
Em meio ao avan�o da vacina��o, a pandemia do coronav�rus atinge sua fase mais cr�tica quanto � explos�o de infectados e j� mobiliza as autoridades de sa�de. Minas Gerais chegou ontem � marca de 314 mil novos casos em 2022, mais que o dobro de contamina��es no mesmo per�odo do ano passado, com mais de 150 mil casos. O panorama tamb�m � assustador em Belo Horizonte, que registrou 776 novos testes positivos em 24 horas em seu �ltimo balan�o, evidenciando a expans�o da doen�a na cidade.
N�o haver� fechamento da cidade amanh�, mas a pandemia ainda n�o acabou. No mais, � especula��o.
— Alexandre Kalil (@alexandrekalil) January 25, 2022
Na semana passada, o secret�rio admitiu que a prefeitura poderia adotar medidas mais restritivas para tentar frear o avan�o da doen�a, inclusive com o cancelamento de eventos de carnaval e vetar a presen�a de p�blico em jogos de futebol.
Crian�as
Nos �ltimos dias, BH precisou refor�ar a oferta de leitos nos hospitais p�blicos. Por sua vez, a Rede Fhemig ampliou o n�mero de UTIs para crian�as no Hospital Infantil Jo�o Paulo II, um sinal do in�cio da crise pedi�trica no sistema de sa�de. O hospital conta atualmente com 105 leitos de enfermaria, 16 de Terapia Intensiva (UTI) Pedi�trica e outros 18 na sala de decis�o cl�nica (SDC). Foram abertos de forma imediata mais 10 leitos de UTI Pedi�trica.
“Vivemos hoje o momento epidemiol�gico mais tenso de toda a pandemia. A nova variante �micron, que se refere a praticamente 100% dos casos em Belo Horizonte e no pa�s inteiro, tem se mostrado um v�rus com potencial infeccioso extremamente elevado. Talvez seja o v�rus mais infeccioso da hist�ria da humanidade, mais at� que o pr�prio sarampo”, afirma o presidente da Sociedade Brasileira de Virologia e pesquisador da UFMG, Fl�vio Guimar�es da Fonseca.
Segundo o pesquisador, o aumento das interna��es de crian�as pode ser um reflexo da vacina��o ainda incipiente do p�blico-alvo: “Grande parte da popula��o adulta e adolescentes, a partir dos 12 anos, est� vacinada com pelo menos uma dose. A �micron tem se mostrado capaz de infectar quem j� est� imunizado, mas temos um grupo absolutamente suscet�vel, que s�o as crian�as abaixo de 11 anos, que indica que o v�rus acaba se concentrando nessa fatia. Embora a �micron seja mais branda, quando h� uma infec��o muito grande, os casos graves come�am a aparecer, inclusive em crian�as”.
Recordes de casos
O cen�rio da pandemia em Minas Gerais mostra um crescimento preocupante de contamina��es desde os primeiros dias de janeiro. Em pelo menos seis dias do m�s, o estado ultrapassou a marca de 20 mil casos por dia – o recorde ocorreu no dia 19, quando 27.683 pessoas contra�ram o v�rus. No �ltimo boletim divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES), foram 24.404 novas contamina��es, motivada pelo crescimento de infectados no interior.
Para Fl�vio Guimar�es, a expans�o da �micron em pouco tempo tamb�m reflete na multiplica��o dos casos: “Hoje, estamos testando menos. Houve um relaxamento, j� que as pessoas est�o tendo sintomas mais leves. O n�mero pode ser maior e reflete exatamente a caracter�stica da �micron. A Delta, que foi a variante que predominou no mundo inteiro, demorou 12 meses para atingir os quatro continentes. No Brasil, ela levou seis meses para substituir a variante Gama. Mas a �micron � t�o infecciosa e predominou no mundo inteiro em apenas um m�s.
Menos mortes
Segundo o especialista, as variantes anteriores eram transmitidas mais facilmente, por�m matavam mais rapidamente: “O que diferencia o que vivemos em janeiro de 2022 do per�odo do ano passado � um momento de sa�de p�blica, � a vacina. Em 2021, ningu�m estava vacinado. Logo, tivemos uma segunda onda nem t�o infeciosa, mas que era muito grande. O resultado foi 400 mil mortos no Brasil. Este ano, o aumento de casos est� acima, mas se mant�m desconectado do n�mero de mortes e de casos graves”.
