
Na pr�tica, as pessoas que habitam as duas torres, se quiserem ser atendidas na �rea da administra��o, seja para receber um documento ou resolver alguma outra pend�ncia, “dever� comparecer com vestimentas adequadas ao ambiente de trabalho”, ressalta o comunicado pregado na parede do edif�cio.
Morador do JK h� cinco anos, Paulo Raic Muniz acredita que essa � uma forma de perseguir o que � diferente e plural do condom�nio. “Eu n�o sei o que ocorreu para acontecer esse recado, mas brinquei com os meus vizinhos que da pr�xima vez vou usar uma capa pra ir l� embaixo, j� que tem essa demanda deles”, disse.
Outra moradora do edif�cio, que preferiu n�o se identificar, observou que a medida resulta de uma decis�o arbitr�ria, na qual os habitantes precisam engolir o que foi determinado. "Porque algu�m n�o poderia ir de chinelo, por exemplo, pegar um documento? Estamos dentro de casa. Exigir esse tipo de coisa em 2023 � um absurdo”, ressaltou.

"Tem muitos idosos aqui no pr�dio, pessoas que moram aqui h� muitos anos e n�o est�o acostumados com essas liberdades. Isso � decis�o de assembleia, pessoal discutiu e conversou e achou que seria importante esse aviso, mas n�o � nada demais, pelo menos uma cal�a mais cumprida", disse o conselheiro.
Gest�o na Justi�a
O grupo que det�m a gest�o do JK est� � frente do edif�cio h� quase quarenta anos. A gest�o duradoura, por�m, virou briga na Justi�a em 2021, com um grupo de moradores denunciando as diversas ilegalidades cometidas, entre elas a aus�ncia de contagem de votos em assembleias gerais.
“As assembleias aqui s�o por ova��o, n�o se contam os votos e a gente nunca tem acesso �s procura��es que eles dizem ter. Ent�o nunca sabemos de quanto � essa maioria que aprova as coisas, mas para ser maioria teria que ter a contabiliza��o dos votos”, comentou a moradora n�o identificada.
Astrogildo rebateu dizendo que a convoca��o para a assembleia foi feita de maneira adequada, mas que a ades�o � realmente pequena por parte dos moradores. "A participa��o � baixa. As pessoas n�o v�m por um certo comodismo e quando acontece essas coisas eles ficam questionando", completou.
O processo que tenta anular a elei��o da s�ndica para o seu 38° mandato ainda corre na 30ª Vara C�vel da Comarca de Belo Horizonte. Os moradores contestam que a assembleia foi convocada de forma irregular, sem um prazo m�nimo de aviso para os moradores.
Na �poca em que o caso veio � tona, um morador, que tamb�m preferiu n�o se identificar, contou ao Estado de Minas que as assembleias eram grandes “teatros” orquestrados pela s�ndica para que ela fosse reeleita.
Em setembro de 2021 moradores do JK ainda acusaram a administra��o de cal�nia e agress�o, destacando o caso em que o jornal interno do condom�nio levantou graves acusa��es contra um membro da chapa de oposi��o.
Na �poca em que o caso veio � tona, um morador, que tamb�m preferiu n�o se identificar, contou ao Estado de Minas que as assembleias eram grandes “teatros” orquestrados pela s�ndica para que ela fosse reeleita.
Em setembro de 2021 moradores do JK ainda acusaram a administra��o de cal�nia e agress�o, destacando o caso em que o jornal interno do condom�nio levantou graves acusa��es contra um membro da chapa de oposi��o.
Inc�modos maiores
Projetado em 1952 pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012), o conjunto JK conta com 1.139 apartamentos em duas torres - sendo que a mais alta possui 34 andares e a menor outros 22 - criando uma verdadeira cidade vertical abrigando uma popula��o estimada de 5 mil moradores.
Para Paulo Raic, a administra��o deveria focar em outros problemas. “O pr�dio me irrita em in�meras coisas. � uma quadra interditada e voc� n�o sabe o por qu�. S�o pessoas jogando lixo pela janela. Isso eles n�o se preocupam, n�o resolvem”, indagou.
Em abril de 2022, o conjunto JK recebeu o tombamento definitivo pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural do Munic�pio (CDPCM-BH). Conquista celebrada pelos moradores como uma forma de proteger o Patrim�nio de qualquer interven��o que possa descaracteriz�-lo. Por outro lado, os problemas internos do edif�cio ainda incomodam os habitantes.
“A administra��o tem inc�modos culturais, enquanto os verdadeiros inc�modos como os espa�os abandonados que a gente podia estar usando, elevadores desligados, gente alimentando pombo, lixo sendo jogado pela janela, n�o ganham uma placa, um comunicado”, completou Paulo.
*Estagi�rio sob supervis�o de Fernanda Borges
