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Estado de Minas

Casal v�tima de racismo na internet diz que agress�es virtuais n�o abalaram a rela��o

Jovens insultados no Facebook j� denunciaram o caso � pol�cia e esperam a identifica��o e puni��o de culpados


postado em 28/08/2014 06:00 / atualizado em 28/08/2014 06:51

Insultos chocaram os namorados, mas eles se uniram ainda mais para enfrentá-los(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Insultos chocaram os namorados, mas eles se uniram ainda mais para enfrent�-los (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

“A atitude dela serve de exemplo para quem sofrer no futuro esse tipo de preconceito”, diz o jovem L., de 18 anos. Ele tem agora mais um motivo para se orgulhar da namorada M., de 20. Ela, negra, n�o se deixou abater e, na ter�a-feira, denunciou � pol�cia as ofensas racistas que sofreu via Facebook, ap�s publicar uma foto em que aparece junto do rapaz, branco. Os dois moram em Muria�, na Zona da Mata mineira, e falaram nessa quarta-feira ao Estado de Minas sobre o incidente, com a condi��o de n�o terem reveladas suas identidades. Apaixonado, o casal ressaltou que as agress�es virtuais n�o enfraqueceram o relacionamento.

Foi o rapaz quem primeiro viu as ofensas no Facebook, na tarde do dia 17 . “N�o esperava por isso. Na hora liguei para ela”, comenta. Depois de a foto ser publicada, surgiram dezenas de coment�rios racistas. Um deles questiona onde L. havia comprado a “escrava”. Outro pergunta se ele era “dono” da jovem. M. ficou chocada, mas se manteve firme, com apoio do namorado. “Fiquei triste, chorei. Mas ele foi me dando for�a, dizendo que eu n�o deveria ligar para isso”, lembra.

A foto foi reproduzida em outro perfil do Facebook, “Pretinho do poder”, no qual v�rias pessoas criticaram a discrimina��o. A jovem se sentiu encorajada a procurar a pol�cia quando um advogado publicou na rede social coment�rio enfatizando que aquelas manifesta��es racistas eram criminosas. “Conversei com o profissional pela internet e ele me orientou a ir � pol�cia”, relata ela, que na ter�a-feira procurou a Delegacia Regional de Muria� para prestar queixa.

O inqu�rito foi instaurado nessa quarta-feira e est� aos cuidados do delegado Eduardo Freitas da Silva, da 31ª Delegacia. Segundo ele, os agressores poder�o responder por inj�ria racial, crime tipificado no artigo 140 do C�digo Penal, com pena de um a tr�s anos de pris�o e multa.

A mo�a diz que foi a primeira vez que foi v�tima de racismo. “S�o pessoas que nem nos conhecem”, aponta. O rapaz ressalta que ningu�m jamais criticou o relacionamento, de um ano e oito meses. Os dois moram em bairros vizinhos. De vez em quando, pelas ruas, os olhares se cruzavam. Ele descobriu o nome dela e a adicionou entre os amigos no Facebook. Na mesma noite, conversara horas pela internet. Encontraram-se no dia seguinte.

Ele, que mora com os pais, concluiu o ensino m�dio e, enquanto faz um curso t�cnico de log�stica, trabalha em uma empresa que produz an�ncios de outdoor. Ela tamb�m completou o n�vel m�dio e, ap�s um curso t�cnico de corte e costura, est� � procura de emprego. A jovem, ca�ula de tr�s irm�s, mora com uma delas e com a m�e em uma casa simples, em uma vizinhan�a de ruas cal�adas com paralelep�pedos.

“A gente j� planeja se casar, mas, por enquanto, isso est� s� na ideia”, diz ela, com um sorriso desinibido, apertando os dedos entre os do namorado. “Primeiro, precisamos nos concentrar nos estudos, para depois termos tranquilidade”, ressalta o rapaz. Ela conta que amigos e conhecidos telefonaram para o casal para saber se o relacionamento continuava firme, depois das ofensas. A jovem garante: “O que aconteceu n�o nos abalou. Gostamos tanto um do outro quanto antes”.

 


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