
Projetado pelo arquiteto e urbanista Rodrigo Pires, o memorial tem uma escultura, de 3,20 metros de altura, que simboliza “uma pessoa atenta, em observa��o”, obra do artista Felipe Rodrigues, e um espa�o com uma cruz, que convida � reflex�o e � espiritualidade.
“Trata-se de um local ecum�nico, que chama todos para admirar a paisagem, especialmente ao entardecer. A cruz vazada, dentro de um abrigo semelhante a uma capela, permite que o morador ou visitante tenha uma vis�o espetacular e ‘enquadrada’ do p�r do Sol”, conta o arquiteto. “Do mirante, as pessoas poder�o ver a Serra da Boa Esperan�a, parte do Lago de Furnas e Cristais.”
A escolha de uma cruz, acrescenta Rodrigo, tem uma explica��o. “Perto do Morro da Vigia, na zona rural, existe a comunidade de Coqueiros. H� muitos anos, esses moradores fazem romaria ao local, para rezas e contempla��o. Em respeito a essa tradi��o, ficou decidido que, al�m da homenagem ao quilombo, o memorial manteria o costume dessas fam�lias.”
PAISAGEM

“Do alto do Morro da Vigia, os quilombolas ficavam atentos a qualquer ataque. Se isso ocorresse, o ‘vigia’ sa�a imediatamente e comunicava aos demais, que ficavam no Morro da Meia Laranja, bem em frente”, conta Carlos Diego. “Pesquisas mostram que viviam ali cerca de 15 mil pessoas, sendo um dos maiores do pa�s, na �poca.”
As refer�ncias ao quilombo, que havia no in�cio do s�culo 19 na regi�o e tinha como “rei” Ambr�sio, foram pesquisadas em v�rias fontes, especialmente no livro “A hist�ria de Minas roubada do povo”, de Tarc�sio Jos� Martins.