentar� em junho e julho, durante a Copa do Mundo: BH e cidades pr�ximas foram escolhidas para ser locais de concentra��o das sele��es de Argentina, Chile e Uruguai, e o Mineir�o ser� palco de tr�s partidas com equipes de l�ngua espanhola. Com tantas pessoas falando castelhano, autoridades admitem que ser� um desafio para a cidade fazer do espanhol uma esp�cie de segunda l�ngua. Sul-americanos que vivem em BH concordam. Para eles, compatriotas v�o apreciar a hospitalidade mineira, mas podem estranhar h�bitos e ter dificuldade para se comunicar – mesmo em pontos tur�sticos, n�o � f�cil achar atendentes fluentes no idioma e nem sempre o portunhol resolve.


Na primeira fase da Libertadores, o Atl�tico enfrentar� Nacional (Paraguai) e Zamora (Venezuela). O terceiro advers�rio, ainda indefinido, ser� mexicano ou colombiano. J� o Cruzeiro jogar� contra Defensor (Uruguai), Real Garcilaso (Peru) e um concorrente chileno ou paraguaio. Mais adiante, no Mundial, a sele��o comandada pelo atacante Lionel Messi se concentrar� na Cidade do Galo, em Vespasiano, Regi�o Metropolitana de BH. O Uruguai ficar� em Sete Lagoas, tamb�m na Grande BH, e o Chile treinar� na Toca da Raposa II, na Pampulha. Na fase de grupos do torneio, em junho, o Mineir�o ter� tr�s partidas com times latino-americanos: Col�mbia x Gr�cia, no dia 14; Argentina x Ir� (21); e Costa Rica contra Inglaterra (24).


Durante a Copa, a embaixada argentina no Brasil acredita que BH receba 20 mil visitantes do pa�s, quase cinco vezes mais que o total de argentinos que pousaram em 2012, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins: 4.158. Segundo a Secretaria de Estado de Turismo (Setur), durante todo aquele ano desembarcaram em BH 10.119 turistas de vizinhos latino-americanos. A na��o de Maradona lidera o ranking, seguida por Venezuela (987), Col�mbia (925), M�xico (904), Uruguai (879), Equador (552), Peru (494) e Chile (483). “No Mundial, uruguaios e chilenos vir�o em menor n�mero que argentinos, mas tamb�m haver� muitos. BH ser� a cidade-sede latino-americana”, prev� o secret�rio municipal extraordin�rio para a Copa, Camillo Fraga.


Sul-americanos que vivem em BH est�o animados com a perspectiva de ver de perto as sele��es de seus pa�ses e encontrar v�rios compatriotas, mas alertam: h� problemas por aqui. O EM convidou tr�s deles para falar sobre a capital mineira e testar o castelhano dos belo-horizontinos. Gustavo Rom�n, de 45 anos, nasceu na cidade de Neuquen, na Patag�nia argentina. Mudou-se para o Brasil em 2000 e, depois de morar no litoral baiano e em S�o Paulo, fixou-se em BH em 2003. Ele � dono da Pizza Sur e do Restaurante Parrilla Los Hermanitos. O uruguaio Jesus Orlando Ribero Lopez, de 58, nasceu em Rivera, na fronteira com o Rio Grande do Sul, e chegou a Minas em 2006. Hoje, � gerente do restaurante Parrilla Del Patio. J� o professor de Karat� e defesa pessoal Antinio Fan Bastias, de 61, � natural de Santiago, capital chilena, e veio para Belo Horizonte em 1986.

Problemas
Em um passeio na tarde de quinta-feira, a primeira parada foi o Museu das Minas e do Metal, na Pra�a da Liberdade, Regi�o Centro-Sul. Jesus se aproximou da atendente e questionou: “Qu� ofrece el museo para el turista?”. (O que o museu oferece ao turista?). A mo�a n�o entendeu: “O qu�?”. O outro repetiu a pergunta. Insegura, sem querer prolongar a conversa, a mo�a se limitou a dizer, em portugu�s: “S�o v�rias salas sobre Minas Gerais. Est� tudo neste livreto”. E entregou um panfleto com textos em espanhol. O uruguaio saiu frustrado: “Ela deveria ter tentado um di�logo em vez de se liberar dando o livreto”.


O endere�o seguinte foi o Centro de Atendimento ao Turista (CAT), instalado ao lado do Parque Municipal Am�rico Ren� Giannetti, no Centro. Assim que se apresentaram, os estrangeiros foram informados da aus�ncia do atendente que fala espanhol. Antinio n�o se desanimou e perguntou a um rapaz: “Si hablo r�pido, no me entiendes. Pero si hablo despacio, me entiendes?”. (Se eu falar rapidamente voc� n�o me entende. Mas se eu falar devagar, me entende?). O outro disse que sim. Enquanto isso, Jesus recebeu informa��es de uma mo�a que tampouco sabia o idioma estrangeiro, mas conseguiu se virar diante da complac�ncia do uruguaio, que falou pausadamente. A jovem teve o esfor�o elogiado por seu interlocutor: “Ela foi muito legal. Falou com calma”.


Depois da caminhada, os companheiros sentiram fome e foram a uma pastelaria ali perto, na Avenida Afonso Pena. O chileno pediu � atendente de caixa: “Quiero un juguito de pi�a y una cosa que tenga pollo”. (Quero um suquinho de abacaxi e algo que tenha frango). A mulher contestou, franca: “Ih, n�o entendi nada”. Foi a vez de o uruguaio tentar, usando outra palavra para abacaxi mais comum em seu pa�s: “Yo quiero un jugo de anan�”. (Quero um suco de abacaxi). A outra perguntou: “Guaran�?”. Jesus repetiu o pedido e ela desistiu, contradizendo o card�pio: “N�o tem”. Para a salva��o dos estrangeiros, eles foram acudidos pela empres�ria Sandra Vogel, de 40, que estava no balc�o comendo pastel, percebeu o aperto e serviu de int�rprete. “J� tive aulas de espanhol”, explicou. “Se n�o fosse ela, passar�amos fome”, constatou Antinio.


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