Comerciantes da Feira Hippie de Belo Horizonte, tradicional centro de compras na Avenida Afonso Pena, lamentaram a venda ruim de bebidas neste domingo (19/9). Para muitos, a arrecada��o abaixo do esperado est� ligada ao baixo n�mero de frequentadores do local por conta do tempo quente e seco.
A experi�ncia de M�rcia Santana Linhares de Carvalho no assunto comprova a venda ruim. Ela est� na Feira Hippie h� cerca de 30 anos.
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“(As vendas) est�o se mantendo. Dentro da feira, antes da pandemia, eram muito melhores. A quantidade de venda � relativa, porque a gente tem uma variedade muito grande (de produtos). Pessoal n�o veio � feira hoje por conta do excesso de calor. Muita gente vai para clube, procura uma piscina”, diz.
M�rcia ainda teve que se virar para trabalhar neste domingo. Ela foi v�tima de um furto, o que a for�ou a deslocar at� uma delegacia. Segundo a comerciante, o ladr�o levou o celular e retirou dinheiro da conta corrente dela.
Na Afonso Pena aos domingos h� 20 anos, Floripes Bernardes da Silva, de 75, acompanha a an�lise da colega. “A venda j� esteve bem melhor. Hoje, com esse calor, pensei que venderia mais. Mas a gente vendeu menos por conta do baixo de volume de gente. Mas est� bom. Antes pouco do que nada. Eu vendo no m�ximo 150 unidades de �gua, mas hoje vendi 84 apenas. Domingo retrasado, eu vendi quase o dobro disso”, avalia.
Para Emerlina Eug�nia Costa, de 61, a queda do faturamento est� ligada � crise financeira pela qual o Brasil passa. O alto n�mero de desempregados atrapalha as vendas.
“Nessa pandemia agora, eu estou vendendo no m�ximo umas 60 (garrafas de �gua). As pessoas est�o com dificuldade de dinheiro. Elas est�o comprando, mas muito menos que antes. Esse calor ajudou um pouco, porque est� muito seco”, afirma a ambulante, que trabalha na feira h� 25 anos.
Outro lado da moeda
Se teve comerciante reclamando das vendas, h� quem aproveitou o calor para melhorar um pouco o caixa. H� 15 anos na feira, Reginaldo de Abreu, de 48, s� n�o vendeu mais coco porque o estoque da fruta acabou.
“Esse calor j� vem de tr�s domingos consecutivos. A venda superou as expectativas, ainda bem. Por incr�vel que pare�a, o excesso de calor atrapalha um pouco, mas hoje foi bom. Vendi cerca de 500 cocos”, diz.
Com quase duas d�cadas de com�rcio na Hippie, Gisele Bernardo da Silva, 44, disse que conseguiu diminuir parte do preju�zo da pandemia durante setembro.
“Neste m�s de setembro vendi muito mais que nos meses anteriores. Foi excepcional. Por domingo, geralmente, eu vendo cinco pacotes de �gua, com 12 garrafas cada (60 unidades no total). Hoje, vendi uns 10 pacotes, cerca de 120 garrafas. Hoje n�o (tem o que reclamar). Deu para vender bem sim”, analisa.
Calor continua
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura deve permanecer acima dos 30°C em todas as regi�es mineiras nesta segunda (20/9).
Por outro lado, "a intensifica��o do transporte de umidade de origem oce�nica trar� uma ligeira melhora no calor e nos �ndices de umidade na por��o centro-leste do estado".
Ainda assim, nas regi�es Noroeste, Norte, Central, Tri�ngulo, Alto Parana�ba e Sul de Minas a umidade relativa do ar deve ficar entre 30% e 20%. No Norte, Alto Parana�ba e no Tri�ngulo, o �ndice deve permanece abaixo dos 20%.
Na Grande BH, a previs�o do Inmet � de m�xima em torno dos 33 graus, ligeiro decl�nio em rela��o aos dias anteriores. A m�nima fica entre 14 e 16°C.