O acesso emperrado em locais de grande concentra��o de pessoas, como no litoral do pa�s, onde a popula��o chega a crescer at� 10 vezes na alta temporada, mas tamb�m nos est�dios e em outros eventos, pode ser justificado pela capacidade limitada de antenas BTS ou ERBs, as esta��es r�diobase. Outro problema pode ser a quantidade dessas antenas. Segundo a Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel), o Brasil conta com 61.131 antenas, para 268,4 milh�es de telefones. J� Minas Gerais, com mais de 26 milh�es de linhas, tem 6.867 unidades, sendo 1.203 em Belo Horizonte.
Embora o n�mero pare�a pequeno diante da demanda, o especialista em tecnologia e diretor da Ledcorp, Jos� L�cio Balbi de Mello, garante que definir um n�mero ideal � tarefa dif�cil. Isso porque a quantidade das antenas � somente uma das evid�ncias de que a velocidade de expans�o do mercado supera em muito a velocidade de aumento da rede. “A cada instante, novas campanhas est�o sendo feitas sem o lastro de infraestrutura necess�ria para garantir a entrega do servi�o oferecido”, observa.
Entre as poss�veis solu��es para o problema, o especialista aponta o uso de carros, que funcionam como antenas m�veis, pelas operadoras. Outra alternativa seria o investimento, pela iniciativa privada, em redes wireless, que poderiam ajudar a minimizar os impactos. “Restaurantes e hot�is, por exemplo, acabariam funcionando como antenas extras para acesso � internet”, lembra. “Uma boa parte dos turistas vai usar apps de mensagens como Whatsapp e Skype, al�m de redes sociais, para se comunicar e esse investimento ser� um benef�cio que vai perdurar por todo o atendimento”, refor�a.
Embora o cen�rio seja de reclama��es crescentes dos usu�rios, para o professor da Escola de Administra��o de Empresas de S�o Paulo da Funda��o Getulio Vargas (FGV-EASP) Arthur Barrionuevo as perspectivas at� a Copa s�o positivas, dados os investimentos nas tecnologias 3G e 4G pelas operadoras. No entanto, ele lembra as burocracias do pr�prio governo para instala��o de antenas. “O governo liberou a radiofrequ�ncia para 4G muito pr�ximo da Copa, no ano passado, e embora as empresas estejam investindo n�o se sabe se isso ser� entregue em tempo”, argumenta.
De acordo com o professor de engenharia de telecomunica��es da Fumec C�ssio Batista, mesmo com o aumento dos investimentos e implanta��o de mais esta��es r�diobase, a concentra��o de pessoas no mesmo espa�o sempre resultar� em menor disponibilidade do servi�o. Portanto, os investimentos das operadoras, principalmente na tecnologia 4G, mais usada nos pa�ses desenvolvidos, s�o, para ele, a solu��o para o problema.
Promessa
De olho na demanda que promete ser aumentada at� a Copa, as operadoras anunciaram investimentos bilion�rios, que se estendem at� 2016 e preveem melhorias nos servi�os de voz, internet e na expans�o das coberturas 2G, 3G e 4G. O montante investido por Vivo, Claro e Tim � superior a R$ 41 bilh�es. A Oi, por sua vez, informou investimento de R$ 675 milh�es apenas em Minas Gerais, sem contar os aportes deste ano. Para a Copa do Mundo, a Anatel contar� com um plano operacional baseado na experi�ncia da Copa das Confedera��es, que abrange, entre outras a��es, a monitora��o e gest�o do espectro de frequ�ncias e a fiscaliza��o e monitoramento do desempenho das redes m�veis de cada prestadora. O planejamento inclui, para cada cidade-sede, esta��es de radiomonitoramento em est�dios, aeroportos e equipamentos para testes de qualidade dos servi�os m�veis.