
Em Belo Horizonte, pais e m�es reclamam da demora e j� se preparam para a imuniza��o das crian�as entre 5 e 11 anos. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) come�ou a preparar um esquema especial para imunizar cerca de 193 mil moradores nessa faixa et�ria na capital. A inclus�o do grupo no Programa Nacional de Imuniza��o (PNI) foi anunciada pelo Minist�rio da Sa�de somente na quarta-feira, ap�s consulta e audi�ncia p�blica sobre o tema, embora a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) tenha aprovado a vacina pedi�trica da Pfizer ainda em dezembro. Com isso, muitos dever�o tomar a vacina somente depois da volta �s aulas.
A servidora p�blica Fabiana Nogueira, de 36 anos, � m�e de duas meninas, Maria Fernanda, de 6, e de Maria Alice, de 2, e est� na expectativa da defini��o do calend�rio de vacina��o das crian�as. “Quando a gente se torna m�e, a primeira coisa que voc� quer � imunizar seu filho de todas as formas. Crian�a quer pegar em tudo. Ent�o, fico sempre vigilante. J� tomei tr�s doses. Meu medo � em rela��o aos lugares p�blicos em que vou com a minha filha, onde nem todas as pessoas tiveram o mesmo cuidado que eu.”
Fabiana conta que est� apreensiva com o aumento dos casos de COVID-19. “Meu medo em rela��o a essa variante (�micron) � por ela n�o ser t�o letal, mas muito transmiss�vel. A minha filha � muito do tato, de abra�ar. � dif�cil controlar. Mas n�o � desesperador, tudo � quest�o de disciplina.”
Para ela, n�o h� fundamentos para pol�mica em rela��o � vacina��o infantil. “A gente toma como exemplo as in�meras outras vacinas do calend�rio. Rea��o ou alguma outra coisa que possa surgir, j� acontece com outras. Aqui em casa, a partir do momento em que a Anvisa liberou, j� est�vamos esperando a vacina��o para o in�cio de janeiro.”
Fabiana, que mora em Ribeir�o das Neves, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, deseja que Maria Fernanda seja vacinada antes de 7 de fevereiro, quando come�a o ano letivo da filha. “Seria maravilhoso se conseguisse antes. Se l� em dezembro o Minist�rio da Sa�de tivesse determinado o in�cio da vacina��o, talvez j� tiv�ssemos uma data.”
"Levarei meus filhos para serem vacinados t�o r�pido quanto poss�vel. A vacina � uma prote��o muito efetiva contra uma doen�a que tem vitimado, com relev�ncia estat�stica, crian�as na idade dos meus filhos"
Walter Loschi, servidor p�blico, pai de crian�as de 7 e de 10 anos
Pai de Jo�o, de 7, e de Marina, de 10, o servidor p�blico Walter Loschi, de 43, tamb�m n�o tem d�vidas sobre a vacina��o infantil. "Levarei meus filhos para serem vacinados t�o r�pido quanto poss�vel. Objetivamente, a vacina � uma prote��o muito efetiva contra uma doen�a pand�mica que tem vitimado, com relev�ncia estat�stica, crian�as na idade dos meus filhos. Toda vacina tem efeitos colaterais, mas o risco de exposi��o e contamina��o supera, em muito, os efeitos colaterais, conforme certificado pela Anvisa. Muitas vacinas do calend�rio previnem doen�as com risco de contamina��o bem inferior � COVID-19 e os pais sempre vacinaram seus filhos", defendeu.
A diretora de marketing Amanda Gonzaga, de 39, � outra que est� ansiosa pela vacina��o da filha Maria Rita, de 7. “Primeiro pensando na sociedade como um todo. Aqui em casa a gente trabalha a quest�o da COVID-19 com ela levando em conta a empatia, respeito e amor ao pr�ximo. A import�ncia da imuniza��o n�o � s� para ela, mas para a sociedade como um todo.”
A sogra de Amanda morreu v�tima da COVID-19, aos 54 anos. N�o tinha comorbidades e n�o teve a chance ser vacinada. “Quando a gente soube que a Maria poderia ser vacinada, foi uma alegria muito grande e uma esperan�a tamb�m. � muito triste perder quem se ama, como v�rios lares perderam. Eu perdi n�o s� minha sogra como v�rios amigos.” Ela conta que est� apreensiva com o aumento dos casos de COVID em fun��o da variante �micron porque a filha tem bronquite cr�nica. “Antes da pandemia, ela j� foi internada quatro vezes por quest�es respirat�rias. Ent�o, na pandemia tomamos muito mais cuidado com ela.”
Quanto � demora do Minist�rio da Sa�de em incluir a vacina��o das crian�as no PNI, ela lembra a situa��o vivida no in�cio do ano passado. “H� um ano, vivemos isso na nossa faixa et�ria. � um descaso do governo porque outros pa�ses j� est�o vacinando. A gente enxerga que est� um passo atr�s em todas as �reas e, infelizmente, faz com que a gente perca vidas.”
Alguns pais, entretanto, preferem consultar um pediatra antes de vacinar os filhos. Caso de uma empres�ria que preferiu n�o ser identificada, para quem a orienta��o do m�dico ser� definitiva. J� vacinada, ela p�e na balan�a o fato de crian�as terem quadros menos graves e garante n�o ter qualquer receio quanto aos efeitos adversos do imunizante. “Na verdade, eu s� quero me informar um pouco melhor”, disse.
Benef�cio supera risco
Especialistas afirmam que os benef�cios de vacinar crian�as contra a COVID-119 s�o muito superiores aos riscos. A vacina pedi�trica da Pfizer j� est� em uso em crian�as de 5 a 11 anos em 30 pa�ses, e cerca de 10 milh�es de doses foram aplicadas somente nos Estados Unidos e Canad�. Os especialistas afirmam que os pais podem esperar como eventos adversos rea��es comuns a outras vacinas que j� fazem parte do calend�rio infantil do PNI, como dor no local da aplica��o, febre e mal-estar. "Um evento adverso muito falado e que preocupa as pessoas � a miocardite, que � uma inflama��o no cora��o, que qualquer v�rus ou vacina pode causar. De 8 milh�es de doses aplicadas, houve registro de apenas 11 casos, e os pacientes evolu�ram bem", destacou Eduardo Jorge da Fonseca Lima, membro do Departamento Cient�fico de Imuniza��es da SBP, � Ag�ncia Brasil.
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Guia r�pido explica com o que se sabe at� agora sobre temas como risco de infec��o ap�s a vacina��o, efic�cia dos imunizantes, efeitos colaterais e o p�s-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar m�scara? Posso pegar COVID-19 mesmo ap�s receber as duas doses da vacina? Posso beber ap�s vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.