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Estado de Minas VEJA DEPOIMENTOS

Pesquisa: 87% dos mineiros conhecem algu�m que morreu de COVID-19

Quase 30% dos entrevistados sofrem a dor da perda de parente para a doen�a. Para mais da metade, governo federal demorou a comprar vacina


14/10/2021 06:00 - atualizado 14/10/2021 07:55

Cemitério da Paz
Funcion�rio do Cemit�rio da Paz, em BH, usando EPI para trabalhar durante a pandemia (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press - 03/01/2021)


Pesquisa realizada entre os dias 27 e 30 de setembro demostra o qu�o avassaladora tem sido a pandemia da COVID-19 para os mineiros. Os que perderam amigos, parentes ou conhecidos para a doen�a chegam a 87% dos entrevistados no levantamento, realizado pelo Estado de Minas e a Opus Consultoria & Pesquisas. As entrevistas, realizadas por telefone, foram aplicadas a mil pessoas em idade eleitoral, em 273 munic�pios de todas as nove regi�es do estado.

Entre as pessoas ouvidas, 62% consideram que houve demora do governo federal na compra de vacinas, 28% acharam que os imunizantes chegaram em tempo e 5% que acreditam que foram comprados de forma apressada. Ontem, o Brasil passou a marca das 100 milh�es de pessoas com esquema vacinal completo (leia mais nesta p�gina).

Na capital mineira, as perdas de entes queridos ou conhecidos afetaram 84,13%, �ndice menor do que o registrado no interior, de 87,87%. Entre as pessoas que conhecem algu�m que morreu por COVID-19, 44% perdeu um conhecido, 39% amigos, 29% parentes pr�ximos e 11% colegas de trabalho.

Ana Kamille Silva Ventura, de 18 anos, estudante de veterin�ria, perdeu uma prima, moradora de Ribeir�o das Neves, que morreu aos 22 depois de ser contaminada pelo coronav�rus aos oito meses de gravidez. O beb� foi salvo.  Mas a prima, que ficou quase dois meses internada,  n�o resistiu.

A fam�lia ficou chocada. “Foi um baque. Desde a interna��o, j� est�vamos com mau pressentimento porque gr�vidas podem ter imunidade baixa. Mesmo assim, foi um baque muito grande porque ela era muito nova estava esperando seu primeiro beb�”, lamenta Ana Kamille, madrinha do beb�, que agora est� com 6 meses. O Estado de Minas falou com outras pessoas, que como Ana, lidam com o luto na pandemia de COVID-19 (leia depoimentos nesta p�gina).



Matheus Dias, diretor do instituto Opus Consultoria & Pesquisas diz que a quantidade de pessoas ouvidas que disseram conhecer algu�m que  morreu por COVID-19 demonstra a dimens�o e impacto que a doen�a causou no estado. A amostragem foi estratificada por sexo, escolaridade, idade e regi�o. A margem de erro e de 3,2 pontos percentuais.

Matheus diz que tamb�m chamou a aten��o que os mais jovens (de 16 a 24 anos) tiveram menos contato com pessoas que morreram de COVID. A popula��o jovem foi a que menos teve contato com pessoas que morreram de COVID-19 (25,45%).“No restante das estratifica��es, houve oscila��o muito pequena entre os estratos (sexo, escolaridade, renda etc)”, explicou.

A pesquisa tamb�m ouviu sobre a CPI da COVID, no Senado. Foi perguntando ao entrevistado se tem conhecimento dos trabalhos da CPI e 46% responderam que sim. Destes, 64% (quase dois ter�os) disseram aprovar a maneira como a comiss�o vem sendo conduzida e que a iniciativa valida quest�es relacionadas ao combate ao coronav�rus.

Na saudade


Ana Kamille, que perdeu prima para a COVID
Ana Kamille (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Ana Kamille Silva Ventura,  de 18 anos
“Perdi uma prima, aos 22 anos. Ela estava com 8 meses de gesta��o, foi internada e ficou muito mal. O m�dico avisou que n�o sobreviveria e retirou o beb�. Durante a gravidez, teve infec��o urin�ria e com as idas e vindas aos hospitais acabou pegando a COVID. Ficou quase dois meses internada. Quando faleceu, a nenezinha tinha 1 m�s. Foi um baque”

Hélio Belffort perdeu sogro para a COVID
H�lio Belffort (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


H�lio Belffort, de 40
“Perdi meu sogro, Raimundo da Silva, aos 73. Ele precisou viajar para visitar uma irm�. Quando voltou, estava com a doen�a. Internado em quatro dias, foi intubado no quinto dia, e faleceu dois dias depois. Para a fam�lia foi um processo muito dif�cil. Deixou esposa e tr�s filhos, duas moram nos Estados Unidos. At� hoje todos sentem muito”.
Leonardo Castelo perdeu colega para a COVID
Leonardo Castelo (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Leonardo Castelo, de 32 anos
“Perdi um m colega muito pr�ximo. Ele avisou pela rede social que tinha pegado COVID. Passou um tempo, comunicou que estava no hospital e, tr�s dias depois, morreu. Tinha 35 anos. Aconteceu h� uns quatro meses. Sempre me preocupei com esse v�rus. A gente fica sentido e muito triste. Continuo tomando todos os cuidados.

Ana Cristina Cornélio
Ana Cristina Corn�lio perdeu tia para a COVID (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Ana Cristina Corn�lio, de 34 anos
“Minha tia faleceu. Estava com COVID-19 e n�o sabia. Foi vacinada, passou mal depois e morreu, aos 56 anos. Deixou tr�s filhos. Ficamos sabendo o resultado do exame depois da morte. Caix�o lacrado, n�o teve vel�rio. Ficamos todos 'doidos'; ela come�ou a passar mal depois da vacina. A suspeita nossa � que ela j� tinha a doen�a, sem saber, quando se vacinou.”

Rejane Batista dos Santos perdeu vizinha para a covid
Rejane Batista dos Santos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Rejane Batista dos Santos, de 36 anos
“Um primo faleceu de COVID, aos 47 anos. Foi muito r�pido. N�o sab�amos que ele estava doente. Antes mesmo de os parentes nos avisarem que ele havia sido internado, recebemos a not�cia de seu falecimento. Nem ficamos sabendo como foi que ele pegou a doen�a. Nossa fam�lia ficou muito abalada . Foi muito triste, porque a gente cresce junto e depois v� a pessoa desaparecer assim de forma t�o repentina”.


Eliana Nunes, de 48 anos
“Perdi uma vizinha. �ramos muito pr�ximas. Era vizinha de lado, de 45 anos. A m�e ficou internada por cinco dias e quando voltou pra casa a filha adquiriu a doen�a. Mas logo ap�s a filha, que tinha problemas de sa�de, faleceu. Muito triste. Era conhecida de muitos anos, vizinha de janela, chamava quando tinha algum problema de sa�de. Come�ou sentindo muita falta de ar, a m�e dela me chamou mas eu n�o estava em casa. Outra vizinha ent�o chamou o Samu, mas quando a equipe chegou, ela j� tinha falecido.

Rosângela Vila perdeu vizinha para covid
Ros�ngela Vila (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Ros�ngela Vila, de 60 anos
“Tive vizinhos que morreram, fiquei muito preocupada. Minha m�e ficou internada na Santa Casa, por 15 dias, tinha tomado a primeira dose da vacina. Ficou cinco dias no oxig�nio, aos 93 anos. No primeiro momento, foi assustador. Os m�dicos j� pedem autoriza��o de intubar ou n�o. Muito assustador porque avisam que muita gente n�o volta, e na idade dela, seria de alto risco. Felizmente n�o precisou intubar e sobreviveu.

Bárbara Moreira de Oliveira Silva perdeu a mãe para a covid
B�rbara Moreira de Oliveira Silva (foto: Ramon Lisboa/EM/D.A Press )


B�rbara Moreira de Oliveira Silva, de 34 anos
“Perdi minha m�e, Maria Imaculada Moreira de Oliveira, de 64 anos, em 19 de mar�o. Ela trabalhava como auxiliar de servi�os gerais no Centro Odontol�gico da Prefeitura de BH, �rea de risco e, por isso, entrou no grupo priorit�rio para vacina. Chegou a tomar a primeira dose. Mas adoeceu. Ficou 36 dias no hospital, 16 intubada. Deixou a mim e ao meu irm�o, Leonardo, de 37. T�nhamos muita esperan�a que melhorasse e sentimos sua falta todos os dias.

100 milh�es completam esquema vacinal no pa�s


Bras�lia – O Brasil ultrapassou a marca de 100 milh�es de pessoas com o ciclo vacinal contra a COVID-19 completo -– as duas doses ou a dose �nica no caso da vacina da Janssen. Apesar da marca, o pa�s n�o imunizou mais da metade da popula��o, atingindo 47% da popula��o totalmente vacinada. No total, foram aplicadas 249,7 milh�es de doses na popula��o, sendo que 149,7 milh�es receberam a primeira dose, e 100 milh�es tiveram a aplica��o das duas doses ou dose �nica.

No quadro internacional, o Brasil ocupa a 62ª posi��o no ranking de pa�ses na vacina��o contra a COVID-19 em rela��o � popula��o de cada na��o, segundo a Universidade Johns Hopkins, com sede nos Estados Unidos. O pa�s, no entanto, est� acima da m�dia mundial, de pouco mais de 35%. Quando considerados os n�meros absolutos, o Brasil fica na quarta posi��o como pa�s com mais doses aplicadas, atr�s de Estados Unidos (187,7 milh�es), �ndia (272,6 milh�es) e China (1,047 bilh�o).

O n�mero de pessoas que perderam a vida para a pandemia de COVID-19 chegou ontem a 601.574. Em 24 horas, as autoridades de sa�de registraram 176 novas mortes por COVID-19. Ainda h� 3.134 �bitos em investiga��o. J� a quantidade de pessoas infectadas chegou a 21.597.949. De ter�a-feira para ontem, foram confirmados por secretarias municipais e estaduais de Sa�de 7.852 novos diagn�sticos positivos para a doen�a, segundo o Minist�rio da Sa�de.

Os n�meros em geral s�o menores aos domingos e �s segundas-feiras em raz�o da redu��o de equipes para a alimenta��o dos dados. Isso ocorre tamb�m em dias posteriores a feriados, como � o caso desta quarta-feira (13).

BH sem registro de mortes


Pelo segundo balan�o epidemiol�gico consecutivo, a taxa de transmiss�o do v�rus (Rt) caiu. Foi de 0,91, na segunda-feira, data de divulga��o do �ltimo relat�rio, para 0,90 ontem, dentro do desej�vel, que � abaixo de 1. O �ndice � o menor em mais de um m�s. Al�m disso, nenhuma morte foi registrada entre segunda-feira e ontem. A capital permanece com as 6.824 v�timas contabilizadas na segunda-feira. Os infectados somam 285.801. Os recuperados, 277.398, enquanto 1.579 pacientes permanecem em acompanhamento. A ocupa��o de leitos em BH segue na zona verde, de controle. Nas UTIs COVID, 41,5% das vagas est�o preenchidas. J� nas enfermarias, a taxa de lota��o � de 38,4%.

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Confira respostas a 15 d�vidas mais comuns

Guia r�pido explica com o que se sabe at� agora sobre temas como risco de infec��o ap�s a vacina��o, efic�cia dos imunizantes, efeitos colaterais e o p�s-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar m�scara?  Posso pegar COVID-19 mesmo ap�s receber as duas doses da vacina?   Posso beber ap�s vacinar?  Confira esta e outras  perguntas e respostas sobre a COVID-19 .

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