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Estado de Minas

Labrador � a 'luz dos olhos' de veterin�ria deficiente visual

Na terceira reportagem da s�rie, v�tima de retinose pigmentar conta como a cadela Luckie se tornou a luz de sua vida


postado em 26/08/2014 06:00 / atualizado em 26/08/2014 08:42

Danielle Mendes e sua melhor amiga, buscada nos Estados Unidos em 2007, que atende a 80 comandos em inglês: no Brasil são cerca de 6 milhões de pessoas com deficiência visual, mas apenas 90 cães-guia(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
Danielle Mendes e sua melhor amiga, buscada nos Estados Unidos em 2007, que atende a 80 comandos em ingl�s: no Brasil s�o cerca de 6 milh�es de pessoas com defici�ncia visual, mas apenas 90 c�es-guia (foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

O encontro de amor com o empres�rio S�rgio Nercessian, de 52 anos, e a chegada do filho Pedro, em 2011, transformaram a vida de Danielle Mendes, de 40. Mas a “luz dos olhos” da deficiente visual chegou mesmo foi com Luckie, em 2007. Luckie, da ra�a labrador, � um dos 90 c�es-guia de todo o Brasil. Vinda dos Estados Unidos, a melhor amiga de Danielle � de intelig�ncia rara e do�ura sem igual. A “mocinha” companheira, esperta que s� ela, atende a mais de 80 comandos em ingl�s.

Ou�a esta reportagem:



De acordo com George Thomaz Harrison, de 38, da organiza��o n�o governamental (ONG) C�o-Guia Brasil, o baixo n�mero de animais auxiliares especialmente treinados, como Luckie, em territ�rio nacional se deve � falta de informa��o e de maior empenho por parte do poder p�blico pelos cerca de 6 milh�es de pessoas com pouca ou nenhuma capacidade de enxergar no Brasil.

N�o h� dinheiro que pague uma companhia dessa import�ncia. Literalmente: c�es especiais como Luckie n�o est�o � venda. S�o animais que fazem parte de programas nacionais e internacionais, espec�ficos, de aux�lio � pessoa com defici�ncia visual. No Brasil, o Instituto de Integra��o Social e de Promo��o da Cidadania (Integra), com sede em Bras�lia, tem departamento especial para o assunto.

Danielle, aos 13 anos, recebeu o diagn�stico de retinose pigmentar, doen�a que causa a degenera��o da retina – regi�o do fundo do olho respons�vel pela captura de imagens. “Nunca enxerguei � noite. � uma doen�a degenerativa. N�o � f�cil, mas acredito que o meu bem-estar mental ajuda a conter essa degenera��o”, diz. Hoje, a veterin�ria aposentada tem menos de 10% de capacidade visual.

Em 2007, do amor companheiro veio a surpresa: “S�rgio disse que estava me levando para a Disney, mas me levou para a escola da Luckie”, conta Danielle, entre sorrisos. Mas, at� que a veterin�ria pudesse trazer a nova amiga para o Brasil foram dois meses. H� uma s�rie de cuidados e rigor para a melhor adapta��o poss�vel. Os c�es-guia s�o escolhidos e treinados de acordo com as especificidades de cada candidato.

Tanto que Danielle e Luckie passaram 26 dias, por 24 horas, juntas em alojamento no c�mpus da escola. A partir dessa imers�o nos EUA, os olhos da bela veterin�ria, aposentada jovem ainda, ganharam nova luz, muito mais brilho e autonomia. Na companhia de Luckie, de volta a Belo Horizonte, Danielle ganhou nova rotina. “Ela me deu liberdade. N�o tenho como descrever essa sensa��o”, emociona-se.

Desde ent�o, em sete anos, foram algumas poucas horas de separa��o apenas. O motivo, n�o menos encantador que a rela��o dos olhos Danielle com a luz Luckie: o nascimento do pequeno Pedro. Em 2011, o menino trouxe novos valores e alimentou ainda mais a chama dos sentidos. Desdobramento da hist�ria de namoro iniciada em 2005, com “amor � primeira vista”. “Da parte dele, n�!?”, brinca Danielle.

Um milagre chamado Pedro

Sobre Pedro, o filho, Danielle fala em “milagre”. “Disseram que eu n�o poderia engravidar, por causa de uma endometriose” (uma afec��o inflamat�ria provocada por c�lulas do endom�trio que, em vez de serem expelidas, caem nos ov�rios ou na cavidade abdominal, onde voltam a multiplicar-se, provocando sangramento). Superadas as dificuldades, com a chegada do beb�, Luckie n�o perdeu a aten��o: ganhou um irm�o.


