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Estado de Minas

Grupo promete novos atos contra a suspens�o de processo sobre Fund�o

Centenas de moradores de Minas e do Esp�rito Santo fizeram um ato na frene da sede da Justi�a Federal, no Bairro Santo Agostinho, na tarde desta segunda


postado em 14/08/2017 18:19 / atualizado em 14/08/2017 19:07

Ver galeria . 6 Fotos Aproximadamente 400 pessoas participaram do ato em frente a sede da Justiça Federal no Bairro Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de BHBeto Novaes/EM/D.A.Press
Aproximadamente 400 pessoas participaram do ato em frente a sede da Justi�a Federal no Bairro Santo Agostinho, na Regi�o Centro-Sul de BH (foto: Beto Novaes/EM/D.A.Press )

Cerca de 400 pessoas de v�rias cidades de Minas e do Esp�rito Santo cortadas pelo Rio Doce, segundo organizadores, protestaram nesta segunda-feira, em Belo Horizonte, contra a decis�o do Judici�rio em suspender o processo criminal que tem como r�s 22 pessoas, a Samarco, suas controladoras (Vale e BHP Billiton) e a VogBR, respons�vel pelo laudo da represa de Fund�o. Os manifestantes gritaram palavras de ordem em frente a Justi�a Federal, na Regi�o Centro-Sul.

Novos protestos ocorrer�o na ter�a e quarta-feira, quando os manifestantes retornam para casa. Em julho, o juiz Jacques de Queiroz Ferreira, de Ponte Nova, na Zona da Mata e respons�vel pela comarca de Mariana, onde a barragem estourou, em 5 de novembro de 2015, suspendeu o processo em atendimento a questionamentos dos advogados que representam o presidente licenciado da Samarco, Ricardo Vescovi, e o diretor de Opera��es da mineradora, Kleber Terra.

Os advogados pediram a anula��o do processo com a alega��o de provas il�citas – sustentam a tese de que telefonemas fora do per�odo autorizado pela Justi�a foram usados na den�ncia pelo Minist�rio P�blico, que refuta a acusa��o. O magistrado suspendeu o processo at� que as operadoras de telefonia esclare�am o assunto. Na pr�tica, o juiz adotou a medida para n�o correr o risco de o processo ser anulado.

Atingidos pela lama da Samarco – diretamente ou indiretamente – reclamam da decis�o. Ontem, cerca de 400 chegaram a BH, num evento organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens. Eles levaram cruzes de madeira at� o pr�dio da Justi�a Federal, numa alus�o aos 19 mortos pelo tsunami de lama e min�rio. “A gente luta de um lado e eles nos tiram de outro. Estamos perdidos e sem saber o que fazer”, lamentou Joana Darc, de 44 anos, ex-moradora de Bento Rodrigues, o primeiro povoado de Mariana devastado pela lama. Joana conta que a vida da fam�lia foi abalada pela trag�dia: “As pessoas que moravam porta a porta comigo, hoje, est�o distantes. Tudo mudou. Perdi meus animais, minha horta...”.

Ela mora numa casa alugada pela mineradora, mas faz quest�o de dizer que n�o � a mesma coisa: “A gente quer ter a nossa moradia. Queremos ter o nosso espa�o. A Justi�a n�o pode simplesmente suspender o processo”, reclamou a mulher enquanto observava outros manifestantes, em coro, gritando por justi�a. “Eles sabiam que iam romper...”.

�gua

Dona Iolanda Gomes, de 60, veio de Resplendor, no Leste de Minas, reclamar que at� hoje n�o pode cultivar as planta��es de cebola, taioba e outras verduras que garantiam a renda mensal. “Se eu irrig�-las com �gua do rio, as plantas n�o sobrevivem, Morrem. Para beber �gua, eu compro gal�o com l�quido mineral. � um gasto a mais. L� se v�o quase dois anos... � um absurdo”.

J� Jos� de F�tima Lemes, de 62, reclama da falta de peixes ao longo do Doce. Pescador h� quatro d�cadas, ele sente falta da profiss�o. “Desde que a lama chegou � cidade, n�o pescamos mais. Algumas esp�cies, como o cascudo e o pacum�, sumiram daquele trecho. Eu conseguia cerca de R$ 3 mil mensais. Sabe quanto recebo de benef�cio da Samarco? M�s passado depositaram em minha conta R$ 1.340. Para sacar o dinheiro, como moro na �rea rural, preciso viajar mais de 50 quil�metros”.

Os manifestantes, acampados na Pra�a da Assembleia, prometem novos atos nesta ter�a-e quarta-feira. Procurada, a Samarco informou que n�o se manifestaria sobre o protesto nem sobre a decis�o judicial.


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