Em meio ao embate travado entre ambientalistas e a Taquaril Minera��o S.A. (Tamisa), um grupo com cerca de 15 ativistas realizou um megaproje��o na fachada da sede do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico (Iepha), na Pra�a da Liberdade, em Belo Horizonte, na noite desta quinta-feira (21/7). O ato simb�lico estampando a frase “Salve a Serra do Curral” convoca a popula��o a participar da reuni�o do Conselho Estadual de Patrim�nio Cultural (Conep) na pr�xima quarta-feira (27/7).
O objetivo do encontro � retomar a pauta do tombamento provis�rio da Serra. Na semana passada, a Tamisa havia obtido uma liminar judicial que retirou a vota��o do tema da reuni�o do Conep. A decis�o a favor da mineradora foi dada pela 5ª Vara da Fazenda P�blica e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte. Em abril deste ano, a empresa obteve aprova��o do Conselho Estadual de Pol�tica Ambiental (Copam) para executar um projeto miner�rio.
Agora, em um novo cap�tulo, o ativista e engenheiro ambiental Felipe Gomes – que tamb�m � um dos organizadores do ato – v� na proje��o uma forma de resist�ncia � explora��o da Serra. “Estamos aqui, hoje, para pressionar e tentar garantir que o tombamento de fato ocorra”.
“A Serra do Curral tem uma import�ncia hist�rica, art�stica, cultural, ambiental e sagrada. Ela � o 'P�o de A��car' dos belo-horizontinos. N�o se ousa em pensar minerar o 'P�o de A��car', independente do min�rio que tenha ali. Estamos falando de uma �rea repleta de esp�cies end�micas, que s� existem l�, e amea�adas de extin��o. Inclusive, foram registradas on�as pardas na Serra do Curral na regi�o de mata atl�ntica”, avalia o ativista em entrevista ao Estado de Minas.
Gomes ainda avalia que o empreendimento de minera��o coloca em risco a adutora, que passa dentro da Serra. “Ela trata 70% da �gua de Belo Horizonte e 45% em rela��o � �rea da Regi�o Metropolitana. Por causa de uma minera��o, pertencente a praticamente uma fam�lia, a Serra do Curral tem que ser destru�da?”.
Tamb�m � reportagem, a bi�loga, sanitarista e ativista Ana Fl�via Quint�o refor�a que atua na resist�ncia do avan�o da minera��o no quadril�tero ferr�fero h� 10 anos. “Ao longo desse tempo, o que eu e outros coletivos observamos � que a minera��o come�ou com um avan�o sem precedentes sobre territ�rios que j� est�o em seus limites”.
Respons�vel por auxiliar a organiza��o do ato simb�lico, Ana Fl�via destaca que � justamente no quadril�tero onde est�o os aqu�feros. “O avan�o dessa atividade (de minera��o) est� causando a seca de muitos territ�rios de maneira irrevers�vel, pois, ao tirar o min�rio de ferro, as estruturas aqu�feras s�o destru�das para sempre”.
Conforme a bi�loga, o momento clim�tico � de redu��o de chuvas. “Ent�o, em um contexto de clima completamente adverso e diferente de tudo que a gente j� teve, as atividades da minera��o implicam em inviabilizar a vida das sociedades humanas e dos ecossistemas por meio da seca”.
Reuni�o na pr�xima semana
A prote��o provis�ria est� prevista pela portaria 22/2022 do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico (Iepha) e ser� apreciada a partir das 14h da pr�xima quarta. O encontro ser� na sede do �rg�o.
Na ocasi�o, os integrantes do conselho devem decidir se referendam ou n�o a decis�o. “� a mesma pauta anterior. S� tem uma diferen�a porque na �ltima tinha a posse dos conselheiros e alguns j� foram empossados. Mas vamos aprovar a ata da reuni�o anterior e seguir com o mesmo objeto”, disse ao EM a presidente do Iepha, Mar�lia Palhares Machado, que espera um resultado positivo para a solicita��o durante a reuni�o.