
Mais um passo para a resolu��o de um problema que dura d�cadas e significa terror para a popula��o de Venda Nova sempre que os meteorologistas indicam previs�o de chuvas em BH. Foi anunciado, nesta semana, um conv�nio da prefeitura com a Caixa Econ�mica Federal para custear a segunda etapa das obras contra enchentes da Avenida Vilarinho.
A resposta para as frequentes cheias para o Executivo municipal passa pela constru��o de tr�s reservat�rios profundos para armazenar �gua dos c�rregos Vilarinho e Nado e do Ribeir�o Isidoro. Mas, quais os detalhes por tr�s dessas obras?

Segundo apurado pelo Estado de Minas, o aporte de R$ 200 milh�es da PBH dever� ser em 11 anos, sendo um ano de car�ncia e 10 anos de amortiza��o. O custo efetivo total da opera��o � de 122,69% do Certificado de Dep�sito Interbanc�rio (CDI) ao ano.
Esse dinheiro, no entanto, vai somente para dois reservat�rios: o Vilarinho II e o Nado I.
O Vilarinho II est� localizado na avenida de mesmo nome, a mais movimentada de Venda Nova, na altura do n�mero 2.851, ao lado do Cart�rio do Registro Civil e Notas de Venda Nova, entre os bairros Cen�culo e Minascaixa.
A estrutura ter� capacidade para armazenar 115 milh�es de litros de �gua.
A inten��o da prefeitura com a obra � melhorar a drenagem e reduzir o risco de inunda��es na bacia do C�rrego Vilarinho e do Ribeir�o Isidoro.
J� o Nado II ser� instalado na Rua Doutor �lvaro Camargos, antiga 12 de Outubro. L�, a adolescente Anna Luisa Fernandes de Paiva Maria, ent�o com 16 anos, morreu ao ser sugada por um bueiro em 15 de novembro de 2018.
O reservat�rio tamb�m ter� capacidade para armazenar 115 milh�es de litros, mas as �guas vir�o de um c�rrego a mais: o Nado, formado pelas sub-bacias Marimbondo e Lareira, que tamb�m passam por Venda Nova.
Desapropria��es
Nos arredores do Vilarinho II, a PBH decretou a desapropria��o de um lote, onde hoje funciona a garagem de uma prestadora de servi�os da Cemig.
Na mesma toada, para a constru��o do Nado II, a prefeitura vai realizar outras duas desapropria��es, na altura do Bairro S�o Jo�o Batista, cruzamento das ruas Jo�o Samaha e Doutor �lvaro Camargos.
Outro decreto do prefeito deste ano tamb�m oficializou a desapropria��o de dezenas de terrenos em Venda Nova por causa das obras contra enchentes. Esses lotes est�o situados nos bairros Mantiqueira, Flamengo, Piratininga, Santa M�nica, Candel�ria e S�o Jo�o Batista.
Moradores reclamam
Na coletiva de ter�a, a prefeitura anunciou, orgulhosa, o que chamou de maior conv�nio da Caixa com uma prefeitura. E salientou que as obras v�o sair independentemente de quem ven�a as elei��es municipais marcadas para novembro.
“Eu queria deixar muito claro: um dia isso teria que come�ar. Qual prefeito que vai inaugurar n�o interessa. Ter� que inaugurar porque o dinheiro est� carimbado. As obras come�am no ano que vem independentemente do prefeito que estiver sentado na cadeira”, disse o prefeito Alexandre Kalil (PSD) ao anunciar as obras.

A expectativa da PBH � de que a licita��o para a constru��o das duas bacias ocorra em dezembro.
Para o coletivo Eu Vilarinho, constitu�do de moradores de Venda Nova, no entanto, a proposta da prefeitura n�o � a mais indicada.
“Vamos evitar os alagamentos concretando tudo? Ou a ideia desse pessoal � que essa pra�a (que ser� constru�da por cima dos reservat�rios) no per�odo de cheias funcione como piscin�o tamb�m? Sem condi��es”, critica Ricardo Andrade, morador da regi�o.
O movimento � a favor da cria��o de mais pontos de drenagem natural, a partir da constru��o de parques e outras �reas verdes.
"N�o bastam as vidas perdidas em 15 de novembro de 2018, temos que encher o bolso das construtoras que oferecem projetos atrasados, sem efic�cia, apenas seguindo a legalidade de um processo imoral e ineficaz", criticou o movimento nas redes sociais.
Vale lembrar que o Eu Vilarinho e o Comit� das Bacias Hidrogr�ficas do Rio das Velhas (CBH-Rio das Velhas) foram os primeiros a criticar o primeiro projeto apresentado pela gest�o Kalil para resolver as enchentes da Vilarinho, no segundo semestre de 2018.
� �poca, a solu��o passava pela constru��o de dois t�neis que levariam as �guas dos c�rregos Vilarinho e Nado e do Ribeir�o Isidoro at� o C�rrego Floresta, no Norte de BH.
Desde a divulga��o, os coletivos criticaram que a solu��o, na verdade, transportaria o problema de lugar.
A prefeitura reconheceu o erro e desistiu do projeto meses depois.
Outras obras
J� em andamento desde julho, a prefeitura implementa outra caixa de capta��o de �gua na Avenida Vilarinho, conhecida como Vilarinho I. Essa estrutura est� localizada no encontro da via com as ruas Doutor �lvaro Camargos e Ma�on Ribeiro, no Bairro Venda Nova. Ali se concentra a maior parte das enchentes da regional.
Isso acontece porque no local h� o encontro de dois c�rregos: o Nado e o Vilarinho. Isso faz com que a drenagem atual n�o aguente o volume de �gua das chuvas, o que causa cheias frequentes.
Nesse lugar, morreram m�e e filha abra�adas ao serem arrastadas pela correnteza em 15 de novembro de 2018. Elas estavam dentro de um Fiat Palio engolido pela enchente.
A obra tem supervis�o da Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), com previs�o de t�rmino para o final de 2021. S�o investidos aproximadamente R$ 10,5 milh�es nesse empreendimento, que pretende criar uma caixa de 2,5 mil metros quadrados com capacidade para armazenar 10 milh�es de litros.
Com as obras j� em curso, a BHTrans precisou desviar o tr�nsito no local, eliminando a faixa exclusiva para �nibus.
Ao mesmo tempo, o Executivo municipal conduz trabalhos para minimizar as enchentes em outros dois bairros da regi�o: Santa M�nica e S�o Jo�o Batista.
As interven��es se concentram nas redes de drenagem dos c�rregos Lareira e Marimbondo, que formam o Nado.
Os recursos v�m do Programa de Acelera��o do Crescimento 2 (Pac2), aproximadamente R$ 39 milh�es, e a empresa vencedora da licita��o, aberta em 2019, foi a Engibr�s Engenharia.
Na coletiva de ter�a, o secret�rio municipal de Obras e Infraestrutura, Josu� Valad�o, afirmou que esses trabalhos j� v�o reduzir os danos das chuvas nesses bairros no pr�ximo per�odo chuvoso, iniciado m�s que vem.