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Estado de Minas

Troca de e-mails mostra que Vale pressionou T�v S�d para atestar estabilidade da barragem

'Mas como sempre a Vale ir� nos jogar contra a parede e perguntar: e se n�o passar, ir�o assinar ou n�o?', disse o engenheiro Makoto Namba


postado em 15/02/2019 16:01 / atualizado em 15/02/2019 18:00

Restaurante e área administrativa da Mineradora Vale após rompimento da barragem da Vale em Brumadinho(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Restaurante e �rea administrativa da Mineradora Vale ap�s rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

E-mails trocados entre funcion�rios da T�v S�d, empresa respons�vel por atestar a seguran�a da barragem da Mina do C�rrego do Feij�o, em Brumadinho, comprovam que a Vale pressionava os empregados. O conte�do das mensagens foi relatado na decis�o judicial que determinou a pris�o de oito funcion�rios da mineradora nesta sexta-feira.


Em 13 de maio de 2018, o engenheiro Makoto Namba (T�v S�d), enviou um e-mail a Ars�nio Negro J�nior, Vin�cius da Mota Wedekin e Marl�sio Cec�lio, todos empregados da T�v S�d, �s 22h16 alertando a instabilidade da barragem

"O Marl�sio est� terminando os estudos de liquefa��o da Barragem I do C�rrego do Feij�o, mas tudo indica que n�o passar�, ou seja, fator de seguran�a para a se��o de maior altura ser� inferior ao m�nimo de 1.3. Dessa maneira, a rigor, n�o podemos assinar a Declara��o de Condi��o de Estabilidade da barragem, que tem como consequ�ncia a paralisa��o imediata de todas as atividades da Mina C�rrego do Feij�o”, escreveu Makoto Namba.

O engenheiro ainda informou que Felipe Figueiredo Rocha, integrante do setor de gest�o de riscos geot�cnicos da Vale, estava ciente da instabilidade. “O coordenador Felipe ligou na sexta-feira passada para saber como andavam os estudos, e sabendo da possibilidade da Barragem I n�o passar, comentou que todos os esfor�os ser�o feitos para aumentar o fator de seguran�a, como o rebaixamento do len�ol fre�tico, a ‘reminera��o’ do rejeito, etc... mas s�o todas solu��es de longo prazo, que levar�o de dois a tr�s anos para surtir o efeito desejado”, disse no e-mail.

Comunidade Parque da Cachoeira, após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Comunidade Parque da Cachoeira, ap�s o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Makoto Namba contou no e-mail, que no outro dia teria uma reuni�o com a Vale, onde Marilene Christina Oliveira Lopes de Assis Ara�jo - que integra o setor de gest�o de riscos geom�tricos da Vale e Cesar Grandchamps - ge�logo da Vale, iriam questionar sobre assinatura atestando estabilidade da barragem.

“A primeira resposta que ser� dada � que os estudos ainda ser�o auditados pelo Leandro Moura, portanto, os resultados mostrados n�o s�o definitivos. O pr�prio estudo do Marl�sio ainda n�o � definitivo. Mas como sempre a Vale ir� nos jogar contra a parede e perguntar: e se n�o passar, ir�o assinar ou n�o? Para isso, teremos que ter a resposta da Corpora��o, com base nas nossas posi��es t�cnicas. N�o para amanh�, mas precisamos discutir internamente, com urg�ncia”, diz o texto.



Adiamento de medidas preventivas

Em depoimento ao Minist�rio P�blico de Minas Gerais, Washington Pireti, funcion�rio da Vale h� 22 anos, relatou que no primeiro semestre de 2018 foi constatado um problema adicional da estrutura da barragem em raz�o da instala��o de Drenos Horizontais Profundos (DHPs), que tinham por desiderato rebaixar o n�vel de �gua dentro do dep�sito da barragem B1, para tanto diminuindo o excesso de poropress�o.

Pireti afirmou que apenas no final de 2018 foi pensado o projeto de descomissionamento da barragem, que exigiria o pr�vio refor�o na sua estrutura e a implementa��o da bateria de po�os a fim de que o n�vel d'�gua fosse rebaixado dentro do dep�sito.

Entretanto, Washington afirmou que tais medidas n�o chegaram a ser iniciadas, com execu��o prevista apenas para junho/julho de 2019. Afirmou que “o engenheiro geot�cnico, com anu�ncia do seu gestor imediato, era respons�vel pelo acionamento do Plano de A��es Emergenciais (PAEBM), e que no caso em tela o engenheiro respons�vel pela opera��o � Renzo Albieri Guimar�es Carvalho e sua equipe, integrada por Arthur Bastos Ribeiro Cristina Malheiros, e que Joaquim Pedro de Toledo deveria necessariamente participar de tal provid�ncia na condi��o de gerente-executivo de geotecnia operacional”.

Washington Pireti disse ainda que “em caso de risco de rompimento da barragem a ordem de evacua��o deveria vir de Renzo Albieri, mas a ordem de evacua��o deveria ser ‘startada’ por Cristina Malheiros”.

Quanto � leitura de um piez�metro que estava com anormalidade em 10 de janeiro de 2019, Pireti afirmou que “n�o � normal que uma leitura dessa, feita no dia 10, chegue ao dia 25 sem que alguma avalia��o e provid�ncia sejam adotadas”.

Zona quente próximo à Mineradora Vale após rompimento da barragem em Brumadinho(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Zona quente pr�ximo � Mineradora Vale ap�s rompimento da barragem em Brumadinho (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


*Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.


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