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Estado de Minas COVID-19

Pandemia: BH na rota da normalidade, mas tem que avan�ar muito ainda

Para o fim das restri��es na capital, incid�ncia tem que cair dos atuais 100 para menos de 20 casos por 100 mil habitantes, segundo especialista


18/10/2021 04:00 - atualizado 18/10/2021 06:38

Infectologista Carlos Starling
Infectologista Carlos Starling lembra que uso de m�scara e distaciamento s�o necess�rios para reduzir ainda mais incid�ncia da doen�a (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press - 18/6/2)

"A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) n�o definiu esse patamar de normalidade, mas avalio que seria necess�rio um quadro de estabilidade epidemiol�gico de seis meses abaixo de 20 casos por 100 mil habitantes"

Carlos Starling, m�dico infectologista, membro do comit� municipal da COVID


A forte queda dos indicadores da COVID-19 em Belo Horizonte permitiu uma s�rie de flexibiliza��es, fazendo os habitantes voltarem a sonhar com a liberdade que desfrutavam antes da pandemia do novo coronav�rus (Sars-CoV-2). A tend�ncia na capital, segundo proje��es de especialistas, � de queda em torno de 7% tanto na taxa de mortes quanto na de casos positivos at� dezembro deste ano. Se a situa��o melhorar ainda mais, o setor de eventos � forte candidato para a pr�xima fase de redu��o na rigidez de regras de funcionamento e lota��o, segundo informa��es de integrantes do Comit� Municipal de Enfrentamento � COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

Contudo, apesar de a contamina��o pelo v�rus ter ca�do na compara��o com o pico, em abril, de 422 casos por 100 mil habitantes para os atuais 100 por 100 mil, a normalidade t�o almejada pela popula��o ainda est� distante. De acordo com o m�dico Carlos Starling, infectologista e membro do comit� municipal, seria necess�rio ainda uma diminui��o maior no patamar de casos para uma abertura total e sustent�vel. “A Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) n�o definiu esse patamar de normalidade, mas avalio que seria necess�rio um quadro de estabilidade epidemiol�gico de seis meses abaixo de 20 casos por 100 mil habitantes”, afirma Starling.

A vacina��o teve um papel fundamental no controle dos �ndices, de acordo com o infectologista. “A nossa perspectiva � muito boa, melhorou muito com o aumento da vacina��o e isso permitiu abrir praticamente todas as atividades. Mas temos de manter todos os cuidados, com o uso de m�scaras, distanciamento social e higieniza��o correta. O v�rus ainda circula de forma intensa. Temos muita gente para vacinar. Crian�as abaixo de 12 anos ainda est�o totalmente desprotegidas”, avalia Starling.

Para se ter uma ideia de qu�o favor�vel � a situa��o de momento na capital mineira, uma das formas que a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) tem para avaliar a gravidade da epidemia em um local � pela rapidez com que os casos e mortes acumulados dobram seu quantitativo. Em BH, a m�dia da pandemia � de 59,7 dias para que o volume de mortes se multiplique por dois. Atualmente, a velocidade � 3,1 vezes menor, levando 186 dias desde a �ltima dobra. O mesmo se percebe quanto aos testes positivos, que t�m m�dia de duplica��o de 56,5 dias, mas que j� est�o h� 81 dias sem dobrar, cerca de 1,4 vez menos que o ritmo m�dio, de acordo com a Fiocruz.

O Laborat�rio de Informa��o em Sa�de (LIS) do Instituto de Comunica��o e Informa��o Cient�fica e Tecnol�gica em Sa�de (Icict) da Fiocruz informa que o indicador ajuda a entender a velocidade de dissemina��o da epidemia e mostra que em Belo Horizonte a desacelera��o � uma das mais fortes entre as capitais brasileiras. “Quanto menor o n�mero de dias para que ocorra a duplica��o de casos e �bitos, maior a velocidade de cont�gio ou maior o n�mero de exames realizados. Em ambos os casos, o indicador expressa a magnitude de avan�o da doen�a em termos din�micos. A compara��o entre os �bitos � a mais verdadeira, uma vez que � um dado inequ�voco”, informa a Fiocruz.

As proje��es que levam em conta a progress�o da pandemia em BH nos �ltimos 30 dias tamb�m mostram uma tend�ncia de queda nos indicadores. Um dos modelos mostra a taxa de evolu��o de mortes caindo em 7% at� o dia 4 de dezembro, levando a uma m�dia de sete �bitos por dia pela doen�a. A demanda de leitos seria bem reduzida, estimada em 35 de UTI e 79 de enfermaria. Contudo, caso houvesse uma abertura total e descontrolada, com altas taxas de transmiss�o associadas, essa realidade logo decairia, com um aumento da taxa de mortalidade para 27,72% da atual, com 38 pacientes perdendo suas vidas todos os dias. O patamar seria semelhante ao sentido em maio, apenas um m�s ap�s o pico da pandemia em BH, quando se tinha pequeno al�vio ap�s o colapso do sistema de sa�de.

