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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Trabalho presencial tira 62% dos jovens de casa na pandemia em Minas

Levantamento mostra que a maioria tem se deslocado para exercer atividades em Minas. Pesquisa mostra que 10,83% desrespeitam isolamento para evitar a COVID-19


01/03/2021 06:00 - atualizado 01/03/2021 11:45

Gabrielle Silva, de 17 anos, aprendiz da área de recursos humanos, relata crises de ansiedade e dificuldades com o ensino remoto (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Gabrielle Silva, de 17 anos, aprendiz da �rea de recursos humanos, relata crises de ansiedade e dificuldades com o ensino remoto (foto: Tulio Santos/EM/D.A Press)
Mais de 60% dos jovens mineiros empregados t�m trabalhado presencialmente, mesmo com a pandemia do novo coronav�rus. Levantamento do Ensino Social Profissionalizante (Espro) aponta que 62,92% dos aprendizes atuantes no estado – com idades entre 14 e 24 anos – precisam se deslocar at� as empresas. A m�dia dando expediente presencialmente, somadas as respostas dadas em Minas Gerais, S�o Paulo, Rio de Janeiro e Paran�, � de 47,4%.

Esses jovens baseados em Minas s�o tamb�m os que menos seguem fielmente as regras de distanciamento social. Segundo o Espro, 10,83% relataram descumprimento, ante m�dia de 7,27% se estendido aos outros tr�s estados. Os dados foram colhidos pelos pesquisadores em novembro.
Em compara��o aos outros estados, Minas tem o maior percentual de jovens sem estudar: 45,86%. A m�dia das quatro unidades � de 43,27%. Vale lembrar, por�m, que parte dos aprendizes j� concluiu o ensino m�dio ou a gradua��o.

Henrique Rafael de Andrade, 18, que sonha ser fuzileiro naval e pretende cursar administra��o de empresas, esteve entre os que precisaram sair de casa para “bater ponto”. O contrato de aprendiz firmado por um hospital particular de Belo Horizonte se encerrou recentemente, mas durante grande parte da pandemia ele rep�s os estoques de medicamentos. “O �nibus que eu pegava era muito cheio. N�o dava para ir em p� de t�o cheio. Sempre lavei bem as m�os, utilizava �lcool em gel e m�scaras N95, que o hospital fornecia. Em casa, j� colocava as roupas do dia para lavar”, diz, ao lembrar das recomenda��es sanit�rias que seguia para evitar o cont�gio.

Andrade viu a irm� ficar desempregada durante a pandemia e temeu seguir o mesmo caminho. “A manuten��o do meu contrato foi muito boa. Se eu tivesse perdido meu emprego, ficaria pesado demais para minha m�e sustentar toda a fam�lia”, lembra.

Preocupa��o

Segundo a pesquisa, 88,75% dos jovens mineiros demonstraram alguma preocupa��o sobre perder suas fontes de renda. “Durante a pandemia, muitos dos pais desses jovens perderam os empregos. E os jovens, por um bom per�odo, passaram a ser a principal ou a �nica fonte de renda da fam�lia. Aquele dinheiro com o qual eles ajudavam em casa, mas que ainda sobrava para planos pessoais, acabou consumido inteiramente pela fam�lia”, observa Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro.

Para Saade, certas hip�teses podem explicar o alto �ndice de jovens mineiros que t�m trabalhado de forma presencial. “H� algumas possibilidades, como a empresa n�o ter infraestrutura para fazer home office e, por isso, acabar encontrando maneiras de voltar ao presencial de forma segura, com equipamentos de prote��o e higiene”, cogita.

Impacto na rotina e medo de renda cair


Aos 17 anos, Gabrielle Luiza Silva trabalha como aprendiz no setor de Recursos Humanos de um col�gio privado belo-horizontino. A pandemia trouxe diversas mudan�as � rotina dela. Sem poder trabalhar, teve o sal�rio reduzido, mas como a carteira profissional � assinada, passou a receber o benef�cio que o governo federal destinou �queles que tiveram jornadas reduzidas ou contratos suspensos. Sem a escola presencial, encontrou dificuldades para lidar com o ensino remoto da rede p�blica. Ap�s prestar um exame, recebeu bolsa na escola em que d� expediente e resolveu repetir o segundo ano do ensino m�dio.

“Quando tudo fechou, foi um baque emocional. A saudade de trabalhar e exercer a profiss�o que me concederam ‘bateu’ muito forte. O sal�rio que estava ganhando ajudou em casa. Mas perder a experi�ncia de exercer uma profiss�o deixou todos os menores aprendizes tristes”, recorda. “A motiva��o para fazer as atividades da escola era baixa, por n�o estar presencialmente e n�o entender muito bem as mat�rias”, afirma.

Ariel Cristina Silva, 18, tamb�m passou para o home office. Ela viu como “desafiadoras” as adapta��es. “Tive de mudar minha rotina de trabalho e adaptar as tarefas ao que eu tinha dispon�vel de recursos em casa”, sustenta a garota, servidora de uma produtora de g�s em Itabirito, no entorno de BH.

Como ela, Henrique Andrade � outro que precisou rever os planos. Ele pretende participar do processo seletivo da Marinha, mas reconhece chances menores de ser aprovado. A ideia, portanto, � se inscrever como “treineiro”. “N�o me sinto preparado para fazer uma prova, j� que n�o estudei o suficiente. Se a COVID-19 n�o tivesse atrapalhado tanto, acho que conseguiria fazer o exame”, lamenta.

Abalo

 

O coronav�rus trouxe ainda abalos emocionais � juventude. A ansiedade em n�veis acima do comum foi descrita por 72,86% dos mineiros; o aumento do des�nimo, por 80% deles. A subida dos n�veis de cansa�o � sintoma para 74,1%.

“Tive bastante ansiedade. Crises de n�o conseguir dormir e vontade de mandar mensagens pedindo para voltar a trabalhar”, conta Gabrielle Luiza. Henrique tamb�m desabafa: “Temos medo de perder pessoas pr�ximas. Ficava pensando o que aconteceria se eu perdesse minha m�e, que trabalha com pessoas idosas, ou a minha irm�. A pandemia n�o impactou s� no nosso bolso, mas em nossa cabe�a tamb�m”. “N�o consegui dormir v�rios dias. Muita ansiedade e nervosismo”, resume Ariel.

As queixas, diz Alessandro Saade, se explicam pelas abruptas mudan�as nas rotinas. “Os jovens perderam a liberdade, o relacionamento, o contato com os amigos e o dinamismo da vida. Isso faz com que se sintam mais ansiosos, cansados e desanimados”.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 


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