Se do lado de fora, pelas ruas de Belo Horizonte, a acessibilidade � tormenta para quase 70 mil deficientes visuais como Danielle – de acordo com n�meros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) –, o apartamento da fam�lia, na Regi�o Centro-Sul, foi pensado para diminuir diferen�as. Na cozinha, se a geladeira fica aberta ou se algo est� fora de hora no fog�o, sinais sonoros chamam a aten��o.

Na sala, a do�ura de Luckie rouba a cena. � tamb�m dona da casa. Educada, silenciosa, a labrador permite a conversa. Ela j� � “coroa” – est� na casa dos 50, na idade dos c�es, que contam o equivalente a sete anos do homem para cada um vivido pelo animal. Danielle d� demonstra��o de comandos. Luckie se d� ao luxo at� de fazer manha para brincar com as visitas. Ela tem tr�s posturas de aten��o: parcial, sem coleira, quando sabe que Danielle est� segura; maior, com a coleira comum; e m�xima, com o arreio de c�o-guia. 

Com tanta cumplicidade, a veterin�ria j� vem preparando o esp�rito para “aposentar” Luckie e aumentar a fam�lia com um novo c�o-guia. Entretanto, Danielle reconhece que n�o sabe como vai lidar com isso, considerando a forte rela��o constru�da com a “luz de seus olhos” nos �ltimos anos. “A percep��o dela comigo vai al�m do que se pode ver. Tive depress�o no in�cio da gravidez e Luckie mudou at� de comportamento, s� para me ajudar. Sempre tive medo da escurid�o e foi ela quem me tirou desse lugar”, sorri.

Luckie n�o perde Danielle de vista. Mesmo dentro de casa, onde a dona est�, est� tamb�m a amiga de cor creme, sempre muito limpa e bem tratada. Pelos caminhos do mundo, muitas diferen�as. No Brasil, sobram cr�ticas. “O pa�s n�o est� preparado para lidar com deficientes de qualquer natureza. E, quando acham que est�o fazendo alguma coisa, como a pista t�til, n�o est�o fazendo nada”, critica. A veterin�ria conta que j� foi at� expulsa de lojas por causa da companheira e que, com frequ�ncia, n�o � aceita com Luckie por motoristas de t�xi – apesar de lei que garante o livre tr�nsito de c�es-guia e seus donos.


Um mundo pelo tato

C�es com livre acesso

A Lei 11.126, de 27 de junho de 2005, regulamenta o direito de a pessoa com defici�ncia visual usu�ria de c�o-guia ingressar e permanecer com o animal em todos os locais p�blicos ou privados de uso coletivo.

Cuidados com a vis�o na inf�ncia
. Ou�a as orienta��es:



  • Seguir corretamente o pr�-natal. Doen�as como rub�ola, s�filis e toxoplasmose podem causar cegueira ou vis�o subnormal no feto.
  • Realizar exame oftalmol�gico no rec�m-nascido sempre que for observada qualquer altera��o ocular como: olhos muito grandes, lacrimejamento intenso, mancha branca na menina dos olhos.
  • Vacinar periodicamente a crian�a para evitar doen�as que possam causar problemas visuais, como sarampo, rub�ola e meningite.
  • Usar medica��es e col�rios somente com indica��o m�dica.
  • Deixar fora do alcance das crian�as produtos de limpeza, objetos pontiagudos (facas, arame, tesoura), fogos de artif�cio e plantas t�xicas.
  • Procurar um m�dico a qualquer ind�cio de ciscos ou fagulhas nos olhos. N�o esfregar nem tentar retirar com a ajuda de objeto caseiro.
  • Usar cinto de seguran�a no tr�nsito e colocar crian�as no banco traseiro.
  • Usar �culos de prote��o no trabalho e em casa, sempre que lidar com subst�ncias perigosas.
  • Fazer aconselhamento gen�tico em caso de casamento consangu�neo.

Servi�o

Projeto C�o-Guia de Cegos

Instituto de Integra��o Social e de Promo��o da Cidadania (Integra)

Endere�o: SCRS 507 Bloco C Lojas 41/69, CEP: 70.351-530. Asa Sul – Bras�lia – DF

Telefone:

(61) 3345-5585

Email:
[email protected].
[email protected]


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