Um m�dico da cidade de Santa B�rbara, na Regi�o Central de Minas Gerais, foi indiciado por homic�dio culposo ap�s a morte de uma jovem de 19 anos em fevereiro. Segundo a Pol�cia Civil, Sttellamares Batista da Paix�o teve complica��es no quadro de sa�de ap�s o parto e n�o recebeu atendimento m�dico adequado. O inqu�rito policial foi entregue ao Minist�rio P�blico nessa segunda-feira.
O caso foi investigado pelo delegado de Santa B�rbara, Domiciano Ferreira Monteiro de Castro Neto. Segundo ele, Sttellamares era casada e deu a luz ao primeiro filho em 3 de fevereiro, quando foi realizada uma cesariana na Santa Casa da cidade. A jovem teve alta no dia 5. “Algum tempo depois, chegou ao nosso conhecimento que a fam�lia de Sttella estava procurando o Minist�rio P�blico porque ela teve algumas complica��es de sa�de, e eles buscavam o MP para que ela fosse internada e transferida. Acontece que, depois disso, ela morreu”, explica. A morte aconteceu em 20 de fevereiro. “A fam�lia depois disso fez alguns relatos falando que n�o sabia o motivo da morte dela, que o hospital n�o fornecia mais detalhes, e passaram diversos relatos de complica��es que ela teve desde o dia 5 at� o dia 20”, diz Castro Neto. O Minist�rio P�blico ent�o repassou as informa��es � delegacia, que suspeitou de uma infra��o criminal e optou pela exuma��o do corpo de Sttellamares, sepultado no cemit�rio de Catas Altas.
As investiga��es mostraram que a jovem procurou a Santa Casa de Santa B�rbara em 8 de fevereiro apresentando dores abdominais, falta de apetite e outros sintomas. O hospital constatou que o abdome dela estava “distendido e globoso”. Sttellamares foi atendida e liberada. No dia seguinte, ela voltou ao hospital e foi internada. Em 10 de fevereiro, ela tamb�m apresentava v�mito, secre��o sanguinolenta e foi feito um ultrasson. “No dia 11, o m�dico respons�vel decidiu transferir ela para um hospital de maior complexidade devido a possibilidade de uma interven��o cir�rgica”, diz o delegado. Segundo ele, foram feitos exames de leucograma nos dias 9, 10 e 13. O �ltimo indicou um quadro de leucocitose e infec��o grave. Mesmo assim, segundo o delegado de Santa B�rbara, ela recebeu alta em 15 de fevereiro. Quatro dias depois, Sttellamares votou ao hospital com os mesmos sintomas de dor abdominal, al�m dos apresentados nos exames. Ela foi internada e morreu no dia seguinte.
NEGLIG�NCIA “O laudo do m�dico legista apontou que ela apresentava quadro cl�nico de abdome agudo inflamat�rio p�s-ces�rea, e que a interna��o dela do dia 9 at� o dia 15 justificava a explora��o cir�rgica da cavidade. No relat�rio do conjunto, a gente ouviu tamb�m pessoas internadas com ela. Com base nisso tudo e no laudo ficou evidenciado que houve neglig�ncia m�dica”, afirma Castro Neto, detalhando o que levou � conclus�o.
“O m�dico que deu a alta para ela foi o mesmo que fez a cesariana. E o quadro apresentado ali n�o embasava a alta hospitalar. Inclusive, essa alta foi realizada simplesmente com base em exames cl�nicos, mesmo levando em conta exames laboratoriais que indicavam quadro grave", destaca. "Em decorr�ncia disso tudo indiciamos o m�dico por homic�dio culposo, porque a morte foi causada por neglig�ncia m�dica. Ela Ficou do dia 5 at� o dia 20 procurando atendimento m�dico adequado e n�o teve. N�o � nenhum erro do hospital, esse m�dico foi negligente", conclui.
O delegado prefere n�o revelar o nome do m�dico indiciado. Se condenado, ele pode pegar de um a tr�s anos de pris�o. Ele ainda destaca que Sttellamares havia dado a luz ao primeiro filho e nunca havia apresentado problemas de sa�de durante a gravidez. “O foco do inqu�rito n�o foi eventual falha durante a cirurgia de cesariana, que isso pode ocorrer, m�dico est� sujeito a erros. Durante todo esse per�odo depois da cirurgia ela procurava atendimento e n�o teve atendimento necess�rio, que era indicado em todos os exames. E depois de 15 dias ela veio a morrer”.
O em.com.br entrou em contato com a Santa Casa de Santa B�rbara para repercutir o resultado da investiga��o, mas a unidade informou que n�o vai se pronunciar sobre o caso.