Depois do epis�dio de viol�ncia sexual, a v�tima procurou a Delegacia Especializada da Mulher, no Barro Preto, na Regi�o Centro-Sul, onde registrou a ocorr�ncia. L�, contou que havia bebido e, por isso, o BO foi registrado como “estupro de vulner�vel”. A jovem disse que o criminoso usava uma blusa verde, possivelmente, de um time de futebol internacional e tinha uma tatuagem de um escudo em um dos bra�os. A Pol�cia Civil confirmou que a v�tima foi ouvida e o inqu�rito policial instaurado. Outras informa��es n�o ser�o divulgadas, segundo a assessoria de imprensa, para n�o atrapalhar as investiga��es.
A prestadora de servi�os Cristiana Chaves, de 34, trabalha na Rua Cabo Verde, onde foi registrada a ocorr�ncia. Ela n�o conhece a v�tima, mas aponta que esse � o assunto no bairro desde o in�cio da semana. O caso deixou as pessoas mais apreensivas: “J� temos muitos problemas com assalto, mas, o caso do estupro nos chocou. Fico com medo, n�? No fim de semana n�o tem movimento nenhum aqui. Trabalho em um sal�o e saio depois das 22h, sempre com muita cautela”, contou. Rebeca Lima, de 21, estuda na Universidade Fumec e tamb�m � moradora da regi�o. Ela diz que ficou assustada ao saber do ocorrido j� que vai a p� at� a faculdade diariamente. “Tenho medo todos os dias, mas n�o tenho op��o. Antes, eu fazia aula noturna, mas por causa do medo transferi para o curso diurno”, contou. Ela concorda que a rua fica deserta e a ilumina��o n�o � o suficiente no bairro. “N�o tem um policiamento eficaz”, concluiu a jovem.
NA UFMG Tamb�m nesta semana, o C�mpus Sa�de da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) voltou a ser palco de den�ncias de ass�dio. O coletivo Alzira Reis abriu um formul�rio para que mulheres relatem casos de ass�dio cometidos dentro da universidade por qualquer servidor, aluno ou outro. O question�rio foi lan�ado na quarta-feira passada e j� recebeu mais de 100 den�ncias, sendo cinco estupros.
Em uma das postagens do Facebook, uma aluna denunciou um professor por assedi�-la dentro e fora da sala de aula. “Ocorreu durante praticamente todo o semestre, enquanto cursava cl�nica m�dica. O meu professor da �poca, um senhor bem idoso, come�ou a me escrever. Inicialmente foram mensagens carinhosas nas corre��es dos trabalhos”, contou por meio da rede social. A situa��o se agravou durante uma aula: “Ele levou seu ox�metro. Foi o meu primeiro contato com aquele aparelho e eu quis experiment�-lo (…). Quando coloquei em meu dedo, o professor, que estava ao meu lado, falou: ‘Vamos ver se vai aumentar a frequ�ncia card�aca?’. E come�ou a me acariciar no ombro e em toda a extens�o do bra�o e antebra�o”, lembrou a jovem. Outra mulher contou que foi estuprada por um colega de sala: “Foi em um dia que eu estava b�bada. Ele com certeza n�o considerou que foi viol�ncia. Mas n�o me lembro de nada e depois de me sentir muito culpada, hoje, entendo que ele n�o tinha o direito de fazer aquilo comigo”, disse.
O OUTRO LADO Sobre o caso, a Faculdade de Medicina da UFMG se pronunciou por meio de nota dizendo que a diretoria da institui��o, junto com a se��o de Escuta Acad�mica, realizou reuni�o sobre os coment�rios publicados na p�gina do Facebook do Coletivo Alzira Reis. “Foi decidido que ser�o convidados para uma reuni�o representantes do coletivo e dos diret�rios acad�micos dos tr�s cursos de gradua��o (Medicina, Fonoaudiologia e Superior de Tecnologia em Radiologia) para tratar da quest�o, pois a Faculdade precisa ouvi-los para que possamos auxili�-los”, afirmou. A universidade ainda pontua que “os coment�rios ainda n�o se tornaram den�ncias formais na Escuta Acad�mica.”