Depois de Tiradentes, no Campo das Vertentes, chegou a vez de Ouro Preto, na Regi�o Central, fechar vias p�blicas importantes do Centro Hist�rico nos fins de semana. Assim, saem de cena os ve�culos e entram para passear e curtir a paisagem colonial, a p�, os moradores e visitantes. A C�mara Municipal aprovou projeto de lei, que estabelece a interdi��o, de forma alternada e aos domingos, das ruas S�o Jos� e Get�lio Vargas, no Centro, e Bernardo de Vasconcelos e Pra�a do Ant�nio Dias, no Bairro Ant�nio Dias, no Centro Hist�rico. O objetivo � criar trechos livres para lazer, cultura, entretenimento na cidade que este ano completa 35 anos como patrim�nio cultural de humanidade. Enquanto isso, um grupo de comerciantes se mobiliza para tornar a S�o Jos� e Get�lio Vargas, at� o Mercado do Ros�rio, aos s�bados e domingos, num grande mercado a c�u aberto, com bares, restaurantes, lojas, m�sica e venda de artesanato.
De autoria do vereador Chiquinho de Assis(PV), com assinatura do tamb�m parlamentar Alysson Gugu (PPS), o projeto de lei, j� discutido em audi�ncia p�blica, seguir� para san��o do prefeito Jos� Leandro Filho (PSSB). “Vai ser um domingo do lado Mocot� o outro do Jacuba”, diz Chiquinho de Assis, numa compara��o bem-humorada com a rivalidade hist�rica nascida na Guerra dos Emboabas, no in�cio do s�culo 18, entre os bairros Ant�nio Dias, apelidado de Jacuba, �rea dos paulistas pioneiros e do Pilar, conhecido como Mocot�, e dos antigos portugueses. “N�o haver� problema, pois teremos ruas dos dois lados, com alternativa dos locais. Al�m disso, pesquisas mostram que o turista vai embora no domingo e, com o novo atrativo, poderia ficar mais um tempo na cidade”, observa.
“O projeto tramitava na casa desde 2013 e esperamos que o prefeito sancione a lei. Sabemos que grande parte da comunidade aprova a iniciativa, o que ficou claro na audi�ncia p�blica sobre o tema, h� dois anos, na sede da Associa��o Comercial de Ouro Preto (Aceop)”, disse o vereador. “A proposta � humanizar as ruas, fomentar o com�rcio, fortalecer o entretenimento e oferecer fontes de renda, em especial, aos artes�os. Precisamos de locais de conviv�ncia. Se S�o Paulo, aos domingos, consegue fechar a Avenida Paulista, cora��o econ�mico do pa�s, por que n�o conseguir�amos fazer o mesmo em nossas ruas?”, pergunta.
Conforme o projeto de lei, a interdi��o das vias ocorrer� das 9h �s 20h, n�o sendo permitido estacionamento ao longo das vias p�blicas. Em datas especiais, o per�odo poder� ser ampliado mediante decreto municipal.
Entretenimento
Um grupo de comerciantes, com apoio da Aceop, pretender repetir pela terceira vez, neste fim de semana, uma iniciativa para movimentar as ruas S�o Jos� e Get�lio Vargas. O requerimento solicitando o fechamento das duas vias p�blicas foi entregue ontem � prefeitura local. “Ouro Preto � uma cidade com pouco entretenimento noturno, ent�o as propostas s�o muito bem-vindas. E v�o atrair o turismo, desde que seja um espa�o ordenado, sem ambulantes e camel�s”, diz o presidente da Aceop, Valmir Maximiano.
O impedimento de entrada de ve�culos ocorreria aos s�bados, depois das 14h, e no domingo inteiro, informa Daniel Pinheiro, propriet�rio de tr�s restaurantes e � frente do projeto Rua S�o Jos� e Mercado do Ros�rio, apresentado pelos empres�rios. “J� fizemos nos dois �ltimos fins de semana e a receptividade foi muito boa. Est�vamos pedindo o alvar� toda semana e, agora, enviamos o of�cio � prefeitura pedindo a licen�a por um prazo de 60 dias. Queremos juntar m�sicos, pintores, inserir os distritos de Ouro Preto, enfim, fazer um grande mercado”, explica Daniel, lembrando que a meta � evitar impactos na regi�o, principalmente � noite.
O secret�rio de governo Fl�vio Andrade informa que o Executivo v� com bons olhos a iniciativa do grupo de empres�rios e explica que a tentativa de fechar o tr�nsito � antiga. “O prefeito ainda n�o sancionou o projeto de lei, mas estamos apoiando o dos empres�rios para o evento nos fins de semana”, diz o secret�rio.
Laudo detalha amea�a na Get�lio
O secret�rio de governo de Ouro Preto. Fl�vio Andrade, adiantou ontem que j� tem em m�os um laudo feito pela Funda��o Gorceix, encomendado pela prefeitura, sobre a Avenida Get�lio Vargas. A partir do documento t�cnico, poder�o ser feitas as interven��es necess�rias. Conforme den�ncia do Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG), a Get�lio Vargas, nos fundo da tradicional Igreja do Pilar, est� sob amea�a de desabamento com risco para 12 casar�es hist�ricos.
O prefeito de Tiradentes, Ralph Justino, s� tem palavras de incentivo para autoridades, empres�rios e moradores de Ouro Preto. “No in�cio, pode ser que as pessoas estranhem a novidade, mas depois v�o se acostumando e gostando da restri��o ao fluxo de ve�culos e motos”, diz o chefe do executivo. Ele prefere falar em “restri��o” em vez de “fechamento” das vias p�blicas, j� que, na cidade da Regi�o do Campo das Vertentes, os moradores da �rea com proibi��o de ve�culos podem sair de casa com seus carros, guard�-los na garagem, da mesma forma que os t�xis podem atender pousadas e hot�is.
Com grande n�mero de turistas nestas f�rias – “mesmo com a crise econ�mica, h� muitos anos n�o v�amos tanto movimento na cidade”, diz o prefeito – Tiradentes est� completando tr�s meses de restri��o ao tr�nsito nos fins de semana e feriados. “O resultado tem sido muito bom. As pessoas podem caminhar com tranquilidade, ver os monumentos, enfim, curtir a cidade”, afirma o prefeito, lembrando que, futuramente, a restri��o dever� ser ampliada para o Largo das Forras.
INTERVEN��O URBAN�STICA Na pr�xima semana, come�ar� em Tiradentes uma obra esperada h� muito tempo. Trata-se de uma interven��o urban�stica para valorizar ainda mais o patrim�nio cultural. Com recursos no valor de R$5 milh�es do Banco Nacional de Desenvolvimento Econ�mico e Social (BNDES)/Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC das Cidades Hist�ricas), em conv�nio assinado com o governo de Minas, ser� feita a revitaliza��o do piso de pedras da �rea agora fechada ao tr�nsito de autom�veis e outros locais, como o Largo das Forras e imedia��es da Igreja da Sant�ssima Trindade. A expectativa � que a obra dure um ano e meio, com acompanhamento de especialistas do Instituto Nacional do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan).