Oxig�nio e rem�dios abrem nova batalha em hospitais no interior de Minas

A afli��o dos pacientes com a COVID-19 e de seus familiares nos hospitais vai al�m da falta de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) em praticamente todas as regi�es do estado. Na fase mais dif�cil da pandemia – foram 314 mortes em 24 horas ontem, elevando o total para 21.029 desde o in�cio da pandemia –, outros problemas v�m � tona na maioria das cidades, o que aumenta a sensa��o de desespero para quem trabalha ou mesmo precisa de atendimento hospitalar. Faltam oxig�nio e medicamentos, al�m de profissionais da �rea da Sa�de, problemas que fazem parte de uma s�rie de demandas a curto prazo que o governo precisa solucionar.

Uma das situa��es mais preocupantes � no Leste no estado, onde Ipatinga e Governador Vadalares atendem munic�pios menores. O agravamento do problema fez as prefeituras e institui��es privadas adotarem medidas dr�sticas para combater a doen�a. No Hospital Unimed da cidade do Vale do Rio Doce, o apelo � que os pacientes que n�o necessitarem de atendimento de urg�ncia devem evitar ir � unidade, procurando atendimento no consult�rio do seu m�dico de confian�a.

Em car�ter emergencial, a dire��o da unidade de sa�de transformou todos os apartamentos em enfermaria, para atender casos de pacientes com suspeita ou confirma��o de diagn�stico de COVID-19. Diante da satura��o dos leitos, a Secretaria Municipal de Sa�de trabalha com um plano de conting�ncia emergencial e aumentou o pedido e a reserva de insumos e oxig�nio. “Se n�o houver a colabora��o da popula��o, tudo pode se agravar e infelizmente chegaremos nesta situa��o”, informou a SMS.

Em Ipatinga, a Funda��o S�o Francisco Xavier, que administra v�rios hospitais no Vale do A�o, sendo o Hospital M�rcio Cunha o maior e mais importante, fez um alerta a toda a popula��o.“N�o temos mais espa�os para colocar mais pacientes e, mesmo se houvesse algum espa�o, a gente tem uma dificuldade enorme de recursos humanos, tanto m�dico e enfermagem e demais equipes de profissionais para prestar assist�ncia nesses leitos", informou.

O risco de desabastecimento de oxig�nio hospitalar fez com que munic�pios do Centro-Oeste se antecipassem na busca pelo produto. O aumento de casos e interna��es por COVID-19 ampliou em quase 35% a demanda. Com o sistema em colapso devido a falta de leitos, o Secretaria Municipal de Sa�de de Oliveira, Lucas Lasmar, disse que a cidade de 41 mil habitantes s� tem oxig�nio para, no m�ximo, 30 dias, j� que o reservat�rio foi quadriplicado. “Isso nos d� uma seguran�a de quase um m�s de consumo. A gente consegue trazer seguran�a e diminuir o valor da compra devido ao fato de o fornecedor ter que diminuir o deslocamento at� o munic�pio”, explicou.

No munic�pio, n�o h� vagas nas unidades de terapia intensiva (UTIs) e nem nas enfermarias. Oliveira � refer�ncia para S�o Francisco de Paula, Carmo da Mata, Carm�polis, Passa Tempo e Santo Ant�nio do Amparo. Para aliviar a rede de sa�de, leitos de estabiliza��o foram instalados no pronto-atendimento do �nico hospital, o S�o Judas Tadeu.

Em Divin�polis, com 240 mil habitantes, a prefeitura abriu processo licitat�rio com previs�o de consumo 35% maior do que o gasto nos �ltimos 12 meses. A licita��o est� prevista para 14 de maio de 2021.  O aditivo do contrato anterior foi emitido com vig�ncia at� 30 de junho deste ano. Entretanto, o fornecimento do produto que ser� licitado depender� tamb�m da capacidade da empresa. 

A Secretaria Municipal de Sa�de afirmou que a quantia em estoque � suficiente para atender o hospital de campanha. Em Nova Serrana, a quantidade de oxig�nio e medicamentos est� no limite, mas n�o h� risco de desabastecimento.
*Amanda Quintiliano/Especial para o EM

"Solicitamos aos cidad�os santa-barbarenses que possuem cilindro de oxig�nio em casa que n�o est� sendo utilizado para entrar em contato com o hospital com urg�ncia"

Mensagem em redes sociais da Santa Casa Nossa Senhora das Merc�s, de Santa B�rbara

Santa B�rbara e Bar�o de Cocais, ambas cidades pertencentes � microrregi�o de de Itabira (que n�o consegue mais receber pacientes), j� est�o na corrida para garantir que n�o falte oxig�nio aos seus pacientes. Tanto o Hospital Municipal Waldemar das Dores, em Bar�o de Cocais, quanto a Santa Casa Nossa Senhora das Merc�s, em Santa B�rbara, est�o funcionando com baixo estoque de oxig�nio.

Ontem, a Santa Casa Nossa Senhora das Merc�s pediu ajuda. Em seu perfil na rede social, um aviso fez apelo � popula��o pela doa��o de equipamentos. 

“Solicitamos aos cidad�os santa-barbarenses que possuem cilindro de oxig�nio em casa que n�o est� sendo utilizado para entrar em contato com o hospital com urg�ncia”, diz a postagem.

“Infelizmente a gente n�o tem um CTI para dar o melhor tratamento ao paciente a gente t� fazendo o m�ximo que pode. Os diretores da Santa Casa pedem o lockdown”, disse o gestor da Santa Casa, Jo�o Floresta. 

Segundo ele, atualmente h� 20 pacientes internados e todos necessitam de oxig�nio, dois est�o em ventila��o mec�nica. A entidade conta com 60 cilindros, mas devido � alta demanda � necess�rio n�mero maior.

Bar�o de Cocais tamb�m foi em busca de oxig�nio. O prefeito D�cio dos Santos enviou, em car�ter de urg�ncia, um caminh�o ao p�tio da fornecedora White Martins, em Ipatinga, para buscar 64 cilindros. Segundo ele, o Hospital Municipal Waldemar das Dores estava correndo o risco de ficar sem o produto. 

“Se n�o tiver oxig�nio n�o adianta. Itabira j� n�o tem condi��es de receber pacientes graves,  ent�o n�s estamos entubando aqui mesmo”, admitiu o gestor. (�mile Patr�cio / Especial para o EM)

A Prefeitura de Itamonte, no Sul de Minas Gerais, aderiu � chamada onda roxa do Progama Minas Consciente, do governo estadual, a fase mais restritiva ao funcionamento das atividades econ�micas para frear o avan�o da COVID-19, e adotou medidas ainda mais r�gidas diante da limita��o de anest�sicos e oxig�nio. O munic�pio decretou o fechamento do com�rcio pelo per�odo de 72 horas.

At� mesmo os ramos de produtos e servi�os essenciais v�o permanecer fechados a partir da meia-noite de hoje, com o atendimento permitido somente por delivery. De acordo com o boletim municipal, Itamonte registra 953 casos de contamina��o pelo novo coronav�rus, 18 mortes em decorr�ncia da doen�a respirat�ria e tem oito pessoas internadas.

A decis�o foi motivada, segundo a prefeitura local, pela falta de leitos hospitalares, anest�sicos para intuba��o e at� oxig�nio para atender � demanda. “Diante do agravamento da epidemia de COVID-19 em nossa regi�o, com escassez de vagas de UTI, anest�sicos para intuba��o e oxig�nio, aproveitando o fato de que sexta-feira (amanh�) � feriado municipal em louvor ao Padroeiro S�o Jos�, o Comit� Local de Enfrentamento ao COVID-19, deliberou pela realiza��o de um lockdown de 72 horas”, diz nota oficial da prefeitura.

Os servi�os classificados como essenciais s� poder�o funcionar com entregas de medicamentos, alimentos prontos para consumo, g�s e �gua. “Tamb�m estar�o proibidas aglomera��es nas vias p�blicas do munic�pio”, ressalta o Executivo municipal.

Em Varginha, cidade polo tambem do Sul de Minas, novo decreto municipal baixou medidas mais restritivas contra a COVID-19 por 10 dias. A venda de bebida alco�lica est� proibida em fins de semana e feriados.

“Ficam proibidos, aos s�bados, domingos e feriados, durante a vig�ncia do presente Decreto, a distribui��o, a venda, a comercializa��o, a retirada e a entrega em domic�lio de quaisquer bebidas alco�licas.” A comercializa��o estava autorizada at� as 20h. Os bares, restaurantes e com�rcio de produtos n�o essenciais seguem fechados aos s�bados, domingos e feriados. (Camilla Dourado/Especial para o EM)

Problemas de abastecimento pelo interior

Hospitais locais t�m oxig�nio para, no m�ximo, 30 dias

Hospital da Unimed transformou todos os quartos em enfermarias

Volumes de oxig�nio e a quantidade de medicamentos est�o no limite

Abriu licita��o para aumentar compra de oxig�nio

Santa Casa local pede ajuda em rede social, devido ao baixo estoque de oxig�nio

Prefeitura adquiriu cilindros em car�ter de urg�ncia em Ipatinga

O que � o coronav�rus

Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?

Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

• Febre
• Tosse
• Falta de ar e dificuldade para respirar
• Problemas g�stricos
• Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

• Pneumonia
• S�ndrome respirat�ria aguda severa
• Insufici�ncia renal

Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'

Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

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