Monitoramento 

 
Evolução da Covid-19
(foto: Arte/EM/D.A Press)
 
As proje��es s�o do modelo Geocovid MapBiomas, um esfor�o de cinco organiza��es acad�micas (UEFS, UFBA, UESC, UNEB e IFBA), empresas emergentes de base tecnol�gica (Geodatin e Solved) e o MapBiomas. A plataforma combina recursos de intelig�ncia de dados espaciais e modelagens num�ricas para monitorar e prever a din�mica da COVID-19 no territ�rio brasileiro.

Por meio dessas estimativas, a taxa de evolu��o de casos pode reduzir em 6,76% se os mesmos par�metros dos �ltimos 30 dias forem mantidos, o que representaria 295 casos di�rios. Um descontrole total poderia trazer uma situa��o cr�tica sem a supress�o de fluxo de pessoas e com alta transmiss�o, com uma press�o sobre a demanda por leitos de sa�de fazendo necess�rios 180 vagas de UTI e 397 de enfermaria e ampliando a contamina��o para 1.630 casos todos os dias e aumento para 15,86% na taxa de evolu��o de testes positivos. �ndices parecidos com os de junho de 2021, quando a capital come�ava uma tend�ncia de recupera��o do per�odo de pico, com esgotamento do setor de acolhimento em sa�de.

Para o infectologista Carlos Starling, a vigil�ncia ainda deve ser grande, pois mesmo com bons resultados em BH, o mundo precisa se vacinar, caso contr�rio a amea�a de novas restri��es poder� voltar a ocorrer. “Precisamos que os negacionistas norte-americanos se vacinem, que cheguem doses ao Haiti e � �frica”. Ainda assim, ele considera que muitos h�bitos sedimentados ao longo da pandemia se manter�o. “O uso da m�scara � uma coisa que nenhum profissional da sa�de mais deixar� de usar no trabalho. As pessoas ter�o mais cuidado e evitar�o locais confinados muito cheios, sem distanciamento. Vai acabar aquela coisa do colega de trabalho ir gripado para o local de trabalho, tossindo e espirrando no meio das pessoas como se fosse algo normal”, aponta o especialista.

Abertura cada vez maior

 
Bar em BH na sexta-feira
Bares ficaram cheios na sexta-feira, primeira noite de funcionamento sem limite de hor�rio para fechar (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)


Os �ndices muito baixos de contamina��o, mortes e ocupa��o de leitos em Belo Horizonte levaram a capital a deixar um rigoroso fechamento de atividades ocorrido no pico da pandemia, entre mar�o e abril, para uma situa��o de quase normalidade, com sucessivas aberturas e todas as atividades podendo funcionar com regras sanit�rias pr� estabelecidas. De acordo com c�lculos da Funda��o Oswaldo Cruz, a m�dia m�vel de casos na �ltima sexta-feira foi de 150 nos �ltimos sete dias e a de �bitos ficou em 4,71. para se ter ideia, no �pice da pandemia, entre mar�o e abril de 2021, esse �ndice era de 1.508 testes positivos e 43,57 mortes.

A mais recente medida de flexibiliza��o ocorreu na �ltima sexta-feira, quando a Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte (SMSA) publicou uma portaria que permitiu aos bares, restaurantes e com�rcios de alimentos voltarem a funcionar sem restri��es de hor�rio. Torcedores em est�dios passam a ter de apresentar apenas o comprovante da segunda dose de vacina contra o coronav�rus ou da dose �nica para ingressar em est�dios. A regra vale tamb�m para a participa��o do p�blico em eventos sociais e shows ao vivo. Nos shows para mais de 1.500 pessoas, em locais que comportam pelo menos 6 mil espectadores, assim como nos est�dios de futebol, a capacidade vai passar de 30% para 40% de ocupa��o.

No in�cio do m�s, duas portarias j� tinham reduzido outras exig�ncias. O distanciamento interpessoal no com�rcio caiu de dois metros para um metro de dist�ncia e as salas de aula passaram a poder receber 100% dos alunos. Os bares e restaurantes tiveram permiss�o para aumentar a sua capacidade, com a ocupa��o m�xima permitida sendo ampliada de uma pessoa para cada cinco metros quadrados para um a cada quatro metros quadrados. Parques de divers�o em �reas a c�u aberto podem receber lota��o correspondente a uma pessoa a cada quatro metros em vez de os anteriores 13 metros ou reter 50% da capacidade dos brinquedos. As m�scaras acr�licas do tipo faceshield passaram a ser obrigat�rias apenas para situa��es de alto risco de contamina��o, como servi�os de sa�de e dentistas.

Fases 


A Prefeitura de Belo Horizonte informa que a reabertura das atividades ser� feita em fases subsequentes e cumulativas, conforme a seguran�a do quadro geral da cidade. “A mudan�a das fases depender� da an�lise dos indicadores epidemiol�gicos e dos resultados publicados no Boletim de Monitoramento. Resultados positivos criam condi��es para a evolu��o do processo. Da mesma forma, existe a possibilidade de retorno �s fases anteriores, em caso de indicadores negativos”.

Segundo a administra��o municipal, a popula��o � “agente fundamental para evolu��o da reabertura das atividades, pois todas as medidas de seguran�a e higiene j� recomendadas devem continuar sendo adotadas para que os indicadores permane�am est�veis”. Regras como distanciamento social, uso correto de m�scara, evitar aglomera��o e conversas nos transportes e espa�os coletivos s�o algumas medidas recomendadas pela PBH.

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