No que se refere �s mortes, o boletim da Secretaria de Estado de Sa�de divulgado ontem registra novos 11 �bitos no estado, elevando o total desde o in�cio da pandemia para 56.976, num total de 2.583.453 casos confirmados. Em Belo Horizonte, houve uma morte ontem. Desde o in�cio da pandemia, em mar�o de 2020, o total acumulado � de 7.144, num universo de 310.475 casos.
No Brasil
Os casos de COVID-19 em acompanhamento mais que dobraram em uma semana. Segundo o Minist�rio da Sa�de, h� 1.761.197 casos da doen�a em acompanhamento no pa�s. A express�o designa casos notificados nos �ltimos 14 dias em que os pacientes n�o tiveram alta, nem morreram. H� uma semana, no dia 18, o total de pessoas nessa condi��o era menos da metade: 817.292 infectados. Com o avan�o da doen�a puxado pela variante �micron, o Brasil chegou a 23.311.317 de infectados pelo coronav�rus desde o in�cio da pandemia. Novos diagn�sticos confirmados de segunda para ontem foram 183.722. J� o n�mero de pessoas que morreram por complica��es da COVID-19 chegou a 623.843. Em 24 horas, foram registradas 487 mortes. Ontem o sistema de informa��es registrava 623.356 �bitos em decorr�ncia da doen�a.
Sind-Rede quer adiar aulas
O Sindicato dos Trabalhadores em Educa��o da Rede P�blica Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede) solicitou � Prefeitura de Belo Horizonte que a volta �s aulas seja adiada devido ao aumento dos casos de COVID-19. A entidade quer ainda que a presen�a em sala de aula seja condicionada � apresenta��o do cart�o de vacina, por estudantes e trabalhadores. "Estamos preocupados com o avan�o da �micron na nossa cidade, com o estado atual dos �ndices e com os protocolos adotados ano passado, que consistiram na redu��o de pessoal nas escolas", disse a diretora do Sind-Rede Luana Gramont. "J� enviamos of�cio � Secretaria Municipal de Educa��o (Smed) sobre essas preocupa��es, mas at� o momento n�o foi marcada reuni�o para debatermos o retorno. O documento foi enviado no dia 19", acrescentou Luana.
Rede hospitalar em alerta vermelho

Belo Horizonte volta a apresentar n�meros preocupantes na pandemia. Al�m de a cidade ter registrado 776 casos em 24 horas, recorde em um �nico dia em 2022, a rede hospitalar est� sob press�o. No caso das unidades de terapia intensiva (UTIs) para COVID-19, o percentual de ocupa��o � de 88,5%, abaixo do registrado na segunda-feira, mas ainda em alerta vermelho. O panorama atual � pior ainda em rela��o aos leitos do SUS, cuja ocupa��o � de 91,8%. Na rede privada, o n�mero cai para 84,6%.
O total de leitos para casos mais graves de COVID-19 em BH � de 269. As enfermarias atingiram ocupa��o de 90,5%. A carga atual disponibilizada na cidade � de 897 vagas. A press�o maior � na rede privada, com percentual de 94% de ocupa��o. No SUS, a taxa � de 88,6%. O n�mero m�dio de transmiss�o por infectado caiu de 1,18 para 1,16 entre segunda-feira e ontem. Isso quer dizer que 100 pessoas podem transmitir o v�rus para outras 116.
Ontem, a prefeitura abriu mais 15 leitos de UTI COVID na Rede SUS-BH. Apesar dos esfor�os empreendidos, a taxa de ocupa��o total, que inclui leitos de das redes SUS e Suplementar, segue no n�vel vermelho. Desde o in�cio do m�s de janeiro, foram abertos pelo munic�pio 42 leitos de UTI e 358 de enfermaria.
