Mais de 9 milh�es de metros c�bicos (m3) de rejeitos foram despejados ap�s o rompimento da Barragem B1, em Brumadinho, no dia 25 de janeiro do ano passado. A opera��o, que promete mais seguran�a e menor impacto ambiental foi adiantada pela reportagem do Estado de Minas, em 26 de dezembro. No dia 28 de dezembro de 2019, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) autorizou a utiliza��o da cava como destino final dos rejeitos. Enquanto isso, o material vinha sendo estocado na pilha de est�ril que fica dentro do complexo.
Os rejeitos est�o espalhados pelos 9,6 quil�metros de extens�o do Ribeir�o Ferro-Carv�o e parte do leito do Rio Paraopeba. Os res�duos ser�o injetados na antiga cava da Mina C�rrego do Feij�o, uma depress�o rochosa aberta na serra com capacidade para receber at� 27 milh�es de m3 de material, dentro do pr�prio complexo Miner�rio.
Antes de seguir para qualquer destino, os rejeitos removidos do vale do manancial atingido precisam ser vistoriados e liberados pelas equipes de bombeiros que ainda realizam as buscas pelos 11 corpos de desaparecidos de um total de 270 v�timas do rompimento. Em seguida, s�o transportados por uma estrada de terra de 3,6 quil�metros que foi criada a partir da antiga estrada de ferro operada no complexo.
Atualmente, mais de 1 milh�o de rejeitos j� vistoriados pelo Corpo de Bombeiros est�o depositados na pilha de est�ril.
A remo��o e deposi��o adequada dos rejeitos favorece os trabalhos de buscas dos bombeiros que vasculham mais de 270 mil hectares atr�s de vest�gios das v�timas da trag�dia. “A retirada do material para outro local de descarte vai liberar mais �reas para fazermos a secagem de rejeito, necess�ria dependendo da qualidade do material”, afirma o capit�o Ac�cio Trist�o Gouvea, chefe de opera��es da base dos Bombeiros em Brumadinho.
Para que a autoriza��o fosse concedida � Vale, a Semad solicitou estudos hidrogeol�gicos, procedimentos de gest�o de res�duos e monitoramento da cava. Entre as condi��es para a licen�a, v�lida por 10 anos, est�o uma s�rie de medidas de controle sobre a caracteriza��o dos res�duos, o monitoramento das �guas superficiais e subterr�neas, dos ru�dos e de vibra��o. “A disposi��o na cava � considerada ambientalmente correta, pois, al�m de ser realizada em uma �rea tecnicamente segura, sem a necessidade de constru��o de barramentos, diques ou novas estruturas de conten��o, � uma �rea antropizada (j� descaracterizada pela a��o humana), o que reduz o impacto ambiental, visual e facilita a recupera��o da �rea, quando do seu descomissionamento (desativa��o, com recupera��o ambiental)”, informa a Semad.
Ainda assim, a Vale afirma que todo o processo ser� constantemente acompanhado. "A companhia refor�a seu compromisso em cumprir a legisla��o ambiental durante todo o processo, al�m de prestar contas periodicamente aos �rg�os competentes".
O destino dos rejeitos � um drama que j� representa mais de 4 anos de atrasos e at� hoje n�o tem uma solu��o adequada depois de ocorrido o rompimento da Barragem do Fund�o, em novembro de 2015, em Mariana. At� hoje n�o h� exatamente um destino para os cerca de 40 milh�es de metros c�bicos de rejeitos de min�rio de ferro que vazaram ap�s o rompimento e inundaram o Vale do Rio Doce.