O 2º Tribunal do J�ri de Belo Horizonte condenou � pris�o os irm�os Fl�vio de Matos Rodrigues e Ot�vio de Matos Rodrigues por envolvimento na morte do auditor fiscal da Prefeitura de Belo Horizonte, Iorque Leonardo Barbosa J�nior. Alessandra L�cia Pereira Lima, ex mulher da v�tima, e o amante dela, o policial civil Ernandes Moreira Santos, ser�o julgados em 11 de maio e 21 de junho, respectivamente.
A den�ncia do Minist�rio P�blico foi recebida em 19 de setembro de 2014 e os r�us foram pronunciados em abril do ano seguinte. Segundo a den�ncia, o crime aconteceu em 18 de fevereiro de 2014, por volta das 7h da manh�, no Bairro Padre Eust�quio, na Regi�o Noroeste de Belo Horizonte. O servidor p�blico, que tinha 42 anos na �poca, foi atingido por seis tiros na cabe�a por um indiv�duo n�o identificado. O atirador foi contratado por Alessandra e Ernandes, o ex-policial civil com quem ela mantinha um relacionamento extraconjugal.
Segundo o Tribunal de Justi�a de Minas Gerais (TJMG), Ernandes, Ot�vio e o executor foram at� a rua em que a v�tima estava e simularam uma pane no carro. Quando avistaram o auditor distra�do, atiraram nele. O ve�culo utilizado pelo grupo foi encontrado na oficina de Fl�vio, onde estava sendo descaracterizado para evitar a identifica��o.
A motiva��o do crime, conforme o Minist�rio P�blico, foi a insatisfa��o da mulher com o casamento e o desejo de constituir com o policial civil um, em que ambos poderiam usar livremente o patrim�nio do marido. J� Fl�vio e Ot�vio foram atra�dos pela promessa de recompensa.Durante o julgamento, somente o policial que conduziu as investiga��es foi ouvido como testemunha. Ele sustentou que registros de liga��es telef�nicas implicaram os r�us no ocorrido, demonstrando que houve intensa comunica��o entre eles antes, durante e depois dos fatos e provando que o mec�nico Ot�vio esteve na cena do crime.
Ele tamb�m apontou que a Alessandra forneceu informa��es sobre a rotina de Iorque para possibilitar a emboscada. O policial tamb�m relatou que, conforme a fam�lia da v�tima, a mulher, servidora estadual aposentada, tinha um padr�o de vida elevado, incompat�vel com sua renda pessoal. O investigador declarou que colegas de trabalho com a mesma coloca��o da v�tima possu�am patrim�nio bem maior que o dele, o que indicaria gastos excessivos.
Segundo o investigador, as testemunhas dos disparos que mataram o auditor foram ouvidas apenas informalmente, pois se recusaram a depor, alegando que haviam sido amea�adas pelo atirador. Essas amea�as constam em boletim de ocorr�ncia da �poca do assassinato.
Conforme o TJMG, Ot�vio disse no interrogat�rio que deu carona a duas pessoas na data do crime, mas disse que n�o sabia da inten��o delas. Ele havia passado a noite em um bar, bebendo e consumindo drogas, e conhecia pouco somente uma das pessoas que levava em seu carro. Segundo o r�u, ambos os passageiros queriam que ele os deixasse na Avenida Amazonas, mas, quando chegaram l�, pediram que ele os levasse ao Bairro Padre Eust�quio.
No local, uma das pessoas pediu para o motorista parar, aguardar e desceu. O r�u afirma que ouviu tiros e que depois o caroneiro retornou com uma arma na m�o. Em seguida, ainda atendendo aos passageiros, Ot�vio os deixou no Anel Rodovi�rio e foi para sua oficina. O mec�nico reconheceu que foi o motorista do carro que levou o atirador, mas n�o quis dizer quem eram as pessoas com ele nem comentou sobre o poss�vel envolvimento do ex-policial civil no assassinato.
Ot�vio declarou n�o conhecer nem o auditor fiscal nem a esposa da v�tima, mas confirmou que conhecia Ernandes h� mais de 20 anos. Quando o juiz lhe perguntou porque ele disse ao investigador da Pol�cia Civil que o carro n�o era dele, mas de um cliente, justificou que teve medo, pois descobriu, pela imprensa, que tinha contribu�do para o crime sem saber. De acordo com o acusado, o irm�o dele est� preso sem culpa, pois n�o teve nenhuma participa��o nos fatos.
J� Fl�vio de Matos negou ter recebido qualquer quantia para guardar o carro do crime em sua oficina, bem como se envolver no assassinato. O r�u disse desconhecer a participa��o do irm�o e de Ernandes no assassinato, pois n�o estava presente no local dos disparos.
DEBATES E CONDENA��O O promotor de justi�a Herman Lott, durante sua argumenta��o, desqualificou a tentativa de Ot�vio em minimizar sua participa��o no crime, ao alegar ter dado carona a duas pessoas, sem conhecimento dos fatos. Segundo o promotor, o carro do mec�nico foi filmado por diversas c�meras de seguran�a que registraram que rodou cerca de 30 minutos pela regi�o, antes da morte da v�tima. Para o promotor, Ot�vio esperava informa��es sobre a localiza��o da v�tima passadas pela pr�pria esposa. Em rela��o a Fl�vio, o Herman Lott questionou a declara��o do r�u aos policiais, nove dias depois do crime, quando o carro foi achado em sua oficina, em que ele disse que o ve�culo estava parado h� mais de 20 dias.
O assistente de acusa��o, Dracon Cavalcante Lima, argumentou pelo reconhecimento das qualificadoras. Segundo ele, embora n�o hajam provas de que os irm�os tenham recebido recompensa pelo crime, existem evid�ncias que comprovam a motiva��o torpe, seja por dinheiro ou crueldade. Al�m disso, destacou contradi��es nos depoimentos de Ot�vio. A defesa de Fl�vio pediu a absolvi��o dele, enquanto a de Ot�vio argumentou em defesa da retirada das qualificadoras.
Ao sentenciar os acusados, o juiz determinou ainda que os r�us os irm�os paguem, na propor��o de 80% e 20%, respectivamente, indeniza��o por danos morais � filha da v�tima, referente a 10 vezes o �ltimo vencimento l�quido do auditor. Ele determinou tamb�m que Fl�vio aguarde a fase de recurso em liberdade, direito que negou ao irm�o dele, por consider�-lo nocivo para a sociedade. Por ser de Primeira Inst�ncia, a decis�o ainda cabe recurso.
Com informa��es do TJMG