
Nas ruas, usu�rios do transporte p�blico afirmam que sempre foi dif�cil pegar coletivo aos fins de semana ou feriados, mas, desde o in�cio da pandemia, a situa��o est� ainda mais complicada. O tempo de espera que antes girava em torno de 40 minutos, agora, passa de uma hora, dizem os usu�rios.
A auxiliar de dentista, Larissa Mara, de 20 anos, falou � reportagem do Estado de Minas em um ponto na Rua Curitiba, no Centro de BH. "Todo fim de semana eu preciso do �nibus, pois trabalho aqui na regi�o central. Fico horas esperando para ir no �nibus cheio. Muita gente desiste, vai de Uber. Mas n�o � todo mundo que tem essa condi��o", comenta.
Em �reas mais afastadas do centro da cidade, ent�o, as op��es de �nibus diminuem e os transtornos aumentam. "Eu moro no bairro Novo Progresso. Para vir eu sei o hor�rio que ele passa, mas, mesmo assim, tenho enfrentado atrasos constantes. Depois das 8h, ele deveria passar de meia em meia hora, mas n�o costuma ser assim, nem de 40 em 40. Tem dias que fico mais de uma hora esperando", conta.
Nesta sexta (6), o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH) disse que faria um esfor�o para oferecer viagens extras � popula��o da capital neste fim de semana do Dia das M�es (8). A entidade reiterou que a opera��o especial seria realizada apesar da "insufici�ncia de recursos financeiros gerados pelo sistema de transporte".
A realidade vista pelos passageiros nos pontos de �nibus, por�m, foi outra. "Todo fim de semana demora mais ou menos uma hora para o �nibus passar. Hoje n�o foi diferente", declarou a auxiliar de dentista � reportagem do Estado de Minas. A rea��o de Larissa � a mesma de v�rios outros usu�rios ouvidos pelo EM nas ruas da capital.
Na �ltima semana, a reportagem acompanhou a luta dos usu�rios do transporte p�blico na capital ap�s o an�ncio de que as empresas reduziriam o n�mero de viagens fora do hor�rio de pico. Mesmo com o recuo da medida, passageiros seguiram reclamando de intervalos longos entre um ve�culo e outro e de �nibus superlotados.
Dados disponibilizados pela BHTrans mostram que h� uma defasagem entre o n�mero de viagens oferecido pelas empresas e o n�mero de passageiros que demandam o servi�o. A �ltima atualiza��o divulgada pela autarquia mostra que na �ltima semana, entre segunda (25) e sexta-feira (29), a rela��o nunca foi parit�ria.
Em todos os dias do per�odo, o n�mero de passageiros foi superior a 76% da m�dia di�ria de usu�rios do servi�o antes da pandemia. Em contrapartida, as viagens n�o superaram a marca de 68% do que era oferecido pr�-COVID em nenhuma ocasi�o.