
carta aberta divulgada no fim da tarde desta quinta-feira, assinada por cinco ex-presidentes e 14 ex-conselheiros da institui��o.
O TratCOV foi lan�ado nesta quinta-feira (14/01) em Manaus (AM) pelo ministro Eduardo Pazzuelo, mesmo dia em que a capital do Amazonas come�a a enfrentar novo colapso na rede de atendimento, com falta oxig�nio aos internados por complica��es da COVID-19.
Restrita ao uso de profissionais de sa�de, a plataforma funciona como um auxiliar virtual de prescri��o de cinco medicamentos sem efici�ncia comprovada no combate ao novo coronav�rus: hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina e doxiciclina. Segundo a pasta, o tratamento muda conforme os dados apresentados pelo paciente. Mais de 340 m�dicos de Manaus foram habilitados para usar o app.
O documento dirigido ao CFM pede que o �rg�o responda a iniciativa do governo, orientando a categoria m�dica brasileira “quanto ao adequado comportamento �tico a ser adotado durante a pandemia, evitando o uso de terap�uticas sem respaldo cient�fico".
“Onde est� o Conselho Federal de Medicina? Onde est� a entidade m�xima da categoria m�dica no Brasil? At� agora sabemos o endere�o, mas n�o sabemos a sua posi��o frente a essa trag�dia sanit�ria e humana que assola em especial o nosso pa�s”, diz a O TratCOV foi lan�ado nesta quinta-feira (14/01) em Manaus (AM) pelo ministro Eduardo Pazzuelo, mesmo dia em que a capital do Amazonas come�a a enfrentar novo colapso na rede de atendimento, com falta oxig�nio aos internados por complica��es da COVID-19.
Restrita ao uso de profissionais de sa�de, a plataforma funciona como um auxiliar virtual de prescri��o de cinco medicamentos sem efici�ncia comprovada no combate ao novo coronav�rus: hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina, azitromicina e doxiciclina. Segundo a pasta, o tratamento muda conforme os dados apresentados pelo paciente. Mais de 340 m�dicos de Manaus foram habilitados para usar o app.
O documento dirigido ao CFM pede que o �rg�o responda a iniciativa do governo, orientando a categoria m�dica brasileira “quanto ao adequado comportamento �tico a ser adotado durante a pandemia, evitando o uso de terap�uticas sem respaldo cient�fico".
Outros pontos mencionados pelo texto incluem posicionamento “p�blico e enf�tico” a favor da vacina��o para todos e da continuidade da ado��o dos protocolos sanit�rios de preven��o � COVID-19. “Frente a essa eloquente omiss�o do nosso principal �rg�o representativo � que n�s conclamamos o CFM a que se manifeste em defesa da vida da nossa gente”, diz a carta.
“Arma genocida”

“Eu estou realmente muito preocupado. Algu�m tem que parar essa gest�o despreparada que recorre ao charlatanismo para enfrentar esse momento t�o cr�tico. N�s precisamos � de vacina, de seringa, adquirir vacina pra ontem! N�o d� pra assistir a essa trag�dia calado”, comenta Tupinamb�s.
Carlos Starling alerta para os riscos da prescri��o de f�rmacos sem comprova��o cient�fica pela popula��o. “Veja bem, n�o s�o apenas rem�dios que n�o tratam os pacientes. Eles podem ajudar a agravar o quadro. A pessoa usa, por exemplo, um corticoide no in�cio dos sintomas da doen�a, como recomendam os charlat�es. Mas sabe o que acontece? Ele pode reduzir a imunidade, porque esse � um efeito comum de corticoides. Com isso, um quadro que poderia ser leve pode se agravar”, explica o especialista.
Sobre a azitromicina e a doxiciclina – dois antibi�ticos – o m�dico explica que a prescri��o das subst�ncias contribui para a propaga��o de ‘superbact�rias”. “� rid�culo prescrever antibi�tico para uma doen�a que n�o � bacteriana, � viral. Menos de 2% dos casos de COVID s�o associados a infec��es bacterianas. Logo, receitar antibi�tico contribui apenas para selecionar bact�rias resistentes, que depois ser�o dif�ceis de se combater”, avalia.
"Minha conclus�o � a de que esse aplicativo � uma arma genocida, parte de uma pol�tica t�o cruel, quanto c�nica, pois deixa as pessoas morrerem fingindo que as est� tratando", complementa.
Una� Tupinamb�s acrescenta que outro risco oferecido pelo uso dos medicamentos � que, ao utiliz�-los, os pacientes experimentam uma falsa sensa��o de imunidade ao v�rus. “A promessa mentirosa � a de que essas drogas protegem o indiv�duo ou barram a evolu��o da infec��o. Os adeptos do tratamento ent�o deixam de procurar o servi�o de sa�de no in�cio dos sintomas, pois creem que o tratamento vai resolver. O quadro, nesse intervalo, pode ser agravar e, quando o paciente finalmente for ao hospital, pode ser tarde”, avisa o profissional.
Estudos pouco conclusivos
Na Fran�a, os pol�ticos euroc�ticos Nicolas Dupont-Aignan, Fran�ois Asselineau e Florian Philippot solicitaram na semana passada ao ministro da Sa�de, Olivier V�ran, informa��es sobre poss�veis tratamentos para a covid-19, citando hidroxicloroquina, vitamina D e ivermectina.
“A maioria dos estudos cl�nicos (publicados) recentemente sobre o assunto s�o inconclusivos, ou s�o pr�-publica��es n�o validadas por colegas, ou, quando s�o publicados, s�o estudos com vieses metodol�gicos tais que os resultados s�o de dif�cil interpreta��o e n�o permitem tirar conclus�es", resume a Sociedade Francesa de Farmacologia e Terap�utica.
A Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, sua contraparte sul-africana (SAHPRA) e as autoridades de sa�de mexicanas tamb�m declararam publicamente que a ivermectina n�o � considerada um tratamento anticovid, devido � falta de dados cient�ficos confi�veis e robustos.
"Para ter 100% de certeza da efic�cia de uma droga, precisamos de resultados de maiores ensaios cl�nicos randomizados" do que foi feito at� agora, disse o professor Kim Woo-joo, professor do departamento de doen�as infecciosas no Hospital Universit�rio da Coreia, em Seul. (com ag�ncias)