
Campanha vai mobilizar empresas, educadores e institui��es particulares de ensino na doa��o de absorventes a estudantes das escolas p�blicas municipais e estaduais localizadas em vilas e favelas e a mulheres em situa��o de vulnerabilidade, moradoras da periferia.
A campanha Adote um Ciclo � uma iniciativa do Instituto ELA - Educadoras do Brasil, organiza��o sem fins lucrativos que visa elabora��o de a��es afirmativas na �rea educacional e cuja miss�o � fortalecer e cuidar de mulheres e meninas em situa��o de vulnerabilidade social, emocional e profissional.
O projeto est� presente tamb�m em Bras�lia e nos estados de S�o Paulo, Amazonas, Paran� e Rio de Janeiro. J� arrecadou mais de 310 mil unidades de absorventes e tem mais de 23 mil meninas com pelo menos um ciclo adotado. Em Minas, os absorventes arrecadados ser�o entregues �s diretoras das escolas municipais e estaduais respons�veis por faz�-los chegar �s suas respectivas alunas e �s associa��es de bairros que apoiam as mulheres em situa��o de vulnerabilidade.
Em Minas, o instituto chega por meio da diretora do Col�gio Santa Dorot�ia, Zuleica Reis, e Renata Gazinelli, do Sistema de Ensino Bernoulli. A inten��o � ampliar as a��es do ELA, que contam ainda com campanhas no combate � viol�ncia contra a mulher e Selo de Responsabilidade Social Feminina.
O selo � atribu�do a escolas, empresas e universidades que respondam a pelo menos tr�s crit�rios, entre os quais percentual determinado de mulheres no quadro de empregados, o papel desempenhado durante a gravidez das funcion�rias, se contrata estagi�rias mulheres e se inclui na cesta b�sica absorventes higi�nicos. "S�o alguns pontos que nos ajudam, enquanto mulheres, a ter condi��es de igualdade", afirma a vice-presidente Instituto ELA, Sandra Garcia, fundadora da organiza��o ao lado de Sonia Colombo.
A primeira escola a entrar no Adote um ciclo � o Col�gio Santa Doroteia, no Bairro Sion, Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. A institui��o, que vai aderir ao selo de responsabilidade, j� tem 2 mil pacotes de absorventes arrecadados. Eles ser�o doados � Maternidade Odete Valadares, na capital; �s escolas estaduais Celmar Botelho Duarte e S�o Pedro e S�o Paulo, no Bairro Piratininga, na Regi�o Norte de BH; e �s casas de acolhida de meninas de rua Tio Fl�vio.
A escola conta ainda com 22 volunt�rias encarregadas de buscar ades�o de empresas e escolas particulares. Toda escola que aderir ser� um ponto de arrecada��o para a popula��o em geral. "N�o podemos ficar de bra�os cruzados com a quest�o da pobreza menstrual", afirma Zuleica.
Na escola Celmar Botelho, que atende meninas do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, a diretora Cl�udia Aparecida Pereira, h� 11 anos � frente da institui��o, conta que o problema da pobreza menstrual foi percebido logo no in�cio da gest�o. "A demanda foi aparecendo no dia a dia e a escola percebeu que era preciso comprar os absorventes para atender imprevistos e aquelas meninas cujas fam�lias n�o t�m condi��es financeiras para isso", diz.
"Fazemos vaquinhas, professores doam e minha vice, Maria Margareth Oz�rio, preocupada com a situa��o, tamb�m sempre deixa pacotes. N�o falta absorvente na nossa escola, mas tiramos do pr�prio bolso para comprar", conta. Para Cl�udia, a campanha � tamb�m um bom instrumento de conscientiza��o: "Todo mundo sabe desse problema, mas finge que n�o existe. N�o h� uma preocupa��o da sociedade".
Sandra Garcia lembra que s� em S�o Paulo levantamento aponta 39 mil meninas em situa��o de pobreza menstrual, que passam por constrangimento, deixam de ir � aula ou ao trabalho por n�o conseguirem comprar absorvente. "� um problema de sa�de p�blica que afeta a intimidade da mulher", diz.
"Acreditamos que por meio da educa��o vamos transformar. Por mais que vejamos o mundo ca�tico, na luta contra um v�rus invis�vel, � naquilo que � visto e sentido por n�s que d� para agir, com amor e esperan�a de que vamos conseguir mudar algo."