A regi�o � um �cone de Belo Horizonte e deve ser tamb�m a cara da Copa do Mundo na capital mineira, at� porque nela estar�o concentrados os mais importantes acontecimentos do Mundial. Mas nem isso garantiu � Pampulha um tratamento diferenciado quando o assunto � o cronograma de provid�ncias para o mais importante torneio de futebol do planeta. Assim, quem for � lagoa hoje ou quando o campeonato come�ar, em 40 dias, notar� pouca diferen�a, j� que as principais interven��es previstas para o evento esportivo n�o ficar�o prontas. A revitaliza��o prevista para cinco trechos da orla projetada por Oscar Niemeyer s� vai terminar ap�s a Copa, como admite a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura. A despolui��o do espelho d’�gua tamb�m ficou para depois, os banheiros p�blicos no entorno da represa est�o destru�dos e a cidade n�o tem ainda sequer um plano de tr�fego finalizado para o evento esportivo, de acordo com a BHTrans. As interven��es deveriam estar prontas at� o m�s que vem, segundo cronograma inicial da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), mas apenas um desses espa�os tem oper�rios trabalhando.
O �nico local em obras atualmente � a Pra�a Aleijadinho, no Bairro S�o Luiz, na conflu�ncia das avenidas Otac�lio Negr�o de Lima e Ant�nio Carlos. O espa�o pequeno abriga oito �rvores e tinha na quarta-feira quatro oper�rios trabalhando em seu canteiro. Toda a grama e o piso foram removidos e os trabalhadores cortavam madeira e montavam moldes para concretagem. Trabalho que a Secretaria de Obras tamb�m admite que n�o ficar� pronto a tempo da Copa. Outras quatro pra�as faziam parte do pacote de revitaliza��o or�ado em R$ 5.727.759,87, que previa ainda interven��es nas pra�as da Barragem, Vertedouro, Padre Dino Barbiero e Expedicion�rio Lourival Carneiro Pena.
Entre o Parque Guanabara e a Igrejinha de S�o Francisco de Assis, a Pra�a Padre Dino Barbiero � outra que clama por obras. As placas amarelas do piso est�o quebradas ou foram arrancadas em v�rios pontos. Doze das caixas de �gua ou de luz perderam as tampas met�licas e de concreto, tornando-se guarda-volumes de flanelinhas que atuam na regi�o ou dep�sitos de lixo dos frequentadores. O banheiro p�blico subterr�neo foi desativado e se encontra trancado com cadeado, bem como o parlat�rio, que tamb�m est� interditado por cavaletes.
Perto dali, a Pra�a Expedicion�rio Lourival Carneiro Pena, entre a Avenida Fleming e a Rua Vers�lia, tamb�m deveria ter recebido reformas, mas por enquanto nada foi feito. O local � amplo e conta com parquinho e equipamentos de gin�stica, mas o mato tomou conta de espa�os onde ficam bancos e bancadas. H� muito lixo espalhado pelo local e as estruturas de lumin�rias e arquibancadas est�o pichadas e quebradas.
“� uma pena a gente ter tido uma expectativa de que a cidade ficaria mais bonita, ou pelo menos os cart�es-postais. Mas nem isso a gente vai ter. Acho que Belo Horizonte desperdi�a espa�os hist�ricos como os da Pampulha, que j� est�o prontos para o turismo. Como n�o se conserva, os v�ndalos tomam conta”, lamenta o supervisor de vendas Vargas Oliveira, de 42 anos, que todos os dias corre pela orla da lagoa. “Corro na Pampulha h� 20 anos e sinto muito pesar pelo descaso com esse que � um dos poucos espa�os que o cidad�o tem para fazer exerc�cios e passear. Infelizmente, muito se falou em Copa do Mundo, mas pouco foi de fato realizado”, disse o radialista Roberto Tavares, de 59, que aproveita as tardes para passear com seu c�o pela orla.
No rol de obras previstas para a regi�o, a �nica conclu�da foi a reestrutura��o do Mineir�o. A despolui��o da Lagoa da Pampulha n�o ser� finalizada a tempo para a Copa, estando prevista agora para ser conclu�da no fim do segundo semestre. A implanta��o do sistema BRT/Move tem previs�o de terminar neste m�s, �s v�speras do in�cio da competi��o, com a libera��o dos corredores das avenidas Cristiano Machado, Presidente Ant�nio Carlos, Pedro I e Vilarinho.