Centro de BH: infectologistas do comit� da PBH informaram que m�scara s� poder� ser descartada desde que n�o haja aglomera��o (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A Press - 13/12/2021)
A partir desta sexta-feira, 4 de mar�o de 2022, est� dispensado o uso de m�scaras ao ar livre em Belo Horizonte. A libera��o vem quase dois anos ap�s a decreta��o da pandemia da COVID-19, em 11 de mar�o de 2020.
Conforme o Decreto nº 17.894, publicado no Di�rio Oficial do Munic�pio (DOM), para dispensar a obrigatoriedade do uso de de m�scara em ambientes abertos, a Prefeitura de Belo Horizonte considerou uma s�rie de fatores, entre eles a redu��o do RT, que � a taxa de transmiss�o da COVID-19 em Belo Horizonte, que “vem se mantendo de forma continuada abaixo de 1,00 e hoje est� em 0,75”; a redu��o dos casos que exigem interna��es hospitalares; e que 83% da popula��o est� completamente imunizada com a vacina��o.
Assim, com a publica��o do decreto, “a obrigatoriedade de uso de m�scara ou cobertura facial sobre o nariz e a boca fica dispensada em ambientes completamente abertos”. Mas, � importante destacar que a m�scara ainda deve ser usada em qualquer lugar fechado e tamb�m no transporte p�blico, como nos �nibus e no metr�. O uso de m�scara tamb�m � necess�rio em locais abertos com aglomera��es.
Al�m disso, “regras espec�ficas, constantes em protocolos de sa�de publicados pela Secretaria Municipal de Sa�de, podem estabelecer exig�ncias para uso de m�scara em determinadas atividades em locais abertos, bem como dispensar o uso de m�scara para pr�ticas esportivas em locais fechados”, conclui o decreto assinado pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD).
Evolu��o recente da taxa de transmiss�o do coronav�rus em Belo Horizonte (foto: Arte EM)
Especialista recomenda aten��o
De acordo com o boletim epidemiol�gico e assistencial da PBH, o chamado fator RT, que mede a velocidade da transmiss�o do v�rus, mostrou queda gradativa desde o fim de 2021. O indicador saiu de 1,03 em 3 de dezembro, alcan�ou o �pice recente em 21 de janeiro, quando chegou a 1,19, e recuou a 0,74 no �ltimo dia 25. Ontem, manteve relativa estabilidade, tendo marcado 0,75. Quando permanece abaixo da pontua��o um, o RT indica controle.
Desde o come�o da pandemia, a capital acumula 344.804 casos da infec��o viral e 7.449 �bitos. O balan�o de indicadores da doen�a mostrava, ainda ontem, taxas de ocupa��o de 40,1% dos leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) e de 36,1% nos equipamentos de enfermaria, ambos dedicados a pacientes com a COVID-19. Da popula��o residente em BH, de 2,521 milh�es, 90% est�o vacinados com a 1ª dose e dose �nica contra a COVID-19; 83,2% foram imunizados com a 2ª dose e inje��o �nica e 40,4% tomaram o refor�o ou dose adicional.
“O comit� j� se reuniu e falou que n�o precisa (de m�scara). Eu aconselho usar. Claro que vamos preservar o transporte p�blico e locais fechados. Estamos aliviando a cidade pelo esfor�o que foi feito, pelo sacrif�cio que foi feito por toda popula��o. Reconhecemos e vamos ajudar”, destacou o prefeito Alexandre Kalil em entrevista coletiva nessa quinta-feira (3/3).
A microbiologista Viviane Alves, professora do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), � uma das especialistas que defenderam o uso de m�scaras durante o in�cio da pandemia e, agora, considera prudente abandonar o acess�rio, ao considerar uma s�rie de prerrogativas. Entre elas, menciona a cobertura vacinal.
“Considerando a queda no n�mero de casos, uma queda no n�mero de mortes, avan�o da vacina��o. Hoje, Minas Gerais � o 5º estado na cobertura vacinal. Ent�o, � uma medida sensata nos ambientes abertos. S� que as pessoas t�m que ter consci�ncia de que, mesmo em ambientes abertos, manter a proximidade � um risco”, alerta.
