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Estado de Minas

Den�ncias de estupro e ass�dio sexual ligam alerta na Regi�o Centro-Sul de BH

Crime cometido em rua do Cruzeiro choca moradores e estudantes de universidade no bairro, enquanto o C�mpus Sa�de da UFMG abre discuss�o sobre mais de 100 epis�dios de viol�ncia sexual narrados por alunas


29/08/2018 06:00 - atualizado 29/08/2018 07:40

A violência no Cruzeiro foi registrada na Rua Cabo Verde, considerada mal iluminada e com policiamento insuficiente por moradores do bairro(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
A viol�ncia no Cruzeiro foi registrada na Rua Cabo Verde, considerada mal iluminada e com policiamento insuficiente por moradores do bairro (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Casos de ass�dio e viol�ncia sexual deixam em alerta duas comunidades universit�rias e moradores da Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. A den�ncia de estupro de uma jovem de 26 anos, quando voltava para a casa no s�bado, pr�ximo ao McDonald’s da Avenida Afonso Pena, chocou moradores do Bairro Cruzeiro e alunos da Universidade Fumec, que fica nas imedia��es do local do crime. J� alunas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) relatam uma s�rie de epis�dios de viol�ncia contra a mulher no C�mpus Sa�de, no Bairro Santa Efig�nia. Colegas e professores foram alvos de den�ncia. No per�odo de uma semana, por meio de uma campanha lan�ada por estudantes, foram denunciados mais de 100 casos, sendo cinco estupros. O grupo de mulheres deve se reunir com a diretoria da faculdade nas pr�ximas semanas. H� menos de m�s um homem foi detido sob suspeita de tentar estuprar uma adolescente, de 15, dentro da Escola Estadual Governador Milton Campos, o Col�gio Estadual Central, tamb�m na Regi�o Centro-Sul.


“Estupro � o pior tipo de crime que pode ocorrer contra uma mulher. Como superar essa viol�ncia? � o mesmo que mat�-la por dentro”, disse a moradora e comerciante do Bairro Cruzeiro, Sandra Ara�jo, de 50, que est� com medo ap�s saber do epis�dio da jovem estuprada na Rua Cabo Verde. De acordo com o boletim de ocorr�ncia, J.S.P.P, de 26, voltava para a casa na madrugada de s�bado quando foi amarrada, agredida e estuprada por um homem. Segundo o relato � PM, ela contou que percebeu que estava sendo seguida por um homem branco, estatura m�dia e forte, tentou correr, mas foi alcan�ada pr�ximo ao n�mero 50 da Rua Cabo Verde. Em sequ�ncia, a jovem teve as m�os amarradas por uma corda de varal e foi jogada contra uma parede. Ainda de acordo com o registro policial, o homem arrancou a cal�a dela e a estuprou. Ela teria tentando se soltar, mas foi agredida no rosto diversas vezes.


Depois do epis�dio de viol�ncia sexual, a v�tima procurou a Delegacia Especializada da Mulher, no Barro Preto, na Regi�o Centro-Sul, onde registrou a ocorr�ncia. L�, contou que havia bebido e, por isso, o BO foi registrado como “estupro de vulner�vel”. A jovem disse que o criminoso usava uma blusa verde, possivelmente, de um time de futebol internacional e tinha uma tatuagem de um escudo em um dos bra�os. A Pol�cia Civil confirmou que a v�tima foi ouvida e o inqu�rito policial instaurado. Outras informa��es n�o ser�o divulgadas, segundo a assessoria de imprensa, para n�o atrapalhar as investiga��es.


A prestadora de servi�os Cristiana Chaves, de 34, trabalha na Rua Cabo Verde, onde foi registrada a ocorr�ncia. Ela n�o conhece a v�tima, mas aponta que esse � o assunto no bairro desde o in�cio da semana. O caso deixou as pessoas mais apreensivas: “J� temos muitos problemas com assalto, mas, o caso do estupro nos chocou. Fico com medo, n�? No fim de semana n�o tem movimento nenhum aqui. Trabalho em um sal�o e saio depois das 22h, sempre com muita cautela”, contou. Rebeca Lima, de 21, estuda na Universidade Fumec e tamb�m � moradora da regi�o. Ela diz que ficou assustada ao saber do ocorrido j� que vai a p� at� a faculdade diariamente. “Tenho medo todos os dias, mas n�o tenho op��o. Antes, eu fazia aula noturna, mas por causa do medo transferi para o curso diurno”, contou. Ela concorda que a rua fica deserta e a ilumina��o n�o � o suficiente no bairro. “N�o tem um policiamento eficaz”, concluiu a jovem.

NA UFMG Tamb�m nesta semana, o C�mpus Sa�de da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) voltou a ser palco de den�ncias de ass�dio. O coletivo Alzira Reis abriu um formul�rio para que mulheres relatem casos de ass�dio cometidos dentro da universidade por qualquer servidor, aluno ou outro. O question�rio foi lan�ado na quarta-feira passada e j� recebeu mais de 100 den�ncias, sendo cinco estupros.


Em uma das postagens do Facebook, uma aluna denunciou um professor por assedi�-la dentro e fora da sala de aula. “Ocorreu durante praticamente todo o semestre, enquanto cursava cl�nica m�dica. O meu professor da �poca, um senhor bem idoso, come�ou a me escrever. Inicialmente foram mensagens carinhosas nas corre��es dos trabalhos”, contou por meio da rede social. A situa��o se agravou durante uma aula: “Ele levou seu ox�metro. Foi o meu primeiro contato com aquele aparelho e eu quis experiment�-lo (…). Quando coloquei em meu dedo, o professor, que estava ao meu lado, falou: ‘Vamos ver se vai aumentar a frequ�ncia card�aca?’. E come�ou a me acariciar no ombro e em toda a extens�o do bra�o e antebra�o”, lembrou a jovem. Outra mulher contou que foi estuprada por um colega de sala: “Foi em um dia que eu estava b�bada. Ele com certeza n�o considerou que foi viol�ncia. Mas n�o me lembro de nada e depois de me sentir muito culpada, hoje, entendo que ele n�o tinha o direito de fazer aquilo comigo”, disse.

O OUTRO LADO Sobre o caso, a Faculdade de Medicina da UFMG se pronunciou por meio de nota dizendo que a diretoria da institui��o, junto com a se��o de Escuta Acad�mica, realizou reuni�o sobre os coment�rios publicados na p�gina do Facebook do Coletivo Alzira Reis. “Foi decidido que ser�o convidados para uma reuni�o representantes do coletivo e dos diret�rios acad�micos dos tr�s cursos de gradua��o (Medicina, Fonoaudiologia e Superior de Tecnologia em Radiologia) para tratar da quest�o, pois a Faculdade precisa ouvi-los para que possamos auxili�-los”, afirmou. A universidade ainda pontua que “os coment�rios ainda n�o se tornaram den�ncias formais na Escuta Acad�mica.”


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