
Os principais mananciais do estado, essenciais para abastecimento, produ��o industrial e gera��o de energia, apresentam os piores n�veis dos �ltimos anos diante da pouca chuva. Desde o in�cio da temporada das �guas, em outubro, todas as 12 bacias hidrogr�ficas de Minas Gerais est�o com vaz�o abaixo da m�dia hist�rica. Em cinco, a estiagem do ano passado foi a pior dos �ltimos 70 anos, como a Bacia do Rio das Velhas, que corta a regi�o metropolitana. O per�odo tamb�m foi um dos mais severos j� monitorados nos sete demais mananciais, caso do S�o Francisco, um dos mais importantes rios do pa�s. Para piorar, a previs�o para 2015 � desalentadora. Segundo o Servi�o Geol�gico do Brasil, vinculado ao Minist�rio de Minas e Energia, o estado ter� neste ano uma estiagem mais severa do que no ano passado. Os danos da seca s�o agravados pela polui��o, assoreamento e ocupa��o irregular das margens.
Para o professor da �rea de Hidrologia da Universidade Federal de Minas Gerais Nilo Nascimento, o cen�rio � preocupante e exige mudan�as de h�bitos. “Enfrentar um per�odo acumulado de seca, com estiagem em 2015 ainda pior do que a do ano passado, pode significar impactos muito graves para a economia, al�m de repercutir negativamente no cotidiano do abastecimento”, afirma.
Para o especialista, � precoce afirmar, com base somente nos �ltimos tr�s ou quatro anos, que est� ocorrendo uma mudan�a clim�tica. Mas ele alerta que esse modelo de estiagens prolongadas e chuvas intensas, que resultam em inunda��es, vem sendo observado com frequ�ncia em parte do Regi�o Sudeste. “� preciso analisar agora se essa ser� uma tend�ncia ou apenas um epis�dio excepcional. Apesar disso, vamos ter de mudar a maneira como nos comportamos em termos de uso da �gua”, avalia.
Ele lembra que Minas historicamente conviveu com uma situa��o confort�vel em rela��o � �gua e houve pouca preocupa��o com o volume dispon�vel: “Agora, � preciso pensar em maneiras de economizar e preservar a �gua, mesmo em �pocas de abund�ncia”.