� importante refor�ar que pacientes com quadros gripais, ainda sem resultado para a COVID-19, tamb�m podem estar internados nos leitos de UTI e Enfermaria dedicados � doen�a, j� que os sintomas s�o semelhantes. "A Secretaria Municipal de Sa�de refor�a que � indispens�vel que as pessoas continuem mantendo o distanciamento social, a frequente higieniza��o das m�os e a etiqueta respirat�ria", informou a administra��o municipal.
Desde o in�cio da pandemia, Belo Horizonte confirmou 310.476 casos de COVID-19, dos quais 5.429 seguem em acompanhamento. Um total de 7.144 pacientes morreram. Nas 24 horas entre ontem e segunda-feira, houve um �bito registrado. (RD)
Capital amplia pontos de testes

Belo Horizonte ganha hoje mais um local para a realiza��o de testes de COVID-19. A nova unidade ser� na UNA Linha Verde, que fica na Avenida Cristiano Machado, 11.157, no Bairro Vila Suzana, na Regi�o da Pampulha. Com mais esta amplia��o, somente nas universidades ser�o cerca de 500 testes di�rios ofertados � popula��o. As vagas continuar�o a ser disponibilizadas diariamente a partir das 17h para os agendamentos no dia seguinte.
As marca��es para os exames devem ser realizadas, exclusivamente, por meio do portal da Prefeitura de Belo Horizonte e a disponibiliza��o no PBH APP ser� feita nos pr�ximos dias. O hor�rio de atendimento nos locais � das 8h �s 17h. Na capital s�o ofertados testes nas universidades, al�m dos 152 centros de sa�de, nove UPAs e dois centros de doen�as respirat�rias (CEDOR).
O cidad�o que apresentar quadro gripal, estiver do primeiro ao s�timo dia de in�cio dos sintomas e quiser agendar um hor�rio para o teste, basta acessar o Portal da Prefeitura de Belo Horizonte e realizar o cadastro no sistema com os dados, o que possibilitar� o acesso para o agendamento.
Na sequ�ncia, basta digitar o CPF e data de nascimento e clicar em “entrar”. Ap�s esse processo ser� poss�vel a marca��o, al�m da escolha de uma data, hor�rio e local para realiza��o do exame. As op��es ser�o de acordo com a disponibilidade. Ap�s o agendamento o usu�rio receber� a confirma��o por e-mail com o nome da unidade escolhida para a realiza��o do teste. O resultado ser� repassado ao usu�rio cerca de 20 minutos ap�s a coleta, pessoalmente, com as devidas orienta��es.
No estado
Desde segunda-feira, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES) est� distribuindo 487.990 testes de diagn�stico r�pido de COVID-19 para todas as 18 superintend�ncias regionais de Sa�de (SRS) no estado, que os encaminham aos munic�pios. Os testes foram postados em ag�ncias dos correios e a expectativa � que cheguem aos destinos em at� 48 horas. O prop�sito � manter a expans�o do diagn�stico da doen�a em larga escala, a fim de monitorar a situa��o epidemiol�gica e direcionar medidas na conten��o da pandemia em Minas.
Considerando o cen�rio epidemiol�gico dos casos de s�ndrome gripal em Minas Gerais, a secretaria recomenda aos gestores municipais de sa�de que direcionem o uso dos testes r�pidos de ant�geno, dentro dos eixos da aten��o prim�ria � sa�de (APS), aten��o especializada � sa�de (AES), subsistema de sa�de ind�gena (SasiSUS) e da vigil�ncia em sa�de, a fim de melhor compreender a situa��o epidemiol�gica da COVID-19.
Segundo a secretaria, desde o in�cio de 2022, foram disponibilizados aos munic�pios 1.081.690 testes, dos quais 115.445 para destina��o � popula��o quilombola. Tamb�m s�o realizados testes RT-PCR na rede p�blica de laborat�rios referenciados do estado.
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Confira respostas a 15 d�vidas mais comuns
Guia r�pido explica com o que se sabe at� agora sobre temas como risco de infec��o ap�s a vacina��o, efic�cia dos imunizantes, efeitos colaterais e o p�s-vacina. Depois de vacinado, preciso continuar a usar m�scara? Posso pegar COVID-19 mesmo ap�s receber as duas doses da vacina? Posso beber ap�s vacinar? Confira esta e outras perguntas e respostas sobre a COVID-19.