Outros cuidados
A especialista Viviane Alves lembra que ainda h� variantes do coronav�rus circulando e, embora apoie a libera��o parcial do uso de m�scaras, tendo em vista os dados epidemiol�gicos da pandemia, recomenda medidas de preven��o. “Desde que as pessoas mantenham distanciamento, esse ambiente tenha circula��o de ar adequada, como parques e pra�as, n�o h� problema nenhum em ficar sem m�scara, mas uma vez que haja aglomera��o, em que as pessoas estejam, por exemplo, num bar, que seja no lado aberto, mas se esse bar tem mesas muito pr�ximas, � tentar usar a m�scara.”
A microbiologista ainda orienta que pessoas com baixa imunidade n�o deixem de usar a prote��o facial. “Aquelas pessoas que desejam continuar usando a m�scara em ambientes abertos poder�o faz�-lo. As pessoas que tiverem receio de se infectar, t�m problemas com imunossupress�o, ou seja, t�m uma imunidade mais baixa ou debilitada por causa de medicamentos ou doen�as gen�ticas, que se protejam”, recomenda.
O que diz o comit� da PBH
Infectologistas integrantes do Comit� de Enfrentamento � Pandemia de COVID-19 da PBH refor�am a necessidade do uso da prote��o em locais fechados e contam mais detalhes da seguran�a daqui pra frente. O professor da Faculdade de Medicina da UFMG Una� Tupinamb�s explicou que a m�scara foi um objeto essencial para conter o avan�o da pandemia do novo coronav�rus.
“A gente n�o tirou no passado para as pessoas terem o h�bito de sair com a m�scara. Em espa�o fechado sem m�scara, ainda � muito perigoso. Com o avan�o da vacina��o, a dissemina��o horrorosa que ocorreu de janeiro a fevereiro, a gente optou por come�ar a flexibilizar (agora)”, afirmou. Tupinamb�s explicou que a m�scara ser� obrigat�ria em todos os ambientes fechados, inclusive est�dios de futebol e outros eventos.
“A gente entende que s� � poss�vel abandonar a m�scara em ambiente aberto e sem aglomera��o. S� na rua ou na pra�a, por exemplo, e claro, mantendo o distanciamento.” Outro integrante do Comit�, o m�dico Estev�o Urbano, explica que BH apresenta uma situa��o epidemiol�gica confort�vel desde os �ltimos 15 dias. “Um pequeno n�mero de novos casos, interna��es e os �bitos que ainda acontecem s�o de pacientes que j� se internaram h� muito tempo”, analisa.
Opcional
Depois de debates entre os integrantes do grupo, Estev�o Urbano frisa que a decis�o � de deixar como opcional o uso de m�scaras. “Vale para ambientes abertos, bem ventilados, j� que existe alguma robustez da literatura mostrando que s�o situa��es seguras de pouco risco para transmiss�o. Mas � importante frisar que isso se refere a ambientes bem abertos, como parques, pra�as, ruas, e principalmente quando as pessoas possam manter distanciamento entre si. Portanto, isso n�o vale, quando as pessoas est�o na rua em filas, por exemplo, uma fila de �nibus”, explica.
O povo fala - Pol�mica
(foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
“N�o concordo. Acho que a coisa n�o teve uma aprova��o mundial dos �rg�os de sa�de. Todo dia tem gente morrendo. Aposto que vai haver nova onda por causa do feriado de carnaval.” - Marina Rodrigues, jornalista, 70 anos
(foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
“Em lugar aberto eu concordo, mas retirar a m�scara em locais fechados eu acredito que ainda n�o � hora pra isso. Acho que foi uma boa ideia parar de usar na rua, e tem muita gente que respeita e outras n�o.” - Omar Campos, gar�om, 50 anos
(foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
“Concordo em ficar sem m�scara em lugares abertos como esse que estou aqui, passeando, n�o tem problema algum. Mas em lugar fechado e festas, tem que usar m�scara sim.” - Rose Fernandes, manicure, 58 anos
(foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)
“Concordo. Por um lado � bom. A galera j� est� saturada de m�scara. Por outro lado, sou a favor de usar m�scara em lugares fechados porque a pandemia ainda n�o acabou e temos que ter cuidado.” - Lucas Martins, vendedor, 25 anos
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