
Manter a dist�ncia m�xima de 13 cent�metros entre o �nibus e a plataforma, parar os articulados de mais de 18 metros alinhando as portas de embarque e desembarque com os acessos dos terminais e controlar a velocidade para que tudo isso ocorra sem sobressaltos. Esses s�o procedimentos que est�o sendo treinados por motoristas de empresas de coletivos de Belo Horizonte para dar in�cio � opera��o do transporte r�pido por �nibus (BRT) no s�bado. Para quem j� trabalha com ve�culos longos h� anos, dirigir os novos coletivos � tarefa f�cil. Complicado mesmo, segundo os profissionais, tem sido lidar com a largura das pistas, estreitas em alguns pontos, e com a proximidade que os ve�culos passam de pilares que sustentam passarelas de pedestres, onde h� risco de acidentes, segundo eles. Outra queixa � sobre a falta de sinaliza��o que indique nas plataformas onde o �nibus deve parar para n�o ultrapassar as portas da esta��o. Para o sindicato que representa os trabalhadores, o tempo foi ex�guo diante de tantos detalhes que exigem muito treino, como as manobras em vias p�blicas e paradas nas esta��es.
Entre todas as recomenda��es, motoristas em treinamento destacaram nessa ter�a-feira uma que os preocupa muito: o cuidado com os pedestres. Muitas pessoas ainda cruzam as pistas a p� e mesmo com a promessa de fechamento de quase todo o corredor, os condutores temem que haja brechas para que pedestres cruzem as pistas do Move, como � chamado o BRT da capital.
Na prepara��o de ontem na Avenida Cristiano Machado, eles foram orientados por instrutores da empresa fabricante do chassi dos ve�culos ou por motoristas j� treinados que passaram a atuar como multiplicadores nas empresas de transportes. O treino foi realizado com cada aluno por cerca de uma hora no trecho entre a esta��o de metr� S�o Gabriel e a Rua Jacu�, no Bairro Ipiranga, Regi�o Nordeste da capital. Um dos alunos, Reinaldo Ferreira, de 33 anos, que h� 10 anos trabalho no transporte p�blico, fez ressalvas sobre o sistema. “� preciso ter muita aten��o ao passar perto das passarelas, porque o ve�culo � longo e a pista fica mais estreita perto das estruturas. Pode haver risco de acidente”, alerta, referindo-se � travessia elevada em frente ao Minas Shopping. Segundo ele, o problema se repete em v�rios pontos do corredor Cristiano Machado. “Na Ant�nio Carlos a situa��o � diferente. L� o corredor � mais livre”, considera.
Das orienta��es do instrutor, Reinaldo destaca a recomenda��o sobre as pessoas que cruzam o corredor a p�. “O sistema ainda n�o come�ou a operar e ainda h� muitas passagens para pedestres, que precisam ser mais bem sinalizadas para n�o haver risco de atropelamento. Temos que ter muito cuidado com isso”, alerta. A sinaliza��o tamb�m foi uma queixa do motorista Reginaldo Gomes da Silva, de 50 anos, 18 deles dedicados ao transporte coletivo da capital. Mesmo com experi�ncia como motorista de ve�culos longos, como carretas e caminh�es no passado, Reginaldo teve muita cautela ontem para parar o �nibus articulado em uma das plataformas do Move. “Ainda falta instalar a faixa amarela que demarca o limite at� o qual o �nibus vai na plataforma. Por isso estamos olhando o ponto em que as portas se encaixam nos v�os da esta��o”, explicou.

CORRIDO Para o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodovi�rios de Belo Horizonte, as tr�s semanas dedicadas � prepara��o dos motoristas est�o aqu�m do necess�rio. “Tem motorista reclamando que o ve�culo � longo demais para operar com tranquilidade, por causa da largura das vias. Est�o tendo dificuldade de virar, j� que os corredores n�o s�o compat�veis. Parecem que n�o mediram o espa�o certo das vias em todos os pontos”, afirma o sindicalista Denilson Dorneles. Segundo ele, cerca de 100 condutores est�o em fase de treinamento. “Ao todo, o n�mero deve chegar a 900 profissionais”, diz Dorneles.
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), a prepara��o que est� sendo feita � apenas o in�cio do treinamento e cada motorista ter� o tempo necess�rio para se aprimorar com o novo sistema.
Poss�vel atraso
Um lote de �nibus articulados com pelo menos 13 unidades pode n�o chegar a BH a tempo de integrar o sistema Move no prazo previsto, devido a problemas fiscais. Apesar do contratempo que pode afetar os planos da BHtrans em rela��o � estreia de tr�s linhas troncais, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH garante que o cronograma ser� mantido. O Estado de Minas apurou que sete unidades de articulados foram entregues at� o momento. Problemas com prazo j� vinham sendo registrados, devido ao fato de as �ltimas especifica��es dos ve�culos terem sido repassados em cima da hora, como noticiou o EM no �ltimo m�s.