
Segundo apurou a reportagem, sindicatos ainda n�o foram formalmente chamados para se reunir com representantes do Poder Executivo a fim de tentar uma solu��o. No governo, a ideia � fazer uma s�rie de debates internos para encontrar sa�das � crise.
"Se at� o dia 25, o governo n�o trouxer uma solu��o concreta e apresentar � seguran�a p�blica, estamos tra�ando estrat�gias que ser�o mais incisivas e eficazes", disse, ao Estado de Minas, a escriv� da Pol�cia Civil Aline Risi. Ela � presidente da Associa��o dos Escriv�es da Pol�cia Civil do Estado de Minas Gerais (Aespol-MG) e diretora da Confedera��o Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol).
Nas redes sociais, o discurso de Aline foi encampado pelo deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB), outra voz dos manifestantes. O parlamentar afirmou que as eventuais novas estrat�gias n�o ser�o adiantadas em p�blico.
Nesta ter�a-feira (23), entidades classistas e deputados ligados � causa da seguran�a fizeram uma confer�ncia para conversar sobre a paralisa��o. Zema, por sua vez, foi ao Twitter garantir que estuda formas de recompor o valor do ordenado pago �s tropas.
"Mesmo diante das dificuldades nas contas do Governo do Estado, estamos avaliando condi��es para efetuar a recomposi��o salarial dos servidores p�blicos de Minas. Tenho o compromisso de encontrar solu��es, que em breve ser�o anunciadas", escreveu.
Mesmo diante das dificuldades nas contas do Governo do Estado, estamos avaliando condi��es para efetuar a recomposi��o salarial dos servidores p�blicos de Minas. Tenho o compromisso de encontrar solu��es, que em breve ser�o anunciadas.
%u2014 Romeu Zema (@RomeuZema) February 23, 2022
Ontem, o secret�rio de Estado de Justi�a e Seguran�a P�blica, Rog�rio Greco, se reuniu com Zema e outros integrantes do governo para debater o impasse. As chefias da Pol�cia Civil, do Corpo de Bombeiros e da Pol�cia Militar tamb�m marcaram presen�a.
Ao fim do encontro, Greco garantiu, em v�deo, a elabora��o do que chamou de "agendas priorit�rias", para a resolu��o do embate, mas assim, como Zema, n�o detalhou o planejamento. O EM chegou a question�-lo sobre os termos da dita agenda, mas o secret�rio disse n�o poder adiant�-los. Ele negou que a grava��o tenha sido feita para tentar cessar o movimento.
"O estado est� prestes a entrar em um colapso da seguran�a p�blica. Por isso, eles est�o preocupados em ter que dar uma solu��o para a gente", afirmou Aline Risi.
No fim da tarde desta ter�a, entidades ligadas aos oficiais do Corpo de Bombeiros e da PM divulgaram cartilha de estrita legalidade, com orienta��es aos oficiais sobre a postura ante o movimento. Oficialmente, por causa de amarras impostas pela Constitui��o Federal e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), os militares n�o tratam o movimento como greve.
"Isso n�o � greve. N�o � incita��o � indisciplina. � um grito de socorro, um grito para estabelecimento de di�logo com o Governo", l�-se em trecho do documento, confeccionado por entidades como a Associa��o dos Pra�as Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-MG).
Projeto para resgatar acordo de 2019 � a meta
As lideran�as do motim querem o envio, � Assembleia Legislativa, de um Projeto de Lei (PL) que garanta a recomposi��o salarial. Em 2019, Zema assinou acordo que dividia o pagamento das perdas inflacion�rias em tr�s parcelas: a ideia era repor 13% em julho de 2020; em setembro de 2021, seriam acrescidos mais 12%; em setembro deste ano, viria a etapa final, com outros 12%.
Em que pese o trato, alegando inconstitucionalidade, Zema vetou o segundo e o terceiro reajustes. Apenas a primeira fatia, de 13%, entrou na conta dos agentes. O projeto que tratava do tema foi o mesmo a receber emenda estendendo a reposi��o salarial a todos os servidores. Quando barrou o aumento geral, o governador tamb�m retirou do texto as parcelas prometidas �s pol�cias para 2021 e 2022.
Aline Risi ressaltou que n�o se trata de um aumento real dos vencimentos dos agentes. "[A recomposi��o salarial] � um dever do estado, uma vez que, como servidor p�blico, n�o temos nenhum outro tipo de direito como os trabalhadores da iniciativa privada".
Antes de o governador usar as redes para falar que tenta encontrar solu��es, a equipe de Zema se amparou publicamente na ades�o de Minas Gerais ao Regime de Recupera��o Fiscal (RRF) para reposicionar os sal�rios.
O plano, proposto pela Uni�o aos estados com problemas no fluxo de caixa, tem contrapartidas que receiam servidores. H� temor por congelamento de sal�rios e desinvestimentos em pol�ticas p�blicas - por isso, o RRF � repudiado, inclusive, pelos trabalhadores em greve.
Sargento Rodrigues afirmou que conversa constantemente com o colega Agostinho Patrus (PV), presidente da Assembleia, para tentar acelerar a tramita��o da recomposi��o caso texto sobre o assunto chegue, mesmo, ao Parlamento. "O projeto de lei vai passar por aqui. Recusar o regime, tamb�m", projetou.
A meta � utilizar a Recupera��o Fiscal para renegociar a d�vida do estado junto � Uni�o, que beira os R$ 140 bilh�es. At� o momento, no entanto, h� resist�ncia de deputados estaduais ao tema. Por isso, o governo n�o conseguiu encaixar o ingresso no programa de ajuste financeiro na pauta de vota��es da Assembleia.