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Estado de Minas

Telas de santos do s�culo 19 s�o restauradas em igreja hist�rica de Ouro Preto

Restaurados em ateli� improvisado na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, pinturas de grandes propor��es de S�o Lu�s e S�o Eduardo ser�o expostas em cerim�nia no dia 19


postado em 11/03/2017 06:00 / atualizado em 14/03/2017 16:03

O professor da Ufop Sílvio Luiz com a equipe que o auxiliou na restauração dos quadros do século 19(foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
O professor da Ufop S�lvio Luiz com a equipe que o auxiliou na restaura��o dos quadros do s�culo 19 (foto: Beto Novaes/EM/D.A PRESS)
Ouro Preto – O consist�rio ganhou nova fun��o na Igreja Nossa Senhora do Carmo, no Centro Hist�rico da cidade reconhecida como patrim�nio cultural da humanidade e distante 95 quil�metros da capital. Nesse antigo espa�o para reuni�es do clero e das irmandades, localizado no segundo andar do templo barroco, foi montado um ateli�, aberto ao p�blico, para restaura��o de dois quadros de grandes propor��es: com as molduras, as pinturas de S�o Lu�s Rei da Fran�a e S�o Eduardo Rei da Inglaterra medem 2,17 metros por 1,52m.

Foi quase um ano de trabalho, que faz parte do projeto did�tico da Funda��o de Arte de Ouro Preto (Faop), vinculada � Secretaria de Estado da Cultura, comandado pelo restaurador e professor S�lvio Luiz Rocha Vianna de Oliveira. O resultado poder� ser admirado no dia 19, quando as obras ser�o apresentadas em cerim�nia oficial composta de missa e exposi��o em Ouro Preto.


De autoria do mineiro Francisco Xavier Carneiro (1765-1840), os quadros (�leo sobre tela) ficavam na sacristia do templo constru�do entre 1756 e 1784 e apresentavam uma s�rie de estragos, a exemplo de rasgos, sujeira, respingos de tinta, verniz oxidado e deforma��es. “S�o pinturas do s�culo 19. O artista fez tamb�m os retratos existentes na sacristia da Igreja S�o Francisco de Assis, uma das mais importantes de Ouro Preto”, informa S�lvio, acompanhado da equipe composta por alunas rec�m-formadas na Faop e outros j� graduadas. O local n�o � novidade para ele que, em 2010, montou um ateli� na sede da C�mara Municipal, na Pra�a Tiradentes, para restaurar o quadro Leitura da senten�a de Tiradentes.

Ao subir a escadaria de pedras que leva ao antigo consist�rio, o visitante se surpreende ao ver a cena: com m�scaras, luvas e jalecos brancos, o que se v� � uma equipe dedicada, concentrada no restauro das obras. S�lvio destacou que a atividade foi desenvolvida como proposta de um trabalho did�tico da disciplina Elabora��o de Projetos do curso de conserva��o e restauro da funda��o. No total, foram seis etapas, incluindo a remo��o da camada de verniz que havia sobre a tela, agora com nova moldura.

VALORIZA��O Em visita � cidade, a militar D�bora Gontijo Cardoso, residente em Bras�lia (DF), se encantou com o ateli� montado na igreja. “� muito legal, a gente p�de ver de perto como � o processo de restaura��o”, disse D�bora, em companhia da tamb�m militar Juciane da Cruz May, de Joinville (SC). Nessa primeira viagem � antiga Vila Rica, Juciane visitou pontos tur�sticos e p�de conhecer um pouco da hist�ria dos reis europeus que foram canonizados (veja quadro). Reconhecida de forma pioneira no pa�s, em 1980, pela Organiza��o das Na��es Unidas para Educa��o, Ci�ncia e Cultura (Unesco) como patrim�nio da humanidade, Ouro Preto � tombada, desde 1938, pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan).

No final do projeto, acompanhado pelo Estado de Minas, o clima era de entusiamo na turma de restaura��o, que re�ne formandos e t�cnicos de v�rias regi�es mineiras e de S�o Paulo. “Tinha experi�ncia em bens arquitet�nicos, mas n�o com pinturas. Est� sendo muito bom”, observou Lindalva Ferreira de Freitas, de Uberl�ndia, no Tri�ngulo. Natural de BH, Nath�lia Freire Azevedo conta que gosta muito da �rea de patrim�nio cultural e ficou feliz por trabalhar num “ambiente t�o bonito” e que permite visitas. Para Fernanda Bredariol, de Campinas (SP), rec�m-formada em conserva��o e restaura��o e graduada em hist�ria da Unicamp, a oportunidade permite juntar teoria e pr�tica. A equipe � composta ainda por Priscila Bonardi Oliveira, de Casa Branca (SP), Juliana Leopaci, de Bauru (SP) e Nat�lia Rodrigues, de Ouro Branco, na Regi�o Central de Minas.

Sobre a metodologia do restauro, S�lvio explica que foi recuperada a estabilidade dos materiais e feita a recomposi��o est�tica dos elementos art�sticos, devolvendo o aspecto original: “Por meio de m�todos cient�ficos e crit�rios est�ticos, e levando e considerando a inten��o original do artista, procuramos resgatar o valor original da obra, usando produtos de qualidade para solucionar os problemas da conserva��o”

 

Duas telas, duas hist�rias

» S�o Lu�s Rei da Fran�a


Lu�s IX (1214-1270), comumente chamado de S�o Lu�s, nasceu no castelo de Poissy, em Paris, e foi rei da Fran�a de 1226 at� sua morte. A inf�ncia foi influenciada pela figura do pai, unindo o zelo pela religi�o � bravura marcial. Al�m da educa��o apurada, seus pais, Lu�s VIII e Branca de Castela, lhe inspiraram os sentimentos de um “rei cristian�ssimo e filho da Igreja”. Ascendeu ao trono aos 12 anos, ap�s a morte do pai, com sua m�e governando o reino em seu nome at� que alcan�asse a maioridade, em 1234 – nesse ano, casou-se com Margarida de Proven�a. Comandou a s�tima Cruzada, expedi��es sobre o comando da Igreja para recuperar Jerusal�m e reunificar o mundo crist�o, e lan�ou a oitava. Foi canonizado em 1297 pelo papa Bonif�cio VIII.

» S�o Eduardo Rei da Inglaterra

Eduardo, o Confessor (1003-1066) era filho do rei Ethelred I e de sua segunda esposa, Ema, filha do duque Ricardo I da Normandia. Nasceu em Islip, Inglaterra, e uma d�cada depois, quando os dinamarqueses invadiram a Inglaterra, foi para a Normandia com a m�e, ficando l� at� 1042. Nesse per�odo, teria prometido fazer uma peregrina��o a Roma se voltasse � p�tria. Ao retornar para ser o rei, teria sido dispensado pelo papa de cumprir a promessa e ent�o teria usado o dinheiro da viagem para socorrer os mais pobres do reino. Em 1044, Eduardo se casou com Editha, filha de seu maior advers�rio, o conde de Godwin, para estabelecer a paz no reino – conta a hist�ria que o casal teria feito voto de virgindade de comum acordo. Ganhou o apelido de “o Confessor”, pois teria tido uma vida santa, embora n�o fosse um m�rtir. Foi canonizado em 1161 pelo papa Alexandre III.


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