
O tiroteio ocorrido na semana passada em Juiz de Fora entre policiais de S�o Paulo e Minas, que terminou com um agente mineiro morto e a apreens�o de R$ 14 milh�es em notas falsas, passou a ser investigado pela Pol�cia Federal. Nesta quinta-feira, 25, morreu um dos empres�rios envolvidos na suposta troca de reais por d�lares. Jer�nimo da Silva Leal J�nior estava internado desde o confronto.
A PF j� apura se o caso tem liga��o com uma quadrilha que aplica golpes com c�dulas falsas em pessoas de todo o pa�s e tem base na Zona da Mata mineira. Segundo o delegado Ronaldo Campos, titular da PF na cidade mineira, um inqu�rito foi aberto em novembro e est� em sigilo. Nesta semana, o ouvidor das Pol�cias de S�o Paulo, Benedito Mariano, pediu atua��o federal nas apura��es do tiroteio. A solicita��o acabou anexada a esse procedimento.
A investiga��o federal teve in�cio ap�s um ourives trocar 200 gramas de ouro e US$ 25 mil com um suposto comerciante de Belo Horizonte, por R$ 250 mil. Posteriormente, o ourives descobriu o golpe quando foi depositar o dinheiro falso em uma ag�ncia do Banco do Brasil na cidade. Na sequ�ncia, os federais j� rastrearam v�timas de S�o Paulo, do Recife e de outras cidades mineiras. Juiz de Fora seria justamente o local onde os neg�cios eram fechados.
A grande dificuldade da investiga��o at� agora, conforme a reportagem apurou, � que o dinheiro das v�timas, em geral d�lares, teria origem il�cita e n�o declarada � Receita Federal. Assim, quando se tornam v�timas, os donos do dinheiro n�o procuram a pol�cia. A origem dos recursos il�citos tamb�m � objeto de outras investiga��es da Pol�cia Civil mineira.
No tiroteio da semana passada, o empres�rio paulista Fl�vio de Souza Guimar�es, representante da empresa AJC Investimentos, se dirigiu � cidade para, segundo informou � Corregedoria da Pol�cia Civil de S�o Paulo, pegar um empr�stimo fora do sistema financeiro nacional com o empres�rio Antonio Vilela (que se apresentava como Antonio Vasconcelos). Vilela j� havia sido preso duas vezes, em 2009 e 2015, por estelionato, tentando repassar notas falsas a terceiros.
Vilela teve ajuda de policiais mineiros, que entraram em confronto com os agentes paulistas contratados por Guimar�es como seguran�as, no que chamavam "escolta vip", ap�s a constata��o de que o dinheiro apresentado pelo mineiro era falso. Vilela e o dono da empresa de seguran�a contratada por Guimar�es, Jer�nimo da Silva Leal J�nior, acabaram baleados.
Morte
Leal J�nior se envolveu diretamente no confronto com os agentes de Minas e S�o Paulo. A principal linha de investiga��o � de que o policial mineiro Rodrigo Francisco, de 37 anos, que morreu no confronto, teria sido baleado pelo empres�rio. Leal J�nior tamb�m foi alvejado, no abdome, e estava internado em estado grave. Na sexta, morreu no Hospital Monte Sinai, em Juiz de Fora.
Quatro dos nove policiais que faziam a seguran�a do empres�rio paulista acabaram presos pelos colegas do agente mineiro morto. A Corregedoria da Pol�cia Civil de S�o Paulo ainda n�o estabeleceu contato com a delegacia da PF de Juiz de Fora. O �rg�o de controle paulista apura apenas as infra��es administrativas praticadas pelos policiais - como fazer bico de seguran�a e faltar ao trabalho para isso. Os crimes de que eles s�o suspeitos est�o a cargo da Delegacia Regional da Pol�cia Civil de Juiz de Fora.